Quando o futuro não promete, retornamos ao passado
Ronaldo
Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais
nada.
15/07/2013
Uma amiga acabou se separar-se do
marido, chegou ao fim o seu casamento, e pelo que me conta fazem dois meses,
assim ela me conta, não sei se é mesmo verdade, o que sei é que ela está investindo
em mim sem muito pudor, confesso, tivemos alguns encontros no passado, não
passamos de dois ou três no máximo, foram apenas momentos rápidos e sem muitos
sentimentos e perspectivas, mas ela me confessou que tinha sido do seu melhor “affer”,
difícil saber, mas enfim, é a palavra dela, prefiro não acreditar, tenho meus
motivos.
A sensação que tenho ou tive é
que, quando as coisas não dão certo no presente ou quando o futuro não é
promissor nós temos uma leve tendência em retornar ao passado, em voltar para
aquilo que já conhecemos, talvez minha amiga esteja fazendo isso, mas num quer
dizer que ela goste de mim ou sinta algo, apenas está sentindo o que todo mundo
sente, insegurança de ir em busca do novo, do inédito, talvez por isso tenha
vindo se insinuar para mim, pelo conhecido, experimentado.
E claro, lhe disse que não estou
muito com desejo de curar feridas ou de fazer curativos que mais tarde tenha
que retirar os pontos, não, não vou ser usado para ela curar suas mágoas e
feridas, sei o que ela sente, já senti o mesmo, quantas vezes as coisas não
deram certo e logo pensei em voltar para alguém que já conheci, para alguém que
eu sei ou sabia que poderia me acolher, isso acontece com todo mundo, é
natural.
Nós sempre teremos essa tendência
de retornar ao que nos faz seguro ou ao que nos permitirá essa segurança, mas é
só a gente pensar um pouco pra perceber que esse desejo não é mesmo forte o
bastante para nos motivar a ir mesmo até o fim, claro, em alguns caso até pode
ser, mas em muitos não, é apenas um sentimento de carência e solidão. Um amigo
que perdeu a namorada há pouco tempo e fez a mesma coisa, como ele me contou,
buscou refúgio no amor do passado, na primeira namorada, em alguém que ele já
conhecia.
E por que não ir de encontro ao
novo? Penso, talvez, não sei, por insegurança, não é fácil começar uma nova
relação, se entregar, ter que conhecer outra pessoa, ir fundo, contar-se,
abrir-se, e depois de certa idade, ficamos mais cautelosos, prudentes, pisamos
com um pé atrás, vamos e voltamos muitas vezes, analisamos demais, pensamos
muito e muitas vezes desistimos antes de começar.
E por fim, ainda disse a minha
amiga, olha, dá um tempo, segura a onda, é cedo para começar a se envolver com
outra pessoa, dois meses ainda é muito pouco, você poderá voltar com ele, se não
agora, talvez mais tarde, e pode assim ferir ou magoar outra pessoa, ela me
disse que não estava morta, até a entendo, mas confesso e tenho que dizer a ela
que, para esse tipo de situação me faço de morto.
A prudência nessas horas pede que
você tenha calma e analise melhor as situações, não se deixe em envolver pelos
desejos e instintos, pois quem pode sair ferido é você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário