A dor de ser
rejeitado
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor,
blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (13-10-1014)
Ninguém gosta de ser rejeitado,
muito da nossa dor de amor não é por amor, de amor, sem amor, mas pelo fato de que
ninguém suporta ser rejeitado, a gente não gosta, suporta, principalmente quando
a gente acredita que fez tudo pelo outro, outra, que nada fez de errado e que
não merecia ser trocado ou deixado.
Muito do nosso ressentimento não
é por ter acabado a relação, mas por conta de um sentimento de fracasso com
relação ao outro e a nós mesmos, a nossa imaturidade não nos permite reconhecer
que somos imperfeitos e que podemos errar, perder e ser ridículos, só pessoas
imaturas pensam que são perfeitas e que nunca irão errar.
Converse com qualquer pessoa que
está sofrendo de amor, por amor, sem amor, e irá perceber que ela argumentará
que gostava demais, que fez tudo pelo outro, que era sincero, meigo, carinhoso,
ela nunca irá reconhecer que fez algo de errado, ou que a relação terminou por
não funcionar, o rejeitado nunca entende os motivos reais de ter sido abandonado,
pra ele não há motivo, razão, por isso ele sofre, por não aceitar que a vida é
assim, que as pessoas se deixam, partem, que as coisas terminam, acabam, que a
paixão tem fim, que o gostar tem limites.
Conheço muita gente que sofre por
ter perdido um amor, alguém, mas conversando vamos descobrir que por trás de
toda dor e sofrimento sempre há um ego e um orgulho ferido, no fundo elas sabem
que depois de tudo voltar é algo impensável, não seria a mesma coisa, não daria
mais certo, ficaria faltando alguma coisa, mas em verdade, de verdade, elas
gostariam de apenas dá o troco, fazer diferente, não se expor tanto, mudar coisas,
reparar equívocos, ou até mesmo serem eles a deixarem a outra pessoa, é um
gosto de revanche.
Elas gostariam de voltar a
relação só para agora não cometer os mesmos erros, não chorar as mesmas
lágrimas, não se sentirem tão ridículas, muitas se entregaram demais e se arrependem
por isso, se olham agora como frágeis e bobas pelas coisas que fez, por ter
confiado em alguém todo o seu sentimento e toda a sua paixão, mas sabem que ninguém
tem culpa por ser deixado, o que o rejeitado sente é vergonha de si muitas
vezes e uma certa mágoa de outro.
A gente sempre quer voltar para
dá o troco, virar o jogo, a mesa, nos lugar de ser deixado, deixar, pois é melhor
ter a nossa razão do que aceitar a razão dos outros.
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