quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Decisões

Se Você se entregou de corpo e alma, foi por decisão própria, não cobre por algo que ninguém te pediu pra fazer

Bauman afirmou que nesses tempos líquidos, de laços e amores frágeis, superficiais, nenhum de nós tem segurança de nada, não podemos cobrar por nossas decisões e escolhas, se em determinado momento, em alguma relação, por qualquer motivo ou razão, a gente decidiu ir em frente, com tudo, mergulhar de cabeça, se entregar de corpo e alma, dar o coração, dedicar o tempo, apostar no outro, foi uma decisão nossa, nenhum de nós pode cobrar por aquilo que escolheu doar de livre vontade e desejo, depois não teremos nós nenhum crédito a nossa favor, ninguém nos pede pra gostar, nem pode nos garantir sentimentos, afetos, amor e paixão, às vezes, por sorte, a gente se encaixa em alguém, outras vezes, digamos, por fazer, a gente não se acerta, há sempre metade das chances para algo ser bom ou ruim, a gente tenta, se esforça, arrisca, eis a palavra, arrisca, mas não temos certezas, só medo, insegurança e esperança, mas sempre foi uma escolha, e a gente não pode cobrar por nossas decisões.

Ronaldo Magella 

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Voltei a escrever


“Estou tentando”: o amor é como um quebra cabeças

Ronaldo Magella

“Estou tentando”, foi a frase que uma amiga me disse hoje ao anunciar que estava namorando.

Não demorou muito para surgir na minha cabeça a analogia, comparação, do amor como um quebra cabeças.


Não importa os meios, no fim, é o formato, a peça pronta, acabada, o esforço de montar, a paciência para ver a imagem, a paisagem.

Tem gente que encaixa as peças rapidamente, tem um bom olho, reconhece o formato dos tamanhos, percebe as lacunas, os vazios, tem agilidade, vai encaixando, formando, juntando, vivendo, experimentando, se completando e completando.

Outros são mais demorados, precisam de mais tempo, são menos ágeis.

De uma forma ou de outra, todo mundo está tentando. Confesso, admiro pessoas bem resolvidas nessa área, mas outra confissão.

Não faz muito tempo, vi muita gente, que juro, pensava, formava um casal sereno, firme, simpático, seguro, até ver separado.

Num misto de surpresa, admiração, mas também de reflexão, percebi e entendi que não existe encaixe perfeito.

Também acompanhei casais que pareciam estar no fundo do poço, de conversa pronta, decisão tomada para separar, e, espanto, ainda estão juntos.

Conclusão, estamos todos tentando, uns encontrar alguém, outros se manter, alguns se entender, segue, vida que segue, no rumo que desconhecemos, mas que estamos a percorrer, sem saber fim.