Ronaldo Magella
28/04/2016
Nem sempre amar é claro. A gente ama e isso talvez baste. Ou
não. Sentimentos fortes, intensos, trancados. Guardados. Silenciosos. Nem tudo a gente conta, revela, deixa vir a
luz, deixa transbordar. Algo que ninguém percebe, acha, encontra, mas que
acontece dentro de nós, nem mesmo quem a
gente gosta vê o que a gente sente. Bom, ou ruim. A gente se apaixona, gosta da pessoa, quer tá
perto, olha as fotos, curte os momentos, sorrir com a vida dela, ela nem sabe,
desconfia, pressente o que a gente está a sentir, sentiu ou sente. Nem todo
amor é transparente, nem todo gostar é livre, nem todo sentimento é expresso,
nem tudo que a gente vive precisa mostrar, dizer, nem tudo que sentimentos
falamos, mas demonstramos, pelo olhar. Se te olho, e se te olho com carinho, é
gostar, é amor. Meu olhar vê em você coisas que meu coração sonha, coisas que a
minha alma deseja, que o meu corpo reclama, mas isso guardo em mim. Alguns
amores, algumas paixões, alguns sentimentos são como sonhos, acontecem, a gente
nem sabe ou pode descrever o início, quando tudo aconteceu, quando se percebe
já estamos no meio de tudo, chegando ao fim, acordando. Amar é algo estranho que
nos acompanha, um sentimento bom, mas com uma pontinha de tristeza, pois todo
amor gosta de amar e ser amado, gosta de ter e ser tido, gosta de pegar e ser
pegado, gosta de ir e receber de volta e nem sempre isso é possível. Se te
guardo o que sinto, vivo, é por saber que tu não sentes o mesmo, fecho-me,
deixo-me aqui, sozinho, sentindo, até um dia tudo passar, até um dia tudo
acaba, até um dia tudo morrer, mas os amores são eternos, vivem em nós, minto,
se disser, ao dizer que já não sinto nada, que tudo acabou, minto, se disser
que não te espero, a verdade, a única, é que alimento uma coisinha pequena,
minúscula, pouca, chamada esperança, esperança de que um dia você possa também
despertar algo por mim, como um dia algo em mim de você nasceu.