Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor,
blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (04-05-1014)
Tenho uma leve sensação de que o
mundo anda um pouco infantilizado, quando deveria ficar mais maduro, me parece
que acontece o contrário, não sei, é apenas uma impressão.
Na sociedade do espetáculo,
cheios de imagens, de celulares em riste, e de pouca originalidade, vejo que
todos queremos ser iguais, queremos fazer parte do rebanho, postamos fotos
daquilo que comemos, bebemos, de onde estamos, pra onde vamos, como se essa
fosse agora a nossa única função na face da Terra, aparecer, divulgar, nos
promover, nos tornar públicos.
Jogamos a nossa privacidade para
o espaço, não importa mais sentir, mas mostrar, divulgar, postar, publicar,
dizer o que pensamos, sentimos e choramos, as nossas alegrias e tristezas, não
nos importar mais guardar, perdemos os nossos segredos, entregamos o melhor de
nós, não temos mais mistério, tudo está no chão, jogado em redes sociais,
espalhado pelo universo digital, virtual, da internet.
Não importa a idade, fazemos as
mesmas coisas, fotos no espelho, selfies, todos queremos ser iguais, penso,
tenho uma leve sensação de que perdemos um pouco do nosso encanto, entregamos
demais o que somos, sentimos, não deixamos muito para ser conhecido.
A nossa Caixa de Pandora não
existe mais, antes era bom saber de alguém, buscar conhecer, ir descobrindo aos
poucos, conversar, ter assuntos, mistérios e os segredos nos encantavam, agora
não precisamos mais perguntar, as pessoas postam, aparecem, saltam aos nossos
olhos, estão em nossa linda do tempo, bem ali na nossa tela de computador.
Talvez esteja errado, talvez seja
isso a nossa evolução, nos mostrar, aparecer, mas tenho ainda a leve sensação de
que cansa um pouco, perde a graça, desgasta, ver tantas fotos, tanta exibição,
é muita alegria superficial para uma vida pequena e simples, tornamos a nossa
vida uma novela pública, queremos atenção, somos ávidos pelos holofotes.
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