Nem sempre a pressa nos
faz chegar ao final
Ronaldo Magella 01/02/2017
Tenho a sensação de que a maioria das relações nascem mortas
por conta da pressa dos envolvidos.
Quando se fala em relação, sentimento, a pressa não nos fazer
chegar ao final, pelo contrário, quebramos pelo caminho.
Ninguém tem mais paciência, calma e nem ritmo pra seguir com
uma relação, mas por que da pressa gente?
Se a conversa é boa, pra que beijar? Se o beijo é bom, precisa
logo ir pra cama? Se a coisa não está boa, precisa mesmo terminar, não se pode
esperar passar o momento ruim?
Minha amiga andar pelo Tinder e vez por outra conhece alguém,
outro dia fez combinação com um cara, começou a conversa, logo nas primeiras
palavras o sujeito perguntou por fantasias sexuais, ela desistiu da conversa,
como se diz no aplicativo, descombinou.
Sei e entendo o quanto é difícil encontrar alguém legal,
interessante, encantador, inteligente, e quando isso acontece, vamos como uma
sede ao pote, mas é preciso saber e reconhecer que muitas qualidades também
trazem muitos defeitos, somos formados, como cantou Marisa Monte, pelo nosso melhor
e pelo nosso pior, o nosso universo particular.
Entendo hoje uma relação como uma construção, uma estrada que
se caminha, um diálogo que acontece, uma história que vamos narrando um ao lado
do outro, por dias como pessoas diferentes que somos, muitas vezes, mas
dispostas, como diz O Teatro Mágico, os opostos se distraem, os dispostos se
atraem.
Disposição é tudo. Só abrindo um parágrafo, quero alguém que
tenha disposição para mim.
É preciso esperar pelo ritmo do outro, pelo momento, cada um
tem um relógio próprio, se a gente adianta perde a hora do dele, se atrasa
demais ela não acompanha, a relação precisa de uma cadência, ir se acontecendo,
aí vai ficando gostosa sendo vivenciada aos poucos.
Como conquistar territórios de um jogo War, no amor não são
os países, mas aquilo que o outro tem para nos oferecer. Primeiro o interesse,
a segurança, confiança, depois o encantamento, passando para a vontade, depois
para a necessidade e por fim a companhia.
Não sou a
pessoa certa para falar sobre paciência, sou apressado, confesso, mas aprendi
que o outro tem um ritmo que é moldado pela sua vontade, muitas vezes demora
para acontecer, outras vez nem vira realidade, mas quando se torna real é muito
gostoso principalmente quando ambos estão no mesmo tempo, no mesmo sentido e na
mesma direção, haja física. Opas, química.
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