Precisa-se de um companheiro
Ronaldo
Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais
nada.
27/06/2013
Uma amiga me disse, meu marido é
ótimo, bom pai, ótimo profissional, não falta nada em casa, é bom de cama, por
ele a gente não sairia da cama, mas ela é péssimo como companheiro, resultado,
eu me apaixonei por outra pessoa, mas isso deu outro nó na minha vida.
E com uma história assim, sempre
vem me a pergunta, por qual motivo mesmo a gente se relaciona com as pessoas,
por que namoramos, casamos, temos amigos? A sensação que tenho é a de que a
gente precisa de ajuda mútua, que é o que chamamos de companheirismo, alguém
que nos ajude e alguém a quem possamos ajudar a suportar os aperreios da vida.
Como a minha amiga me contou,
sexo, dinheiro, casa, estabilidade, essas coisas são importantes, mas é preciso
ainda amizade, afeto, companhia, estar junto, presente, do lado, ser mais do
que o comedor, o provedor, é preciso colocar o lixo pra fora, consertar a tv,
buscar o pão, arrumar a casa, tirar as roupas do varal, resolver os problemas,
ser um ombro amigo pra chorar, compreender, apoiar, entender, aceitar.
E então, ela me conta, mas enfim,
acabei me envolvendo com um cara mais jovem, de 22 anos, mas ele ainda é muito
infantil, já pedi divórcio ao meu marido no auge de paixão, mas hoje pensei melhor
e não vou arriscar a minha vida por um cara mais moço que talvez lá na frente
venha a ser pra mim uma dor de cabeça ainda maior, como está dando certo até
agora vou ficar com os dois, afinal, meu marido não liga muito pra mim, eis o
nó da minha vida.
Depois disso fui perceber como a
vida das pessoas é muito complicada nesse campo afetivo, todos nós temos
problemas, todos procuramos a felicidade, mas poucos de nós conseguimos nos
centrar realmente nessa busca, a gente confunde paixão com amor, sexo com
amizade, amizade com tesão e a vida vira uma loucura, falta um norte que nos
imprima uma reta correta e segura, mas será que há alguma coisa segura nos dias
de hoje?
Segundo Ivan Martins, colunista
da revista Época, num futuro ou nos tempos atuais a tendência é vivermos mais
de um relacionamento de forma paralela, tenho minhas dúvidas, mas se assim o
for minha amiga está no caminho certo, ou seja, já estão dentro dos novos
modelos que deverão permear o nosso destino doravante.
De qualquer forma, toda e
qualquer relação, penso, deve se basear mesmo nesse princípio da mutualidade do
companheirismo, não dá mais pra pensar apenas em sexo, dinheiro, beleza, o
mundo ficou muito difícil, as pessoas sozinhas e carentes e precisam cada vez
mais de companhia, de pessoas que as possam entender, estarem ali ao lado,
enfrentando as coisas da vida, do mundo, da história de cada um, mas que de
maridos, esposos, namorados, precisamos de amigos, sem essa relação de poder
que muitas vezes impera nas relações, precisamos de pontes e laços e não só
apenas de obrigações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário