No dia dos namorados: não dê coisas, se dê
Ronaldo Magella – professor,
poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
10/06/2013
Estou sem namorada, normal, acontece,
faz parte, deve haver muita sozinha, separada, sem ninguém por aí, vai haver
muito choro e ranger de dente pelas redes sociais no próximos dias, mas não
quero falar dos solitários, mesmo sozinho sou um romântico sem lugar neste
mundo moderno e prático, veloz e meio insensível, o mundo que mais graça uma imagem
numa rede social do que num beija flor em nossa porta, mas enfim, estamos
perdendo o nosso contato com as coisas simples do mundo, para deixar a vida
mais complexa.
Penso que se você tem uma
namorada, e ou se pelo menos eu tivesse uma, não estou reclamando, calma aí,
talvez a melhor opção seja optar por algo simples, intimista, modesto, mas
significativo de valor.
A tese é simples, no dia dos
namorados, não dê coisas, se dê, não compre coisas e objetos, venda a si mesmo,
deixe-se amar e ame, permita-se gostar e goste, se envolva, não vá procurar
pelo presente perfeito, seja você o melhor
presente, faça o melhor de si, por você, por vocês, pela relação, tá bom de se
impor, de querer que o outro seja como você deseja, quer, aceita, entenda,
compreenda e viver melhor, será um dia diferente, pode acreditar.
Simples demais entender isso, as
relações terminam, elas podem até voltarem, mas nessa hora, nesse intervalo,
ninguém vai olhar pra um perfume, um cd, um livro e pensar, poxa, ele me deu
isso, ela me deu essa camisa, vou voltar, vou fazer valer a pena, não acredito
nisso, acredito que as sensações, os sentimentos, a coisa vivida seja mais
importante. O mais importante são as pessoas, o que elas fazem, sentem, vivem,
todo mundo esquece um presente, mas ninguém esquece um gesto de afeto e amor.
Aliás, entendi que de todos os
sentimentos, o amor é o único que jamais irá morrer, acabar, a raiva, a dor, a
mágoa, a tristeza, todos essas sentimentos um dia cansam e deixam de existir
dentro de nós, mas amor é e será eterno, pois amar não cansa, é bom pra quem
ama, é bom pra viver e nos fazer seguir confiantes.
Acredite, por maior que tenha
sido a dor a separação, seja por mentira, traição, seja o que for, nessa hora o
que se viveu terá um valor importante, ela ou ele irá pensar mesmo o que
importa pra voltar e não serão os presentes, será avaliado o cuidado, o afeto,
a atenção, o carinho, a amizade, coisas que não podem ser expressas muitas
vezes em objetos, em coisas, em presentes.
Logo, usa a fórmula simples,
aquilo que jamais poderá esquecido, esqueça os problemas, seja gentil, educado,
procurar mudar, não brigue, busca ser outro ou outra nesse dia, dê uma chance a
si mesmo, a vida, a felicidade, a alegria, ao novo, enfim, não compres flores,
roube-as de algum jardim, nada de chocolates, vá pra cozinha, nada de ursinho,
faça uma boneca você mesmo, nada de cinema, vá pra uma praça, tome um sorvete,
converse, ria do povo, sinta o momento, a você mesmo, ao outro, escolham um
filme, deitem numa rede, no chão, façam pipocas, vão dançar, sejam felizes.
Eis a minha dica para os
namorados, como sei que o mundo capitalista impera, todo mundo vai comprar os
seus presentes, mas pensem bem, podem até comprar, mas lembrem, como cantou
Maria Betância, as coisas que me davas, não tinha nenhum valor, se o mais caro
me negavas, que era todo o seu amor, então, dê a si mesmo, e veja o quanto isso
pode ser bom pra você, pra vocês, pra relação.
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