terça-feira, 17 de novembro de 2015

Não podemos esquecer

Não podemos esquecer
Ronaldo Magella 18/11/2016

Lamentar, sim, as mortes na França, mas não podemos esquecer.

Nós, os ocidentais, dízimos tribos de índios.

Conquistamos povos e matamos suas culturas

Explodimos duas bombas atômicas.

Escravizamos povos, negros.

Promovemos o empobrecimento de milhares em detrimento do enriquecimento de poucos.

Queimamos mulheres nas praças públicas.

Instalamos ditaduras sangrentas e violentas na América Latina.

Perseguimos e matamos judeus.

Lutamos duas grandes guerras mundiais.

Matamos no trânsito, por um celular ou por um par de tênis .

Realizamos cruzadas e matamos, também, em nome de Deus.

Em nome de Deus silenciamos e sufocamos liberdades.

Em nome de Deus mentimos e corrompemos.

Não podemos esquecer, cortamos árvores.

Poluímos rios.

Devastamos florestas.

Nos enchemos de carros, poluição e tecnologia.

Extinguimos espécies inteiras de animais.

Nós também matamos.


Lamentar, sim, as mortes na França, mas não esquecer o terrorismo que já praticamos, como se nunca em nossa história tivéssemos cometidos atrocidades contra povos, pessoas, o planeta, a vida. 

Sua namorada e a TPM

Sua namorada e a TPM
Ronaldo Magella 17/11/2015

Sua namorada enfia uma faca no seu pescoço, não foi ela, é a TPM.

Você diz oi, sua namorada chora, TPM.

Você pergunta se ela quer sorvete, ela diz que você é um idiota, TPM.

Você diz bom dia amor, ela pergunta se você quer acabar, TPM.

Você sorrir pra sua namorada, ela diz que nunca gostou dela, TPM.

Sua namorada coloca veneno na sua sopa, TPM.

Sua namorada diz que não te ama mais, TPM.

Sua namorada passa três diz sem falar com você, TPM.

Sua namorada te dá um calço, TPM.

Sua namorada trai você com o leiteiro, TPM.

Sua namorada esquece você em Marte, TPM.

Sua namorada te obriga a anda cinco quilômetros para comer um sanduiche, mas só come a metade, TPM.

Sua namorada te troca pelo vizinho, TPM.

Sua namorada esquece o seu aniversário, TPM.

Sua namorada diz que nunca gostou de você, depois de dez anos, TPM.

Sua namorada diz que te odeia e que te acha um idiota, TPM.

Sua namorada manda você pra merda, TPM.

Sua namorada passa com o carro por cima de você, TPM. 

Sua namorada diz que não dá mais, TPM.

Sua namorada diz que está sufocada, TPM.

Sua namorada diz que quer casar, TPM.


Sua namora nunca tem culpa de nada, é sempre a TPM, depois, se você estiver vivo, se não for queimado, envenenado, eletrocutado, esquecido, magoado, tudo volta ao normal, é questão de tempo, até lá, TPM.

Você diz que ama a sua namorada, ela pergunta se você está com TPM. 

De marte, prazer, Ronaldo.

De marte, prazer, Ronaldo.
Parte I
Ronaldo Magella 17/11/2015

Não sei ser normal, até tento, constrangido, meio de lado, mas não consigo. Sou de Marte, podem apostar nisso.

Não sei conversar sobre futebol, até tentei por um bom tempo entender para ter o que conversar com os caras, mas não rolou, sou um fracasso em matéria de esportes. Não contem comigo.

Nunca fui o primeiro a ser escolhido na pelada, nem no time de vôlei, sempre fui o cara completa na falta de alguém. Falta um, ah, chama Ronaldo. Decepção.  

Não fui o melhor da classe, nunca tirei um dez na minha vida, eu tinha outros interesses, mas isso não vem ao caso.

Sim, minha infância foi traumática, e isso me rendeu anos de terapia depois dos 18 anos e ainda me curei.

Aos onze anos eu comecei a ouvir o punk rock do Titãs, na época era o disco Cabeça de Dinossauro, e As Quatro Estações do Legião Urbana. Foi aí que comecei a me distanciar da massa, do popular.

Não gosto de nada que faça meio sucesso no momento, não ouço pagode, nem forró, nem sertanejo, nem gosto de balada. Realmente também não sei o que estou fazendo nesse mundo.

Há uma cena no filme Sherlok Holmes, o primeiro, quando ele diz, “não há lada lá fora que me interesse”. Me sinto assim. O mundo está muito colorido.

Aos 15 passei a ler e não parei mais. Aprendi com Machado de Assis e José de Alencar, Manoel Joaquim de Machado, Jorge Amado e José Lins do Rego, não havia A Culpa É Das Estrelas, nem nada sobre vampiros que brilham no sol, os meus vampiros tinham hábitos noturnos.
É, muita coisa mudou.

Não sei ser simpático, eu tento, mas sou um fracasso.

Não sei conversar sobre coisas banais ou simples, acho meio sem graça falar sobre as funções do meu novo celular, ou sobre carros e suas qualificações.

Sabe as pessoas simpáticas e legais que passam horas discutindo coisas interessantes como o preço do feijão ou as funções de um aparelho eletrônico ou a reforma da casa? Pois é, não sei ser assim.


Não gosto de fazer a mesma coisa, não gostou de pensar as mesmas coisas, tenho boas intuições e elas funcionam, mas são frutos das minhas reflexões dos meus pensamentos. 

Sim, tenho um pé no lixo, ou jornalista, e isso me deixa ou me obriga a ter um pouco de normalidade na minha vida, o que muitas vezes, é um saco. 

Malbec e o fim do romantismo

 Malbec e o fim do romantismo

Ronaldo Magella 17/11/2015

É a simplicidade que encanta? É o que diz a nova propaganda do Malbec Noir, de O Boticário, se for, melhor então ser um clichê, apenas fazer parte da massa, mas isso funciona apenas para os bonitos, os feios precisam ser diferentes, mas isso não funciona mais.

Para quem ainda não viu na tv, pode procurar no Youtube.

O roteiro é simples, e meigo, um cara colhe flores no campo, sobe num helicóptero e derrama uma chuva de pétalas de rosas sobre a mulher amada, ela claro, acha lindo, sorri e sai para se molhar de rosas frescas, mas ela não está sozinha, está com alguém,  o qual convida, um cara só de toalhas que abraçado a ela  se deixam molhar pelas flores, e por fim o cara romântico no céu com cara triste, e termina o comercial com a frase, “não dificulte o que é simples”.

O comercial sugere vários sentidos, primeiro, ninguém mais se importa com romantismo, não importa flores, presentes, joias, esse tempo já era, claro, alguém sempre irá dizer, pra mim importa, mas enfim.

O segundo sentido é, não importa o que você faça, não precisa ser diferente, interessante, inteligente, ou seja, se esforçar para sair da caixa, no fundo as pessoas querem clichês, ou seja, gente bonita, sem essa de conteúdo, melhor uma tábua decorada, um poste que brilha do que um caixa com livros.

O terceiro sentido, o cara com o Malbec era mais bonito do que o cara da chuva de flores. Preciso explicar isso?

A propaganda fere um pouco com os românticos, homens sensíveis, mas talvez ela exponha apenas uma simples realizadade, não adianta conquistar quem não quer se conquistado ou quem não tem interesse em se apaixonar por você.


Você irá tentar de todas as formas agradar, ela te chamará de fofo, meigo, lindo, especial, mas no fundo isso não quer dizer nada, não importa, nem adianta insistir.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

As pessoas dos sonhos

As pessoas dos sonhos

Ronaldo Magella 16/11/2015

Passei sete anos da minha vida apaixonado por uma loira linda e perfeita que morava na rua, discreta, elegante, interessante, inteligente, reta, um ideal de mulher, pensei que nunca iria esquecer aquele rosto, aquela forma, aquele jeito. Pensei.

O tempo passou, conheci outras pessoas, me apaixonei outras vezes, mas sempre, vez por outra, a trazia na lembrança, era um sentimento marcado e marcante, até pensei que fosse dessas histórias que a gente vive na infância e se reencontra lá na frente para viver pra o resto da vida algo que no passado não foi possível. Pensei.

Com o tempo as pessoas vão se tornando passado em nossas vidas, como fumaça que vai se dissolvendo no ar, pelo ar, com o ar, e tudo que até tenha tinha um cor, cinza, começa a ser e ficar transparente, se espalhando, indo, deixando de ser. É quando a gente percebe que a vida muda, algumas pessoas andam, outras somem, seguem, morre, desaparecem, outras ficam, vão, passam, muitas já nem fazem mais tanto efeito ou afeto como aconteceu no passado.

Outro dia encontrei minha paixão da infância no Facebook. Surpresa. Ela lembrava de mim, me achou diferente, maduro, mudado, claro, não sentia mais a mesma coisa, mas queria saber como teria sido se houvesse sido real, verdadeiro e concreto. Não conversamos muito, em pouco tempo percebi que a minha paixão havia sido uma idealização, ela não era a pessoa que havia sonhado um dia.

Não havia mais inteligência, nem beleza, nem encantamento, não encontrei a perfeição que um dia pensei que houvesse, achei apenas ali um mulher normal, superficial, insegura, conversadora, medroso e normal. Não sei se o tempo a fez mudar ou se o tempo me fez perceber algo que antes não havia natado.


Lembrei-me de Caetano Veloso, de perto ninguém é normal, diria mais, de perto, ninguém é como pensamos. 

Um adeus, talvez, temporário, quem sabe, eterno

Um adeus, talvez, temporário, quem sabe, eterno

Ronaldo Magella 16/11/2015

Decidi sair das redes sociais. Já havia cancelado minha conta no Instagram, e agora decido me afastar do Facebook e excluir o meu WhatSaap.

O mundo se tornou um lugar muito barulhento, as pessoas estão gritando o tempo todo nas redes sociais, acabei ficando surdo e agora ficarei mudo. Há muita propaganda individual, muita exposição e exibição.

Como diz Pondé, o bem é sem discreto e silencio e entra pela fresta da porta, não faz alarde ou algazarra.

Talvez alguém ainda me encontre por aqui, no blog, postando um ou outro texto, uma crônica qualquer, mas por enquanto, no momento, a minha decisão é sair do barulho e me concentrar em outras coisas que o tempo digital me consumia.

Preciso de silêncio, de um momento, como dizem, de ficar em off. Talvez um dia volte, talvez me acostume com a vida real, talvez amanhã eu decida voltar, semana que vem ou daqui a algumas horas, mas devo confessar com estou bem e aliviado em não perder mais tempo sabendo da vida dos outros e publicando o que penso.

Só pra deixar claro, acho que ninguém se interessa pelo que eu penso, escrevo ou sinto. Mas para quem venha a ler e possa ler, ainda sinto e muito, mas prefiro me afastar e calar.

Não é uma decisão fácil, é como lutar contra um vício, primeiro em abstinência, depois as recaídas, aquela vontade de postar algo que se pensou ser interessante, o desejo de compartilhar com o mundo coisas, mas é preciso entender que muita gente já faz o mesmo e você não precisa fazer a mesma coisa.


Volto aos livros agora, as coisas simples do cotidiano, mantenho o foco em outras coisas, a vida voltou a ser mais lenta e silenciosa, não sinto falta de tanta informação pessoal e egoísta. Quem gosta de mim saberá onde me achar, encontrar e o caminho mais curto para me decifrar. 

Abraço. 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O gosto pelo grotesco e banal na cultura do Brasil

O gosto pelo grotesco e banal na cultura do Brasil

Ronaldo Magella - Jornalista

Seria irônico se não fosse triste e lamentável, mas o abismo cultural parece sem fim e longe de um final.

Nossos programas são de culinárias, nossas notícias são sobre famosos sem maquiagem, nossa diversão é acompanha pela tv pessoas confinadas, nossa a vida agora é nos expor nas redes sociais, eis um esboço do que estamos a viver e termos de arte e cultura.

A recente discussão na mídia sobre a separação de Joelma e Chimbinha, da banda Calypso, reflete e demonstra o atraso cultural ao qual estamos submetidos.

Os jornais, sites e meios de comunicação acompanharam a novela como se ali estivessem os últimos representantes da nossa qualidade musical e a separação era o maior evento digno de registro na cena cultural da sociedade brasileira dos últimos anos.

Não se discutia a qualidade musical, nenhuma genialidade artística, nenhum traço de vanguarda, nenhuma criatividade exuberante, apenas se noticiava uma separação, com tintas de tragédia e tons dramáticos.

Algo meio profético, a música brasileira antes de depois da separação de Joelma e Chimbinha, a maior banda do início do século XXI, chegou ao fim, depois que os seus integrantes brigaram, e a música brasileira perdeu um dos seus mais expoentes grupos musicais.

Deverão anunciar os livros de história daqui a alguns anos, nos lembrando da nossa riqueza artísticas desse início de século.

E pensar que há quase sem anos tínhamos a Semana de Arte Moderna no Rio de Janeiro.

O mundo tornou-se um ambiente, como diz uma amiga, tírneo, para não dizer negro, vamos falar em cinzas, melhor, mas vivemos uma época cada vez mais idiota e imbecil, cheio de superficialidade e discussões infantis e pueris.

Não há mais poetas, gênios, artistas, revolucionários, a coisa mais revolucionária dos últimos tempos é mudar a cor do perfil do seu Facebook e saber quem visitou o seu perfil no Twitter.

Ah, claro, há outras coisas interessantes, promovidas claro, pelo Facebook, na qual você saber da sua evolução fotográfica, pelas inúmeras fotos publicadas e postadas na rede, como você pode também saber com qual animal você combina mais ou se parece.

É pra chorar, como dizem, dói, gostaria até de rir, se não sentisse uma angústia latente dentro de mim ao perceber que a agora nossa cultura é postar tudo que fazemos e a nossa arte é tornar nossas fotos mais bonitas através de efeitos.

Estamos pobres e nunca estivemos são carentes de arte, cultura, música e movimentos sociais intensos de históricos.

A promoção em massa de fatos como o mencionando acima, da separação, e o acompanhamento por parte do público, ávido e voraz, sem nenhuma reflexão ou posição, mostra que estamos cada vez mais perdidos e sem rumo, e talvez o pior é que não queremos nos encontrar, há um certo gosto pelo grotesco e pelo banal.

Joelma tinha razão em chorar e a mídia tinha até obrigação em noticiar, pois o tempo ao qual vivemos estão cheios de lágrimas e vazios de nobreza.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Não sei viver sem meu lençol


Não sei viver sem meu lençol

Ronaldo Magella 11/11/2015 – Jornalista, escritor, poeta, professor.

Das poucas coisas que sobraram da minha infância, meu mulambo continua comigo.

Meu lençol já foi para Brasília, para o Rock In Rio, para quase todas as capitais do Nordeste, não sei dormir sem estar agarrado ao meu pedaço de pano.

A namorada até pode insistir para que eu durma do lado dela, ela pode me fazer todos os carinhos, mas sem o meu lençol não fico, não dá, prefiro ir pra casa.

Tem o meu cheiro, tem o meu jeito, é macio, é gostoso, é meu, faz parte de mim, é o meu sono.
Acho que todo mundo tem algo a qual se agarra durante toda a vida, no meu caso, é o meu lençol.
Odeio quando é lavado, nossa, fico pra morrer.

É estranho o lençol limpo, cheirando a sabão em pó e amaciante, mas com o tempo, pouco tempo, ele volta ao normal e ganha novamente a textura e o sabor de sempre.


Tem gente que chama de cheiroso, mulambo, cobertor, enfim, qualquer nome que se dê, mas o fim é sempre o mesmo, cheira, colocar na cabeça, ficar ali parado, pensando, quase dormindo com ele consolando os nossos pensamentos. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O desencantamento com as pessoas

O desencantamento com as pessoas

Ronaldo Magella 04/11/2015

A gente tem o péssimo hábito de idealizar e fantasiar as pessoas.

Tem muita gente que gosto de graça, conheço apenas de vista, acho que poderia render uma boa conversar, penso que teríamos bons momentos, mas nem sempre é assim.

De perto muitas vezes ninguém é como imaginamos. A realidade por nos desencantar.

Algum tempo atrás andava meio encantado por uma moça, apenas nos cumprimentávamos, coisa pouca.

Mas, quanto mais distante, mais a gente sonha. E a vida prosseguia, enquanto eu sonhava.

De longe, olhava e alimentava um desejo contido, mas permanente, esperando o momento de me aproximar.

Até que um dia tivemos a oportunidade de ficarmos próximos, numa roda de conversa, e foi ali, naqueles poucos momentos, que a minha desilusão se fez presente, ela não era nada do que eu sonhava ou imaginava, perdi o encanto, a vontade, a motivação.

Assim como existe amor à primeira vista, deve existir desamor após o primeiro contato.

Se algumas pessoas têm o poder de nos desencantar, há outras que podemos nos apaixonar ao primeiro contato, mas essas a gente nunca idealizou, muitas a gente achava até que era um porre até conhecer e mudar de ideia.

A conclusão é simples, não se pode comprar um produto pela embalagem, nem pela marca, é preciso e preferível sentir o sabor, provar, ter o contato, antes de sentir.


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Os pais preferem a doce e meiga ilusão da inocência

Os pais preferem a doce e meiga ilusão da inocência

Ronaldo Magella 03/11/2015 – Jornalista, professor, escritor, poeta, blogueiro, radialista, tomador café.

A minha independência teve início quando passei a pentear meu próprio cabelo sozinho. Um marco histórico.

Antes minha mãe lambia meu cabelo de lado, aliás, acho que toda mãe faz isso, deve um hábito universal, aí um dia você se revolta, toma o pente da mão dela e deixa seu cabelo espetado, revoltado, pronto, viva a revolução.

Depois você, que odiava ir cortar o cabelo, porque claro, sua mãe sempre ia junto e ficava olhando pra você e dizendo aquelas coisas chatas, lindinho, fofinho, e falando de você com a cabelereira, coisa mais ridícula do mundo, duas pessoas falando de você, uma cortando o seu cabelo, do jeito que você jamais quis, e ainda, discutindo a sua vida e você ali sem poder fazer nada, mas, aí, um dia você passa a ir sozinho, muda de cabelereiro, só para se afirmar, corta o seu cabelo totalmente diferente, sua mão odeia, claro, era esperado, mas continua a revolução.

Avante.

Mas talvez a revolução tenha começado antes, quando você passou a tomar banho sozinho, antes era sua mãe quem lhe banhava, agora você se tranca lá no banheiro e passa horas, ela enlouquece, mas você demora, e agora com redes sociais e whatSaap, a demora se justifica ainda.

Mãe dá um tempo.

Às vezes tenho a sensação que as mães e os pais fingem inocência.

Elas sabem o que é a adolescência, sabem o que é desejar e experimentar as coisas, sabem que os meninos e as meninas irão descobrir, mas pra viverem melhor, feliz, preferem acreditar que seus filhos nunca irão fazer nada, nem fazem.

Pura ilusão.

Pois eles esquecem que um dia tiveram a mesma sensação e vontade e que não adianta proibir ou prender, vai acontecer, com um dia aconteceu com eles, mas preferem a doce e meiga ilusão da inocência.

Acho que a função dos pais é acreditar que a gente jamais irá crescer, ainda hoje minha mãe me trata como se eu fosse uma criança, ela acha que eu não sei fazer nada, nem o café, menos ainda passar o pano na casa ou arrumar minha coisas, que coisa.


Completei minha liberdade, igualdade e fraternidade quando meu pai cansado de abrir a porta pra mim fez uma cópia da chave e me entregou, era a queda da bastilha, enfim o proletariado havia vencido e chegado ao poder, a liberdade, ainda que tardia, estava proclamada, agora é só aproveitar. 

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Prova de amor em tempos de redes sociais

Prova de amor em tempos de redes sociais

Ronaldo Magella 02/11/2015 – Jornalista, professor, escritor, poeta, blogueiro, radialista, tomador café.

Prova de amor nos dias de hoje é não pedir a senha do Facebook do seu namorado
É não bisbilhotar o celular da sua namorada
É não Investigar as conversas dele do WhatSaap
Nem as conversas dela no Facebook.
É ela não apagar as conversas
É ele não apagar os recados
É não ter conta em conjunto
Não criar fake para se passar por outra pessoa.
Não pedir para uma amiga se fingir de interessada.
Não ficar observando ele online
É não cismar dele ainda estar online
É não brigar pela não atualização do status na rede
É não obrigar a postar uma foto juntos
Não ficar imaginando com quem ela conversou pelas redes por ter ido dormir tarde e última visualização estar marcada como de quatro e meia da manhã.
É Não investigar quem curte, comenta ou compartilha as postagens dele.
É não proibir postagens para evitar curtidas e comentários
É não ter rede social.