E no meio de tanta gente...
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor,
blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (23-01-1014)
Um dia escrevi um texto pra ela, por
um impulso, não sei bem os motivos, nem sei o que levou aquilo, talvez, bem,
talvez, não sei, quem sabe, deixa pra lá, pode ter sido o acaso, ou essas artimanhas
da vida, das coincidências que a gente nunca descobre os motivos até ficar
apaixonado, conversamos sobre música, shows, sonhos, amor, paixão, éramos dois
desconhecidos, morando na mesma cidade, nos sabíamos, mas não nos conhecíamos, até
um dia, sem querer, ou pela força do
destino, disse oi, ela respondeu, nos falamos o dia inteiro, e gostamos, nos
gostamos, trocamos músicas, sorrimos, nos achamos estranhos e simpáticos, conversa
boa, era um descoberta, ou uma redescoberta, alguém que sempre estivera ali,
mas nunca a percebera, sempre a vira, nos falávamos, timidamente, mas nunca
tínhamos nos permitido nos conhecer, até um dia, ontem, foi como encontrar um
amor perdido ou distante, acordar uma
paixão adormecida, sentir outra vez algo que pensava que nunca mais haveria de
sentir, emoção, insônia por gostar de alguém outra vez, esperança, felicidade
de um coração magoado, encontrar alguém para me fazer esquecer o passado e
sonhar com um futuro, o encontro de uma outro alma, um ser, outra pessoa, uma
vida, um coração igual ao seu, alguém para compartilhar das suas afinidades, gostos,
simpatias e desejos, ela me contou que adorava Alceu Valença, gostou quando lhe
mandei uma música de O Teatro Mágico, e suspirou quando lhe enviei uma canção
do Jorge Vercillo, ela me confessou que se pudesse pegaria um carro e partiria
sem rumo para qualquer do mundo, não lhe disse a respeito disso, mas agora lhe
afirmo, também é a minha vontade, o meu desejo de me perder, sumir, sentir o
sabor e o sal da vida, e se pudesse ir com ela, penso que agora seria melhor
ainda, e conversamos, daquelas conversamos que não queremos mais parar, nem
terminar, ela me disse gostando da nossa conversa, estava cansada das mesmas
coisas, queria rir, discutir música, falar coisas de diferentes, como estávamos
ali, como estava acontecendo, fui dormir pensando nela, e a acordei procurando,
bobagem, ela estava já aqui, em mim, dentro de mim, no meu pensamento,
invadindo meu sentimento, tomando conta da minha vida, tamanha foi a força do
nosso encontro, e pensei, em como é engraçada a vida, o ouro, o tesouro não
precisa bilhar, pois jamais perderá o seu valor, ela sempre estivera ali do meu
lado e nunca prestei a atenção, até ontem, até hoje, até agora, como diz a
canção, “demorou pra ser, mas agora é”, espero que possa contiuar. Talvez ela
me chame de louco, talvez não sinta, talvez diga lindo, gostei de saber, ou
então, talvez diga, senti a mesma coisa, mas certamente ela não poderá negar um
sentimento de empatia que ontem nos tomou a alma e nos invadiu o espírito, um
sentimento de encontro, quando duas almas afins se descobrem, se acham, por
coincidência, acaso, sorte, destino ou azar, seja pelo que for, de qualquer
forma, ela existe, isso agora eu sei, nos sabíamos sós, sem que estivéssemos
sós, existíamos, mas não nos permitíamos, agora nos sabemos, deixemos que
afinal floresça um mais de uma amizade em nós, com as graças de Caetano Veloso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário