Almas afins, gêmeas, existem?
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor,
blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (30-05-1014)
No livro O Consolador, o espírito de Emmanuel,
guia de Chico Xavier, afirma que não existem duas almas criadas juntas e
separadas que se procuram para viverem a eternidade, o que talvez venha a
existir, são duas pessoas com uma longa convivência de épocas e eras passadas
que se conhecem, se reconhecem, se procuram, se sentem e querem ficar uma ao
lado da outra.
Para quem acredita que vivemos várias
vidas, que temos reencarnações, tivemos vidas, vivemos uma e teremos outras.
Esclarecida a questão, não existe
alma gêmea, como gostamos de acreditar, existem almas afins, duas criaturas que
se conhecem desde há muito tempo, já viveram antes, querem viver agora e
viveram em outras vidas, outras vidas.
E como seriam essas almas afins?
Talvez da mesma forma que acreditamos
que sejam as almas gêmeas, uma teoria bonita, encantadora, confesso que gosto
de pensar que deva existir por aí pelo mundo alguém pensando em mim, que goste
de mim e me espera, mas não acredito que seja a outra metade.
Penso que seja alguém com quem eu
possa conversar, me abrir, chorar, alguém a quem eu possa me confessar, contar
meus medos e erros sem medo de perder, perdê-la, alguém para quem não preciso mentir
ou me desculpar, fingir, ela irá me entender, como eu a entenderei, alguém que
respeitará o meu silêncio quando eu não estiver bem, que irá comigo e ficar ao
meu lado, nas coisas boas e ruins.
E assim como ela fará tudo por mim,
também por ela farei o mesmo, teremos paciência, saberemos esperar, teremos
conflitos, sentiremos saudade, viveremos maus e péssimos momentos, mas não
iremos desistir um do outro, haja o que houver, pronto, talvez, penso,
acredito, que seja isso, a nossa outra metade é alguém que não desiste de nós,
que permanece por acreditar que no que sente, por entender o que somos, por
compreender o que representamos, por conhecer a nossa essência, por ter fé em
nossa união.
A grande maioria de nós, penso, quer e
gostaria de alguém assim, mas somos imediatistas, não esperamos por ninguém, por
alguém, queremos viver coisas, e agora, já, pra ontem, impulsionados por um
mundo consumista e rápido que nos obriga e força a vivermos tudo o que nos é
oferecido, como se tudo fosse um imenso cardápio ao ar livre, é pegar, usar e
depois jogar fora, mas quando falamos de sentimentos e emoções, de gostar e
querer bem, não podemos nos precipitar, pois a queda é longa.
A maturidade emocional ao lado de
outra pessoa exige um pouco de tempo, de paciência e reflexão, de silêncio, de
resignação, precisa de coragem e bom humor, ninguém ama em dois ou três quatro
meses, penso que nem talvez em anos, a gente aprende a gostar convivendo,
conversando, sentindo, entendendo como o outro é e que reação provoca em nós.
Espero que ainda um dia encontre alguém
que gosta de mim, mas antes, que eu tinha por ela carinho, admiração e orgulho,
confesso, não preciso de uma pessoa bonita, linda, gostosa, preciso de alguém
que me aceite e acredite em mim, mais ainda, não desista de mim, que tenha
confiança que podemos juntos viver coisas, sermos felizes um ao lado do outro e
que valerá a pena seguirmos juntos.
Espero que, se houver alguém no mundo
pra mim, que ela me encontre, ou que o destino nos faça uma das suas piruetas e
nos faça nos encontrar, como se fosse o caso, sabendo que não existem
coincidências, não há o fortuito, existe destino, providência, fim.
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