Queria amar sem medo
Ronaldo
Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais
nada
Queria amar sem medo, como a
verdade que espera sempre prevalecer, como as aves que correm livres pelo céu,
como o sol que não teme morrer em cada entardecer, como os pássaros que cantam
soltos, como a lua em sua solidão, ou as estrelas que brilham todas juntas e
sozinhas, com o vento que corre ligeiro, faceiro, sem lugar pra chegar, indo sempre
pra qualquer lugar.
Queria amar como os poetas, sem
medo do absurdo de suas palavras, como a Terra que gira sem parar, como as
formigas que trabalham de forma incansável, como os caminhos que nos levam sem
nunca nos parar ou nos perguntar aonde queremos chegar, amar como os loucos,
sem entender, como os doentes, incuráveis, como quem ora com fé, sem saber o
que irão atingir, como os cegos que vagam pela escura imensidão, como o espelho
que não nos esconde, como a solidão que não teme.
Amar como as horas que passam sem
nunca atrasarem, como os dias que ficam, como o passado que não muda, como o
futuro sempre por acontecer, o presente para viver, amar como as mães sempre a
perdoar, como o rio que segue sem parar, ou mar, sempre por se admirar, como a
chuva caindo nova vida ensejando, como as árvores que nascem para o alto, se
prendem pelo chão, como as folhas verdes que não caem, como as seca que
desistem, como a vida em começo e seu fim.
Amar sem ter medo de voltar, ir
ou parar, amar sem medo de pedir desculpas ou me arrepender, amar sem medo de
sentir dor, solidão ou abando, sem medo de beijar de olhos fechado, abraçar no
escuro, cantar no banheiro, deitar no chão, sonhar acordar, amar sem medo de
pedir carinho, um beijo ou um abraço, de me entregar, me deixar carregar ou
levar comigo quem ao meu lado estiver.
Amar sem medo de palavras dizer,
falar ou cantar, sem medo de palavras ouvir, compreender ou entender, sem medo
de olhar, do olhar, sem medo do amanhã, do ontem, do agora, sem medo do daqui a
pouco, do logo mais, do antes, do atraso, do que pode ser antecipado, do silencio,
do que pode ser calado, deixado, abandonado.
Queria amar sem medo para pode
ser o que sou, falar do que sinto, penso e quero, sem medo da mágoa, da raiva,
do rancor, amar pra cometer pecados e depois me perdoar, amar para antes do
entardecer pode viver tudo outra vez e novamente amar para nunca mais esquecer,
só queria amar sem medo para nunca ter medo de nunca mais amar.
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