“Estou tentando”: o
amor é como um quebra cabeças
Ronaldo Magella
“Estou tentando”, foi a frase que uma amiga me disse hoje ao
anunciar que estava namorando.
Não demorou muito para surgir na minha cabeça a analogia,
comparação, do amor como um quebra cabeças.
Não importa os meios, no fim, é o formato, a peça pronta,
acabada, o esforço de montar, a paciência para ver a imagem, a paisagem.
Tem gente que encaixa as peças rapidamente, tem um bom olho,
reconhece o formato dos tamanhos, percebe as lacunas, os vazios, tem agilidade,
vai encaixando, formando, juntando, vivendo, experimentando, se completando e
completando.
Outros são mais demorados, precisam de mais tempo, são menos
ágeis.
De uma forma ou de outra, todo mundo está tentando. Confesso,
admiro pessoas bem resolvidas nessa área, mas outra confissão.
Não faz muito tempo, vi muita gente, que juro, pensava,
formava um casal sereno, firme, simpático, seguro, até ver separado.
Num misto de surpresa, admiração, mas também de reflexão,
percebi e entendi que não existe encaixe perfeito.
Também acompanhei casais que pareciam estar no fundo do poço,
de conversa pronta, decisão tomada para separar, e, espanto, ainda estão
juntos.
Conclusão, estamos todos tentando, uns encontrar alguém,
outros se manter, alguns se entender, segue, vida que segue, no rumo que
desconhecemos, mas que estamos a percorrer, sem saber fim.
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