Quando
falamos em amor, somos todos iguais
Autor – Ronaldo Magella – professor,
poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
Certos, somos racionais,
pensamos, sentimos, temos linguagem para expressar sentimentos e emoções,
denominar coisas, qualificar pessoas, caracterizar situações, mas parece que no
fundo, no fundo, bem no fundinho, apesar de todos esses atributos e
qualificações da nossa evolução como espécie, parece que somos iguais máquinas,
previsíveis, com um espécie de manual ou etiqueta que diz como iremos funcionar
ou deixar de funcionar, como vamos reagir ou não diante de certas ocasiões.
Filmes como Ele Não Está Tão Afim de Você ou Hitch – conselheiro
amoroso, demonstram basicamente isso, nossa forma de nos comportar
nas relações sociais afetivas, ou melhor dizendo, quando estamos prestes a
vivenciar um acontecimento de tal natureza, a aproximação de alguém com algum
interesse mais íntimo, podemos assim fechar o sentido desse parágrafo.
O primeiro filme, Ele Não Está Tão Afim de Você, trata sobre como
perceber quando alguém não está interessado em nós. Certos sinais básicos
demonstram muito bem o interesse ou a indiferença de alguém em relação ao nosso
contato insistente em busca de uma abordagem mais instigante. Alguém não
retorna as nossas ligações, não responde nossos emails, não dá atenção a nossa
conversa, tem sempre uma desculpa para os nossos convites ou sempre não está
interessado em uma maior aproximação, dizendo ser por falta de tempo, ou seja,
por conta do trabalho, seja, seja, enfim, seja.
O fato é que, quando alguém
quer, alguém faz acontecer, arruma lugar, tempo e uma desculpa para nos
encontrar, chega até a faltar ao trabalho, deixa de ir aula, até mentir em
casa. Mas quando não quer...bem, não quer e pronto.
O segundo filme, Hitch – conselheiro amoroso, é o contrário do
primeiro, este nos inspira a fazer a coisa certa, dizer as coisas certas,
vestir a roupa certa, ter a atitude adequada para conquistar alguém. E por mais
que alguém diga, as pessoas são diferentes, cada um tem um toque, uma fórmula,
um som que se devidamente soado no momento certo, na hora certa, no dia e
lugar, puff, a paixão começa a se desenvolver.
Se olharmos para as pessoas
que nos chamam atenção ou para alguém que queremos para sempre ao nosso lado
vamos perceber que são os detalhes que nos conquistam, o olhar, o andar, o
sorriso, a voz, alguma coisa que nos faz perder a cabeça, os sentidos, nos
despertam as emoções. O contrário também acontece, quando não gostamos de
alguém ou quando não queremos alguém por perto é por um único e simples motivo,
os detalhes não se encaixam conosco, tem algo na pessoa dissonante com a nossa
forma de ver o mundo, com as nossas preferências.
Então é isso, ou mais ou
menos isso, somos assim, emitimos sinais quando não queremos, ficamos a espera
de um sinal para reconhecer algo que estamos esperando, temos regras, manuais,
fórmulas, conceitos e preconceitos. Se alguém cumprir as regras, colimar as
fórmulas, encaixar-nos, como diz o manual, nos ganha, porém, do contrário, nos
expelirá.
Não é de agora, vide o
livro A Arte de Amar do poeta romano
Ovídio, versos que narram sobre como conquistar as mulheres e mantê-las presas
e também como as mulheres podem trair seus homens. Claro, o poeta foi banido de
Roma por ser considerado imoral, mas isso não importa ou tem valor para o nosso
texto em questão. A nossa grande questão é que, do Império Romano aos dias
atuais, digitais, parece que não mudamos nadinha de nada. Incrível. Pelo menos
nesse campos das relações e dos sentimentos somos previsíveis.
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