quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A espetacularização da morte, não se morre mais, torna-se estrela das redes sociais

A espetacularização da morte, não se morre mais, torna-se estrela das redes sociais. 

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (28-08-1014)

Ninguém morre mais como antigamente, a morte tornou-se um espetáculo, ainda uma das características da cultura do espetáculo, outra. 

Hoje, com a predominância do olhar, imagens em detrimento de sentimentos, mostrar é melhor e mais importante do que sentir. 

Ver é tudo, não importa, precisamos do visível, só existe o que é publicado, exposto, postado, o que está ali em nossa tela, aos nossos olhos, é o show da vida, em questão, da vida dos outros.

Nossos mortos tornaram-se personagens e estrelas, nos chegam pelas redes sociais, são mostrados mortos, decapitados, assassinados, cortados, nada mais nos choca, tudo nos prende a atenção por alguns segundos, minutos, e logo passamos adiante esperando o próximo defunto, acidente, resto mortal de alguém que nem sabemos que seja, mas que passamos adiante como uma situação sine qua non dos nossos hábitos digitais. 

Morrer deixou de ser um fenômeno natural para torna-se um evento, um acontecimento, um espetáculo, gostamos de ver pessoas mortas, morrendo, acidentadas, mutiladas, como se fosse o mais novo reality show do nosso programa em casa, da nossa televisão portável, que está ao nosso alcance 24 horas, conectado. 

De celulares em punho estamos prontos para qualquer momento grave, briga, confusão, morte, acidente, nudez, nunca antes na história nossa soubemos tanto das desgraças alheias e tão pouco dos nossos sentimentos, apenas fazemos, olhamos, curtimos, compartilhamos, mas nunca nos interrogamos os motivos que nos levam a fazê-lo.

Talvez nem motivos para tais tenhamos, apenas podemos fazer e o fazemos, não há necessidade de pensarmos, aliás, pensar em nossa sociedade, com tudo pronto e acabado, é quase um risco, uma ameaça, um contra tempo, e tempo, com tudo o que temos para olhar, ver, não podemos perder. 

Há um sentimento infantil de nos mostrar, como crianças, queremos que todos apreciem os nossos dotes físicos, materiais, o nosso prazer, que vejam a nossa glória, pois dos outros apenas a desgraça espalhamos. 

Somos narcisistas de nós mesmos, nos admiramos, e como tal, nos expomos, pois nos achamos, mas somos urubus dos outros, repassamos apenas o que há de pior neles, deles, e para eles. 

Guardamos nossos segredos, abrimos nossas qualidades, escancaramos o pior dos outros e sorrimos da queda alheia.

Para nós temos desculpas, para os outros críticas, para nós queremos perdão, para os outros punição, para nós queremos a dúvida, para os outros temos já a certeza sempre do pior. 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

“Depois de você, os outros são os outros, e só”

“Depois de você, os outros são os outros, e só”

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada 
                                                                                                                               

Leoni tinha razão, haverá sempre a pessoa da nossa vida, aquela pessoa que fará com que os outros sejam os outros, e só. 

A gente pode até gostar de outras pessoas, mas aquela será sempre a nossa maior referência em amor, afeto e alegria, vida, “o nosso melhor namorado, a nossa melhor namorada”, alguém que fará sempre o nosso dia melhor, a nossa vida mais gostosa, encantadora, fascinante, alguém que a gente sempre terá por perto, dentro de nós, em nossas saudades e lembranças, que irá nos despertar um sorriso a qualquer momento, e que irá nos provar que amar e gostar é realmente uma coisa boa, que não precisamos sofrer para e por gostar de alguém. 

Vamos conhecer muitas pessoas, talvez até evitar comparações, mas cairemos sempre na lembrança da pessoa que amamos um dia. Foi ela e dela e pra ela o nosso melhor, ela era o melhor, ela tinha a melhor a nossa conversa, era com ela que as horas corriam céleres, rápidas, mas era também com ela que a gente passaria a vida conversando, por gostar, era com ela que a gente gostaria de viver o melhor da nossa vida, viajar, acordar ao lado, tomar café, deitar na rede, tomar banho de chuva, dançar, ficar junto, andar de mãos dadas, brincar como se fosse criança sempre. 

A nossa vida irá continuar, mas é como se nada mais importasse, a gente segue na banguela, apenas desce a ladeira, sem fazer muito esforço, esperando que aquela pessoa possa nos acompanhar um dia, a gente vai, sempre olhando de lado, esperando ela aparecer. 

A nossa vida continua, mas seremos sempre dela, viveremos outras coisas, paixões, amores, mas a coisa mais importante sempre será aquela pessoa. Viveremos paixões sem ciúmes, relações sem empolgação, companhias sem afeto, vidas em silêncio, pois tudo e todo  o nosso melhor sempre será daquela pessoa, e pra ela guardamos o nosso melhor sorriso, o nosso abraço mais gostoso, a nossa risada alta, o nosso abuso grande, a nossa raiva, a nossa vontade de viver, pois depois dela, “os outros, são os outros, e só”. 

domingo, 24 de agosto de 2014

Mulher tem sentimentos, é preciso respeitar

Mulher tem sentimentos, é preciso respeitar

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Já percebi que as mulheres sentem diferente dos homens, são mais profundas e intensas, se entregam mais, enquanto os homens são mais rasos e curtos, e muitas vezes não se dão totalmente na relação.
Mulher se envolve mais, ela cuida, se preocupa, se preserva, se dedicada, espera se reconhecida, ela se entrega, pra ela a relação precisa ser completa e intensa, viva e quente, por isso eles sentem mais, e como sentem.

Um homem cura rápido a sua dor de amor, bebe, arruma outra, vai pra balada, festa, sairá com os amigos, como se nada tivesse acontecido, sim, entra um pouco de orgulho, machismo, e não pegará mal pra ele ser vista com outra logo em seguida ao término de uma relação. Com as mulheres isso não acontece da mesma forma.

As mulheres se entregam de forma mais intensa, sentem mais, há uma demora e uma distância para chegar a cura de uma dor de paixão, elas não conseguem seguir o mesmo roteiro que os homens, bebida, amor novo, festa, e não fica bem pra elas serem vistas já com outro de forma recente ao fim de uma relação.

Mas os homens não entendem isso. Uma mulher recém-separada, que terminou uma relação a pouco tempo, demorará um pouco para entrar em outra, mesmo que na antiga não houvesse mais amor, não é tão simples pra elas, como é para os homens. Machuca, dá medo, magoa, existe insegurança, claro, por conta do sentimento, do envolvimento, da dor, e da sociedade ainda machista, ela irá precisar de um tempo, primeiro pra si, segundo para encontrar confiança em outra pessoa para ter a coragem de investir em outra relação, e ainda para curar o que está ferido por dentro.

As mulheres sentem mais, aos poucos elas irão ceder e permitir que alguém chegue e faça companhia, que se torne amigo e depois, talvez, se ela sentir segurança, que se torne alguém querido, mas isso irá demorar um tempo. Como os homens, muitos, só querem uma noite de sexo, de prazer, só querem ficar e curtir, nunca é tão simples para uma mulher aceitar ser usada, por mais liberal que seja, moderna, isso ainda não é tão fácil de ser digerido, ser apenas um objeto de sensações.

Os homens não entendem isso, muitos são imaturos e machistas, pensam apenas em si e na noite de prazer que podem ter, na glória de contar aos amigos que está com a fulana de tal, está pegando, comendo, desprezando o sentimento de alguém, de uma mulher. A experiência me ensinou a respeitar o sentimento de uma mulher, mesmo sabendo que terminou há pouco a sua relação, sei que dentro dela há ainda muitos sentimentos e dores, confusões e lembranças, saudade e memória, sim, elas sentem e muito, é preciso respeito e tempo, compreensão e paciência.


Mas sei também que a paixão é algo que não se controla e quando se encontra alguém especial, diferente, interessante, não há como resistir, se controlar, deixar passar, só resta sentir e viver. 

Gatinha, princesa, os meninos e suas cantadas idiotas

Gatinha, princesa, os meninos e suas cantadas idiotas
(menos pra quem gosta da bunda do Hulk)

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada 

Uma amiga reclama, os meninos conversam muita besteira, não suporto, falam de carro, academia, festa, ficar, como se isso fosse me impressionar, me conquistar, são chatos e pedantes, vaidosos, não sabem conquistar uma mulher, não sabem conversar, só querem falar sobre eles, o que eles têm, fazem, odeio isso, enche o saco.
Outra amiga me diz, teve um cara que disse que só sabia falar de vaquejada e academia, malhação, que eu era muito inteligente e que ele não estava a minha altura, e que se quisesse a gente poderia falar sobre o que ele sabia conversar. Os caras não têm criatividade, chegam perguntando se vou assistir ao jogo do Brasil, claro, né idiota, quem não irá ver o jogo? São imbecis demais.

As meninas, dizem, querem pessoas interessantes e inteligentes para conversar, mulher odeia rotina, monotonia, fazer a mesma coisa sempre, ter as mesmas conversas, o mesmo papo, abusa, aliás, já escrevi sobre isso, uma crônica chamada “O amor não suporta rotina”, acho que foi esse o título, não lembro mais, mas enfim, o problema é que os meninos são imaturos e insensíveis, e querem sempre falar das mesmas coisas, festas, carro, academia, bebidas, querem falar deles, como se isso fosse impressionar uma menina, garota.

Desde cedo eu percebi que não suportava falar sempre das mesmas coisas. Depois de uma festa no outro dia todo mundo passava o dia comentando sobre a festa, não suportava, tinha ido à festa, pronto, foi bom, passou, chega, não dá pra ficar falando o dia todo, a semana inteira quem pegou quem, quem vestia o que, era preciso mudar o canal.

Sou diferente, estranho, não sei falar sobre carro, aliás, odeio, tem gente que é insuportável quando compra algo, principalmente um carro, é o dia todo falando do carro, meu carro pra cá, pra lá, não sou assim, se tenho alguma coisa, pronto, deixa lá, num preciso está falando, aliás, só falo de alguma coisa minha quando alguém me pergunta, se a pessoa não me pergunta, é porque não quer saber e nem se interessa, e eu num vou falar só pra dizer que tenho.

Entendo as minhas amigas, são meninas inteligentes, não gostam de quem não tem algo a dizer, principalmente as mesmas conversas e cantadas, oi gatinha, princesa, aliás, será que alguém é conquistada assim dessa forma ainda hoje por alguém? Apesar da idade, minhas amigas são maduras, não gostam de exibição, são discretas, não ficam com o primeiro que aparecer, são diferentes, eu diria, não seguem a massa, têm personalidade.

A coisa mais difícil do mundo é conquistar alguém segura de si, principalmente uma mulher, ela sabe o que deseja, quer e não irá ficar com uma cara só por ele ser bonito, ter um carro e ser magro, isso já tem demais por aí, a perder de vista, ela desejará mais, alguém que a entenda, que seja maduro, seguro, em quem ela possa confiar.

Mas claro, estou falando de um tipo especial de mulher, mulher que vai pra uma rede social postar a bunda do Hulk, não está na minha lista de mulheres especiais e diferentes, essas sim, gostarão serem chamadas de princesa, gatinha, gostosa, filé, e com certeza ficará com o primeiro que disser algo interessante, como, e aí a festa está boa, você vem sempre aqui?




sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Mulheres são holísticas, homens parciais

Mulheres são holísticas, homens parciais

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (18-06-1014)

Gosto das mulheres pelo seu poder de contemplar o todo e nunca só uma parte da história, os homens são parciais, estão apenas e muitas vezes só preocupados com os seus desejos, com o seu ego e com o prazer, as mulheres são diferentes.

Quando uma mulher decide ficar com um homem ela já investigou todas as possibilidades, já sondou o passado dele, a vida dele, o que faz, de onde vem, pra onde vai, se vai dá certo, se não vai dá certo, como serão as coisas, ela planeja tudo, nos mínimos detalhes, pensa nas consequências, no momento e no futuro do momento, logo, penso, talvez esteja errado, mas acredito que, quando uma mulher diz gostar e querer, acredite, é verdade, dentro dela já está solidificado o sentimento.

Por isso as mulheres
esquecem com mais dificuldade um amor, uma paixão.

Os homens são diferentes, eles podem querer apenas por um momento, ficar com alguém sem sentir nada, só pelo prazer sexual, só para contar aos outros homens que ainda são capazes de ficar com alguém, que é o cara que consegue transar com várias, eles não se interessam pelo passado da mulher, o que haverá depois, quais as consequências daquele ato, eles apenas fazem, cumprem o seu papel de macho, como se fossem ainda animais, como se tudo fosse instinto.

Por isso eles esquecem rápido demais, uma mesa de bar, um novo rabo de saia, e pronto, adeus sofrimento, amor, paixão, saudade.

Por isso uma mulher pensa muita e reflete demais antes se entregar pra alguém, pra ela será sempre por inteiro, por vontade, desejo e paixão, para um homem não, ele poderá não sentir nada, nem gostar, mas ficará, só por ficar e nada demais, como os homens mesmo dizem entre si, eles não negam fogo.

Parece que dizer não a uma mulher no universo masculino não é bem vindo, pega mal, deixa muitas dúvidas, e as mulheres também não aceitam um não de um homem, passam a falar mal da criatura, como se aos homens fosse uma obrigação sempre querer uma mulher, enquanto que as mulheres não aceitam e toleram rejeição. 

Uma mulher pode roubar o coração de um homem, simples, fácil e rápido, mas não sei, e tenho dúvidas, se um homem consegue roubar o coração de uma mulher, só se ela não estiver com alguém, ninguém, não houver nada em sua cabeça. 


Uma amiga me disse que quando uma mulher tem alguém em seu coração ninguém mais poderá entrar, acredito em parte. 

Sei que, quando uma mulher quer, ela quer e ninguém irá segurar, mas sei também que quando ela disser não, nada poderá mudar isso, e mais, se lá, em seu coração, houver alguém, que esse alguém cuide, zele, se tranque, pois se sair, talvez nunca mais venha a voltar. 

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Amadurecer é se resolver para permanecer

Amadurecer é se resolver para permanecer

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (19-03-1014)

Talvez se deva medir uma relação não pelas coisas boas e gostosas que se viveu, que o casal sentiu, mas pela forma como o casal administrou os seus conflitos, suas guerras e seus momentos de tensão íntima.
É ótimo viver em paz, é tudo que queremos e almejamos, mas uma relação só continua se houver maturidade para se resolver os problemas, para sentar e dialogar, para superar as dificuldades e os conflitos, orgulhos e queixas.

Quando o gostar é frágil, qualquer motivo leva ao fim, quando o querer é forte, sempre se encontra uma razão para prosseguir, para tentar mais uma vez.

Casais maduros, que amam e se gostam, não se deixam, se resolvem, pois sabem que chegar ao fim e partir para outra não irá alterar ou melhorar nada. Casais imaturos descambam para as agressões, grosserias e acabam ampliando o abismo da relação, criando um caminho sem volta.

Não existe relação perfeita, existe vontade em acertar, de fazer acontecer, de lutar por dias melhores, por saber que o outro ou a outra, que ficar com ele e ela vale a pena, que as qualidades são maiores do que os defeitos, que a companhia é algo interessante e significativo, melhor do que a separação.
Na maioria das vezes é sempre sem querer que acontecem os desentendimentos, uma briga pequena, uma confusão rápida, um desgosto passageiro, coisas que precisam ser superadas, vencidas e contornadas para que não tornam a relação chata e sem sabor.

Mesmo assim não se pode avaliar toda uma relação por conta de um único momento, é preciso sentir o todo, pois momentos ruins acontecem, confusões, brigas, conflitos, mas isso não deve ser o ponto para se chegar ao final.

O ponto deve sempre para se continuar, o que temos e vivemos permite que possamos viver e ir juntos? Ou devemos nos deixar pelo que há em determinados momentos? A maturidade diz que devemos ver o todo e não só as partes, a imaturidade diz que é melhor parar agora do que viver a mesma coisa lá na frente.


Mas o tempo sempre prova que as pessoas amadurecem, melhoram, crescem e mudam e tornam-se pessoas melhores, quando alguém acredita nelas, permite que elas possam seguir esse percurso de evolução, pular do barco antes que ele afunde pode ser muitas vezes a única salvação, mas esperar e ter esperança de que ele poderá chegar ao seu destino pode ser recompensador.