Minhas loucuras de amor, o que torna a vida cheia de sabor e
deixa saudade
Ronaldo Magella 21/07/2015
Tenho uma amiga que diz adorar gente estranha,
compartilho das preferências dela, eu gosto de gente que foge do padrão, da
normalidade, são essas pessoas, estranhas e loucas, que tornam a vida mais
simpática e doce.
Ainda hoje fiz uma
das minhas loucuras de amor. Encontrei numa rua uma roseira, Rosa Amélia,
perguntei a dona da roseira se ela poderia me ofertar uma rosa, para que eu
pudesse oferecer a alguém, que ela de pronto me atendeu, escolhendo a mais nova
do dia, cheirosa, viva e linda. Corto-a e me deu.
Percorri 60
quilômetros para entregar a rosa a alguém de quem estou a gostar. Não sei ela
gostou da surpresa, talvez não esperasse, foi um gesto simples, romântico e
sensível, desculpem me enaltecer pelo ato, mas não sei se ainda há homens no
mundo com atitudes assim. Talvez alguém ache desnecessário, piegas e ridículo,
mas que é fofo é. Isso ninguém pode duvidar.
Não tem preço
despertar o sorriso de alguém, é quando o meu sorriso torna-se consequência do
sorriso dela, e isso torna a vida cheia de sabor. Já declamei uma poesia num
auditório lotado, mais de 500 pessoas, e me declarei, já escrevi eu te amo mil
vezes em folhas de papel, já mandei flores e escrevi textos, já virei a
madrugada conversando com alguém por quem estava apaixonado, cinco horas da
manhã e ainda trocávamos mensagens, já dormi no estacionamento de um aeroporto
dentro de um carro, já roubei flores por alguém, já fiz um piquenique na praia
de uma hora da manhã, já cantei um público pra alguém, já viajei mais de 400 quilômetros
pra passar a noite com uma paixão, já tomei banho lama ao lado de uma namorara,
já, já e já.
Isso me lembra o
livro de uma antropóloga francesa, chamado O sal da vida, quando ela menciona
pequenas atitudes e ações do nosso dia-a-dia, do cotidiano que fazem a vida
valer a pena, que dão sabor a existência, preenchem a vida com cor. O tempo
passa e a gente só sentirá saudade das coisas que um dia viveu e sentiu, e
saudade só existe porque um dia a gente fez a vida valer a pena.
Não me arrependo
dos meus impulsos românticos, gosto de provocar sensações, fazer a história
acontecer, empregar um sentido a vida, tornar a vida de alguém um pouco mais
cheia de vida. É quando me sinto vivo, cheio de esperança, sonhos e paixão,
gosto de gostar de alguém e a ela me dedicar, me oferecer por completo, cuidar,
ter afeto, isso não me torna o melhor dos partidos, mas talvez, um pouco
diferente, e diante de tanto lugar comum, acho que ainda seria possível
experimentar algo estranho e louco, mas claro, uma boa loucura, uma loucura de
amor.
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