quinta-feira, 5 de maio de 2016

Desisto até de mim, imagina dos outros

Desisto até de mim, imagina dos outros

Ronaldo Magella 05/05/2016

Mil vezes já desisti de mim, mil vezes já recomecei, mil outras vezes voltei a desistir

Desistir é insistir, só que agora em outra direção.

Insisto no mesmo sentimento, mas agora em outra pessoa, com outra pessoa, para outra pessoa.

O passado é encardido. Desbotado.

Mudo a forma, mas o conteúdo permanece.

Acabo amores, encerro paixões, mas o desejo continua.

A vontade é pulsante.

Desisto de mim, como também sei desistir dos outros. De outras. De coisas.

Recomeça é possível, mas nem sempre é fácil, mas alguns recomeços são inúteis, enfadonhos e tediosos. Chato. Vencidos.

Prefiro um “não” sincero, imediato. Mil vezes.

Melhor do que um “sim” que se arrasta, lentamente, sem vontade, sem constância, sem prazer. Moribundo. Suplicante. Carente. Sofrido.

Já pensei em voltar ao passado, revisitar amores e pessoas, penso, penso e desisto. Pensar cansa, dói, enfada.

Alguns sonhos são eternos, algumas vontades passam, outros desejos morrem.

Alguns momentos ficam, mas a força deles desaparece.

Há tempos não culpo, nem me culpo.

Há certa elegância em não se interessar por ninguém.


A solidão tem o seu charme. 

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