O burro do amor

O burro do amor

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

(24 – 03 – 2014)

Sofre mais quem pensa mais, o sabido do amor acaba não amando, ele analisa demais, pensa muito e termina por não se apaixonar, gostar, é como repetir uma palavras mil vezes, ela perderá o sentido, a ideia, ficará sem cor e sabor em nossa mente, perderá o encanto.

No amor é melhor ser burro, fechar os olhos e se deixar viver, provar do sabor sem querer saber o tempero, ir pela estrada, na viagem sem perguntar pelo tempo, se vai demorar, deixar acontecer sem ter medo do fim, sem antecipar os problemas, as causas e rompimentos possíveis.

Precisamos parar de julgar mais, sentimento não tem razão ou lógica, acontece, se vive, a gente gosta, não precisa de uma teoria para explicar, de uma filosofia pra complicar, não importa a idade, o tempo, os recursos, a aparência, é algo que acontece, é energia, vibração, loucura, burrice, é apenas amor.

No amor é melhor não saber, é preferível viver, sentir, conhecimento demais desgasta, enjoa, tira a graça, o inteligente mede tudo, calcula e se perde no resultado que ainda nem sabe se vai alcançar, é melhor deixar acontecer e contar os mortos e feridos depois, curar a ferida apenas quando o corte for feito, limpar-se depois da queda.

No amor é melhor não se precaver, deixa a prudência pra lá, se jogar e pronto, ame primeiro, pergunte depois, não dá pra sentir saudade daquilo que não se viveu, o burro sofre, mas vive, chora, mas antes sorriu, sente, mas antes teve com quem compartilhar.

O inteligente do amor não sofre, mas não tem vida, jamais ama a alguém, nunca arrisca, seu medo de sofrer é maior do que sua vontade de viver, ele perder as boas coisas da vida, de está com alguém, de sentir outra pessoa, ele até pode dizer que nunca chorou por amor ou por alguém, mas jamais poderá dizer que teve a companhia de alguém especial mesmo que por um dia.