segunda-feira, 30 de março de 2015

Com amor, Vida

Com amor, Vida.

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (30/03/2015)


Gosto da vontade dos seus beijos quando o desejo se faz intenso e tua língua se prende a minha, intensa, forte, gostosa, gosto dos teus olhos em mim, do teu corpo no meu, quando o seu prazer chega e teu corpo aperta o meu com força e intensidade, quando teus pernas me prendem ao sentir o prazer, adoro seu cheiro leve de mulher meiga e dengosa, odeio suas brigas, imploro sempre por sua paz, admiro tua força e acho lindo a sua tua insegurança, mas me enlouquece o teu ciúme, não gosto das tuas vinganças premeditadas, suas mágoas e seus revides, gosto quando conversamos, sozinhos, por horas, dias, quando juntos nos tocamos e nos sentimos, quando percebemos que somos o que há de melhor, quando nos admiramos, nos acariciamos, nos desnudamos e nos permitimos. Fico triste quando tu vais embora, anseio por logo conversar e saber de ti, de como foi o nosso momento, o nosso encontro, as nossas horas. Gosto das suas pernas nas minhas, da tua boca em mim, seu cheiro junto ao meu, nossa vida seguindo, um só caminho, um único destino, me encho de esperanças quando falas do nosso futuro, espero e quero pelo teu amanhã, suspiro nos teus “hojes”, já sou um pouco do teu passado, quero agora o que virá, as horas que irão chegar, as primaveras, os teus verões, teus outonos, me abraçar a ti em teus invernos, tirar sua roupa no calor, colher rosas para ti, me aconchegar ao teu lado, te fazer um café, sorrir contigo, banhar-me junto, ficar, permanecer, ir, ser, pra sempre, eterno, pela o que vivemos, pela nossa pequena grande história, pelo que aprendemos um junto ao outro, de mim, em ti, por nós, com amor, vida. 

quarta-feira, 25 de março de 2015

Não me perguntem pelo que escrevo, também não quero saber

Não me perguntem pelo que escrevo, também não quero saber

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (23/03/2015)

Escrevo tomando café, é a única que sei.

Odeio o que escrevo, não gosto, não reviso, não releio, não tenho interesse depois que publico no meu blog, nas redes sociais, não me vejo no que escrevo, muitas vezes acho interessante, até estranho, outras vezes acho ridículo, chato e ruim. Enfim.

Outro dia um amigo escritor me disse que sempre acha que falta algo naquilo que escreve e que não sabe se comportar diante da recepção das pessoas com aquilo que escreveu. Nunca sei o que dizer quando alguém diz que leu algo meu, que escrevi, só tenho vontade de rir, sempre acho que ninguém me ler ou se ler aquilo que escrevo realmente não acha bom.

Somos assim, escritores, me permitam o devaneio. Já li muito e sempre vejo os escritores dizendo a mesma coisa, depois de escrito, publicado, não interessa mais, não sentem vontade de reler. Reler é ruim, impera a vontade de mudar tudo, rasgar, tocar fogo, melhor deixa pra lá, se bom ou ruim, já era, foi escrito. Não importa mais.

Há uma repulsa naquilo que se escreve, como se ao se escrever sentíssemos certa vergonha ou um asco, amadurecemos depois do escrito e aquele texto é o retrato da nossa imaturidade e não queremos mais olhá-lo, como se fosse nos causar um constrangimento, nos envergonhar.

Escrever é como tirar a roupa, se mostrar, colocar pra fora, deixar à vista aquilo que ninguém sabe, conhece, viu, é se desnudar, colocar-se pelo avesso para que todos possam comtemplar, apedrejar ou aplaudir. Com preferência para a primeira.

As pessoas sempre perguntam o que há nos meus livros, digo que não sei, elas dizem, ué, mas num foi você quem escreveu, digo que sim, mas que não me interessa mais, foi um período da minha vida, é a minha história, mas não fico olhando para o passado, só me importa o que virá pela frente, o que falta escrever, não o que escrevi.

Até sei que há autores perfeccionistas, que gostam dos textos como se fossem filhos, mexem, mudam, acrescentam, sim, talvez no momento da produção e escrita, mas depois de terminado, não mais, o texto é algo morto e enterrado, só lembrado quando necessário.

O prazer muitas vezes é na concepção, na escrita, no ajuntamento das palavras, no formato das ideias, juntar as coisas, dá um sentido e materializar as emoções e os sentimentos, gostoso é começar, terminar, produzir, editar, construir, depois, não mais. É chato.


Meu amigo tem razão, sempre falta alguma coisa, não gostamos do que escrevemos, mas o fazemos, como respiramos, é automático, sentamos e pronto, estamos nós a pensar e materializar o que há em nós. Somos o alvo. 

segunda-feira, 23 de março de 2015

Quando chove, é você quem chove em mim

Quando chove, é você quem chove em mim

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (23/03/2015)

Quando chove penso em você, ouço o som da chuva caindo no telhado, sinto o cheiro da terra molhada, do mato verde, o ar frio e leve correndo pelas ruas, me levando até você, o pensando dispara e te encontro dentro de mim, onde você já faz morada há tempos. Quando chove eu penso apenas em ficar contigo, esqueço de tudo para lembrar de você, penso no silêncio e em como gostaria de está ao teu lado, aqui, mais uma vez,  ouvindo a sua voz, sentindo a sua respiração, de outra vez, e vezes, penso, loucamente,  em sair no meio da chuva e te chamar pra dançar, te beijar enquanto a água caísse sobre nossos corpos ou apenas te abraçar e te proteger do frio, sair caminhando pela cidade, sem destino, soltos e livres, sem medos de olhares alheios e outros, vivendo a nossa vida, e iríamos, brincar de barquinho nas águas que correm e descem pelo meio fio, voltar a ser criança, te fazer sorrir, tomar banho no meio da rua e gritar de alegria. Quando chove, penso em nós dois tomando café, nos olhando, sorrindo, você reclamando de mim, me pedindo para parar de te olhar, nossas mãos cruzadas, juntas, untadas, firmes, macias, seguras, próximas, coladas, grudadas, apertadas. Quando chove, quando estou sozinho aqui, em casa, comigo, penso no quanto será bom abrir um vinho e esquecer o mundo lá fora, ficar apenas eu e você, a esperança que a chuva trás lá e o nosso amor aqui dentro acontecendo, conversa pequena, sorriso meigo, som a chuva, nosso cheiro misturado, meu corpo no teu, teu gosto no meu. Quando chove, penso que a gente seria mais feliz se estivéssemos sempre juntos, sem brigas, sem ciúmes, dedicaria minha vida a tua, seria como a chuva que vem trazer vida, te faria feliz. Quando chove, penso em você, como clichê ao que sou todo dia acometido, como uma história que se repete, não termina, mas sempre recomeça, está aqui, dentro de mim, acontecendo sem parar, meu maior vício. Quando chove, quando chove, quando chove, quando você chove em mim, nos meus pensamentos, emoções, nas minhas ideias, nos meus sentidos, é você caindo em mim, por mim, de mim, é você a minha chuva, minha alegria, “meu amor, cadê você, eu acordei, não tem ninguém ao lado”, cantou Adriana Calcanhoto, quando chove, me sinto assim, preciso acordar e ter você ao meu lado, mas vivo como alguém que espera sempre chuva, para quando chover. Quando chove...

Não desperdice o tempo do amor

Não desperdice o tempo do amor

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (23/03/2015)


Sento na mesa, ela me olha diferente, mal cheguei ela joga em cima de mim toda a sua mágoa, raiva, o seu ciúme contido, fala, me diz que vai embora, depois pede pra eu ir embora, diz que é melhor assim, afastados, que brigamos demais, que não vai mesmo nunca dá certo, me seguro, suspiro, olho distante, baixo a vista, suspiro, logro dizer algo, minha  vontade também cresce dentro de mim de entrar no mesmo tom, partir para a agressão, a incontinência verbal, me seguro, espero ela falar, lembro de Renato Russo, “brigar pra que, quem irá nos proteger?”. Tento sorrir, ela não gosta, me pergunta de que estou a gargalhar, não vê ninguém ali com cara de palhaço, não há graça nenhum, ela está pronta para a luta, quer ganhar a guerra, vencer a batalhar, desvio das suas armas, tiros, mudo a rota, fico sério, pergunto por alto trivial, banal, corriqueiro, busco desviar o foco, mudar a mira, que sou eu, ela já está cansada, brigar cansa, discutir cansa, criticar cansa, nos ferimos e isso cansa, o tempo passa, ali, naquele instante, um minuto é uma eternidade, se pensa muito, se sente mais ainda, a vida, mas estamos ali e não queremos nos deixar, o tempo passa, ela já está mais amena, suave, precisava me dizer todas aquelas coisas, desabafar, falo algo, ela rir, me chama de idiota, pronto, voltamos, estamos outra vez felizes, a conversa muda de destino, não há briga que permaneça com afeto e sorrisos, alegria e carinho, pronto, dispersão, não estamos mais para a destruição, para o abismo, falamos de planos, sonhos, ela me olha sorrindo, me diz que não dou muito trabalho e que não sabe o que fazer comigo, no fundo ela gosta de mim, apenas estava irritada. Nos gostamos, nos amamos, nos queremos, nos precisamos, somos novamente um em dois, dois em um, sentimos a nossa falta, somos bons, melhore juntos, não posso perdê-la, não venci nada, apenas fiquei acuado, quieto, na espreita, baixei as armas, recolhi os ânimos, não entrei nem me deixei levar pelo clima arisco, seria fatal, preferi o carinho, a paciência, por entender que não devemos desperdiçar o tempo do amor, é raro, é mais gostoso quando estamos bem, felizes, quando brigamos nos perdemos, perdemos um ao outro, nos ferimos, como cantou Fagner, “briga eu, você briga também por coisas tão banais e o amor em momentos assim morre um pouquinho mais”, não quero a morte do amor, é o que nos resta, o que temos de melhor, a nossa história, o nosso amor, a nossa paixão, nossos momentos, não quero perder o que somos, nem sentir a sua falta, nem está a sentir a sua ausência, amo e por amor suporto o que for preciso, mudo, silencio, não quero me arrepender de perder a melhor pessoa da minha vida, quero a minha vida junto com a dela, quero ela junto comigo, nossa vida cruzada, nossos destinos selados, nossa história em verso e prosa, nossa prosa com final feliz, nosso final pra nunca mais acabar. 

terça-feira, 17 de março de 2015

Para quando você chegar: cartas de um amor que ainda não veio, mas chegará em breve...ou não!

Para quando você chegar: cartas de um amor que ainda não veio, mas chegará em breve...ou não!

Ronaldo Magella 

Venha me fazer sorrir 

Mais do que teu amor, eu preciso do teu sorriso, não sei amar a ti sem o teu olhar te ternura, sem tua cara de alegria, de deboche, de ironia. Mate meus sonhos, mas não tire a minha alegria, destrua minhas esperanças, mas não encerre o meu contentamento. Um sorriso, ou dois, um amor feliz, um abraço apertado, um olhar, um amor. Venha, te espero, quero,  ainda que tarde, não existe amor inválido, fora do prazo. você será pra sempre, com você nós não teremos fim, quando começar será pra nunca acabar. Venha, ainda te quero como sempre quis, sempre te quis como ainda quero, sempre ainda irei te querer, sempre, venha, venha, venha, por favor.   (17/03/2015)

segunda-feira, 9 de março de 2015

Adoro mulher com roupa de dormir

Adoro mulher com roupa de dormir

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (09/03/2015)

Nada mais encanta do que ver e admirar uma mulher com roupa de dormir, shortinho básico, camiseta rosa, de preferência do Mickey Mouse, do Pernalonga ou das Meninas Superpoderosas, é um cena épica, linda, encantadora, me deixa sem ação, só sei olhar e sorrir. Me sinto realizado.

Namorada que veste a camiseta do namorado também me fascina, seduz e apaixona. Não existe nada mais lindo que ver uma mulher dormindo, parada, calma, quieta, simples, perfeita, cheirosa, natural, comum, maravilhosa com a sua camisa, blusa, é como se ela dissesse, sou tua, eis me aqui. Encanta.

É na hora de dormir que a gente se despe de todos os nossos sentimentos.  Quando aliviamos o pensamento e serenamos as emoções para relaxarmos, quando permitimos o sono chegar, deixamos a discussão para o outro dia, abdicamos da disputa, só almejamos paz e sossego, quando nos encontramos com nós mesmos e estamos carentes do outro que amamos.

É nessa hora também que estamos carinhosos e afetuosos, um abraço na mulher que amamos é mais gostoso, o beijo tem mais sabor, é o momento de maior ternura do dia, quando amamos sem pressa, apreciando o momento, sentindo o prazer, vivendo a hora, como se fosse a única vez.

Adoro quando a mulher que se perfuma pra dormir, recém saída do banho, passa cremes, penteia o cabelo, adoro o beijo com gosto de creme dental, a pele cheirosa, o cabelo macio, o cheio de roupa limpa, o quarto a meia luz, ela se joga sobre você e te abraça com força, com vontade e desejo.

Adoro mulher dengosa que te empurra da cama, joga as penas em cima de você, briga com você pelo melhor lugar, defende que quer dormir perto da parede, ou do lado esquerdo e que você não diga nada, aceite e pronto, dói menos, caso contrário vá dormir na sala, no sofá ou na casa da sua mãe.


Aprendi a gostar de mulheres afetuosas, carinhosas e meigas, que sabe te fazer companhia, ter o que deseja de forma sutil e sedutora, sem precisar de jogos e mentira, sem precisar fazer chantagem, só mesmo a troca de carinho e dengo, adoro mulher que cobra atenção, carinho e termina por dizer, preciso de você. 

sexta-feira, 6 de março de 2015

Não tenho medo de não ser amado, tenho medo de não amar

Não tenho medo de não ser amado, tenho medo de não amar

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (06/03/2015)

Não tenho medo de não ser amado, tenho medo de não amar. Sei o que está com alguém sem gostar, me cobro, me culpo, sei e percebo quando a pessoa está gostando mais de mim, enquanto não consigo retribuir com a mesma intensidade.

Prefiro morrer de amor, chorar, sofrer, a fazer alguém sofrer por mim e mendigar os meus sentimentos, prefiro antes que seja eu a implorar perdão e pedir desculpas até a voz ficar rouca.

Não tenho medo de dá e me dá a mais e receber de menos, se dei, foi por querer, por vontade, prazer e desejo, o amor não é um contrato em que ambas as partes tem direitos e deveres, obrigações, o amor não funciona com cobranças, os juros do que foi empregado jamais serão reembolsados.

No fim posso perceber que amei por dois, mas enquanto amei, fui feliz, senti prazer ao despertar o sorriso de quem amava, ao fazer uma surpresa, ao provocar sentimentos e saudades. Acredito que nada supera aquilo que é vivido, aprendi que o amor são os momentos que juntos compartilhamos, não há amanhã no amor, apenas o agora, não existe o depois, tudo pode mudar daqui a pouco, é preciso dizer eu te amo na hora, no momento, junto, como cantou Renato Russo é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.

 Quem tem medo não ama, quem duvida não sente, quem critica perde tempo, quem analisa demais deixa passar a hora, enquanto esperamos o tempo certo é certo que o tempo passa e não nos espera e nos arrasta sem que tenhamos consciência disso.

Ninguém pode nos proibir de sentir, amar, gostar, alguém pode não querer o nosso corpo, a nossa companhia, ficar ao nosso lado, mas o sentimento é nosso. Somos sempre sozinhos e solitários em nossos sentimentos e pensamentos, por mais que alguém me ame e me queria e fique comigo não sentirá o mesmo amor que eu, posso até ser correspondido, mas a amarei pela inteligência, ela talvez goste de mim por se sentir segura, sentimentos diferentes, amores solitários que se unem para em conjunto conviverem.

Não importa o que sofri, quem me deixou, lembro e sinto saudades das coisas que vivi com os amores que tive, por alguns ainda sofro e nutro esperança, não culpo a ninguém por ter me amado de menos ou mais, mas penso que tudo que me aconteceu me tornou quem eu sou hoje, nem tudo aprendi como deveria, ainda erro os meus erros de sempre, cometo as mesmas falhas, melhorei aqui, escorrego ali, mas sou fruto das minhas experiências e das pessoas que por minha vida passaram.



terça-feira, 3 de março de 2015

Mulher, só presta teimosa

Mulher, só presta teimosa

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada 
         
Gosto de mulher teimosa, quanto mais teimosa, melhor e mais mulher. Gosto de mulher que não obedece ao homem, não de birra, briga ou revanche, mas de dengo. Gosto de mulher dengosa que sabe o que quer e consegue tudo o que quer com jeito, com malícia, como humor, com sorriso, com beijo.

            Gosto de mulher que para na tua frente e fica ali olhando desconfiada e quando você pergunta o que seria, ela responde, não, nada não, e depois de algum silêncio, tempo, quando tudo parecia resolvido, ela começa, ei, é que....estava pensando...bem que....e começa a falar sem parar, até lhe convencer.

Gosto de mulher que vence pela palavra, pelo argumento, pelo olhar, pela postura de quem num quer nada e deseja tudo e consegue tudo porque todo homem quando gosta é um bobo e faz tudo por quem ama e quer.

            Gosto de mulher que pensa, planeja e organiza as coisas, que pensa em tudo, faz tudo, mesmo você dizendo que não faça, pra não fazer, que é melhor não ir e não provocar, e quando ela chega sorrindo você já sabe, sim, ela fez tudo que você pediu para ela não fazer, mas você gosta, ama, e você apenas diz, você não tem jeito, e ela diz, ah amor....e sorrindo com um cheiro lhe ganha e lhe desarma.

            Gosto de mulher que lhe contraria não por pirraça pra provar que pode e faz tudo o que bem quiser, mas por querer o seu bem, por achar que está certa e fazendo a coisa certa, gosto de mulher com gosto, de cor, que sabe o destino e escolhe o caminho, não gosto de mulher do “você quem sabe”, “por mim tanto faz”, isso não combina, gosto de mulher que impõe, que manda, que guia, que fala e afirma que vai fazer.

            Gosto de mulher teimosa, mas uma teimosia sem violência, com jeito, com charme, com dengo, com carinho, simples, macia, terna, suave, com sorriso, beijos e palavras, muitas palavras, gosto de mulher que fala e fala e fala e fala e fala...só mesmo só presta teimosa. 

segunda-feira, 2 de março de 2015

A solidão é mais segura

A solidão é mais segura

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (02/03/2015)

Deixei de confiar nas pessoas e acreditar em gente. Talvez ainda permita uma chance ao amor, mas desisti das relações, não há mais confiança, segurança, o chão é liso, você pode escorregar, de outras vezes pode desmoronar, o mundo cair sobre sua cabeça e te levar ao fundo.

A solidão é mais segura, não há segurança em uma relação. Você se dedica a alguém, emprega seu tempo, seu carinho, seu afeto, mas do outro lado alguém está olhando de lado, em outra direção, pensando e sentindo outras coisas em silêncio. Você confia, pensa que vive algo concreto, quando na verdade não há nada que te prometa isso. E um dia alguém irá te fazer sofrer e dizer que a culpa foi sua ou que apenas simplesmente aconteceu.

As pessoas são frias, calculistas e indiferentes, não se importam com o sofrimento do outro, nem com a sua dor, agem por impulso muitas vezes, em benefício de si mesmo, por seus próprios interesses e seguem em frente, deixando para trás almas penadas e corações em pedaços.

Quem já sofreu por amor, quem já foi traindo, enganado, sofreu por alguém sabe do que estou falando. Pensei sobre isso hoje, sim, já fui algoz, já feri, magoei, menti, enganei, mas hoje, quando lembro e sinto o que acontece comigo, o que fazem comigo, penso no quanto fui injusto com quem estava ao meu lado.  

Talvez o meu problema seja que sinto demais e penso de menos, também refleti sobre isso. Muitas vezes precisamos de segurança interior, fortalecimento interno, maturidade para não se permitir ir de cabeça numa relação, nem se entregar totalmente a alguém, por alguém. Como diz o ditado, gato escaldado tem medo de água, quem sofre uma vez não irá repetir o mesmo comportamento, estará sempre com pé atrás. Mas sempre esqueço o passado, faço do presente uma folha em branco e sofro no futuro.

Já vi muitos amigos e amigas sofrerem por amor. Não sei bem se por amor, se o amor é algo bom, não se pode se tornar algo ruim para nos machucar, digamos que o sofrimento é causado pelas pessoas, que muitas são injustas e egoístas, defendem apenas os seus sentimentos, as suas ambições sentimentais, as suas vantagens pessoais, quando a relação não está boa, partem pra outra, não sabem consertar o que está errado, preferem desistir e encontrar outra pessoa, deixando e causando sofrimento na vida de alguém.

Assim, penso que a solidão seja mais segura, não diria que seja fácil, mas afirmo que é um lugar, um refúgio para se sentir seguro e livre de pessoas mesquinhas e fúteis. Renato Russo cantou, “até sei que dizem que não existe amor, errado, mas entenda, não quero está apaixonado”. No  fundo quero ter esperança e acreditar nas pessoas, no mundo, no amor, na paixão, mas tenho medo do outro.

Freud dizia que deveríamos temer três coisas, a natureza, a velhice e o outro, por serem imprevisíveis e imperativos, não temos como ter controle, agem por vontade próprias, leis invisíveis e podem nos machucar. Renunciar ao amor, a companhia de alguém não é fácil, mas sofrer também de amor, por paixão não é uma das melhores coisas do mundo.

A dor que alguém pode nos provocar não temos como descrever, sofremos, chegamos a arruinar nossa vida por tal sentimento, só quem sentiu isso um dia sabe do que falo. Nos tornamos zumbis, vagando pelo mundo, com nossa dor nos sufocando, nos esmagando, nos prendendo.


A solidão é mais segura, nos protege de outros, dos outros, do sofrimento provocado por alguém, vindo de alguém.