quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Mil motivos para gostar de você mil vez mais

Mil motivos para gostar de você mil vez mais

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Quero mil motivos para te ligar, arrancar o seu sorriso, te provocar lágrimas de emoção, mil motivos para te beijar, abraçar você, te jogar na água, mandar flores, te deixar sem palavras, te falar de amor, do meu gostar, da minha paz ao estar com você.

Mil motivos sempre vou querer para sentar ao teu lado, espiar seus jeitos, prender sua atenção, olhar nos seus olhos, segurar a sua mão, calar o teu desejo e silenciar a tua vontade, grita a sua dor, ser teu único e derradeiro caminho, estar contido sempre em qualquer momento, em mil momentos.

A vida vale mil, mil vezes sou nós dois, eu e você, você e eu, mil maneiras de sempre te dizer a mesma coisa de mil maneiras diferentes, que não sei viver sem você, eu não sei viver, sem você não dá pra viver, viver sem você não dá, mil palavras, frase e meios para encontrar para sempre te de dizer de mil, mais de mil, além de que adoro ouvir a sua voz, te amar e gostar todo dia de outra forma mil vez sem nunca pensar em nada.

Mil vezes, motivos, razões quero para me apaixonar todo dia outra vez por você sem motivos, mas sempre com os mesmos motivos, e que nunca, jamais sessem meus motivos, os motivos, os únicos motivos, as minhas razões, as milhares de vezes que sempre vou pedir para você mil vezes voltar e nunca me deixar.

Mil vezes quero que o tempo sempre pare, sempre, toda vez que você me abraçar, que o tempo volte quando você me beijar, que o vento pare toda vez que você de mim aproximar, mil vezes, de muitas mil formas, maneiras de a gente sempre se encontrar mesmo quando mil vezes a gente se perder.

Peço que mil vezes e  de mil maneiras você encontre o caminho do meu coração e me toque, me sufoque, me entorte, me estoque em sua vida, vários de mim, milhares, pois de ti, de tanto querer, gostar e amar, pensar, desejar e suspirar, mil vezes te trago aqui comigo, dentro de mim, de todos os gostos, sabores, em todos os momentos, de todos os instantes, mil vezes sempre mais você.

Que a vida vale mil, mil vezes quando estamos juntos, quando somos, quando sorrimos, quando nos deixamos, mil vezes, mil dias, mil noites, mil vidas que sempre ao teu lado estar para sempre.



Amar é permitir um pouco mais

Amar é permitir um pouco mais

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.


Amar é permitir um pouco mais, é deixar que o outro escute a sua voz, entenda seus sonhos, veja suas lágrimas, escute o seu silêncio, cuide da sua dor, compreenda a sua incompreensão, entenda o que seu não pode ser entendido por mais ninguém, nem por você mesmo. 

Amar é conceder ao outro o impossível de você e o possível do que existe em você, é estender a mão e largar o braço, é emprestar o coração e doar a cabeça, é ir pelos mesmos caminhos e voltar pelas estradas já trilhadas. Amar é deixar que o outro entre um pouco mais, vai se chegando, reconhecendo seu sorriso e imaginando seus gostos, aprendendo seus medos e admirando suas fragilidades, pois não se ama de portas fechadas, de janelas cerradas, ama-se escancaradamente, de peito aberto, com os lábios entreabertos, com os olhos esbugalhados, com as mãos estendidas, com o pés eretos, os braços esticados, os ouvidos latejando, com a vida esborratando pelos cantos derramando pelo chão, alastrando-se pelos lugares. 

Amar é deixar ser quantas vezes forem necessárias, é calar o grito, é gritar o silêncio, é autorizar ao outro o seu sentimento, que ela possa adentrar, ficar, estar, é sinalizar ao outro que ele contempla o que tens de melhor, é deixar que tudo aconteça conforme as regras, os modelos, padrões. Amar é secar o copo e encher várias vezes, ir ao mesmo lugar sempre, gosta de tudo outra vez da mesma forma, se apaixonar todo dia pelo mesmo desejo, gostar novamente das mesmas maneiras, jeitos, é olhar sempre para o mesmo lugar sempre com um olhar diferente, é perdoar os defeitos, enxugar as falhar, esticar as afinidades. 

Amar é ser do mundo do outro, ir pelas beiradas, cavando suas cavernas, limpando suas esquinas, é deixar também o outro limpe o seu lixo, pinte suas paredes internas, organize seus  sentimentos, não existe amor trancado, sem acesso, o amor precisa de senha e login, precisa curtir, comentar e compartilhar, precisa publicar, postar, precisa se saber e saber que vive, que está vivo, que pode sentir e ser sentido, o outro precisa se sentir importante, que faz parte da vida, que é vida também para o outro, que estão juntos, vivendo um mesmo universo, uma mesma existência. 

Não existe amar pelos dois, os dois amam, se vivem, se curtem, se gostam, se morrem, se perdem, se acham, se cantam, se pedem, se desejam, se sentem, se precisam, se choram, se acabam e se encontram, pois amar é se permitir e permitir, é deixar e deixar, é estar e ficar, é esperar e ir, é saber e conhecer, é ter e sentir falta, é gostar e também ter raiva para depois saber reconsiderar, pois isso é amar, pois não é da somas das compreensões que sabemos que amamos, mas do resultados das incompreensões, e dos desentendimentos, uma vez que a vida não é perfeita, logo, o amor, incluso, não poderia ser contrário a vida. 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Um amigo sempre te espera

Um amigo sempre te espera
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Amigo é alguém que sempre te espera, é alguém em quem possamos confiar, alguém para quem posso ligar, ir, buscar, ter, amar, sorrir e chorar quando for preciso.

É alguém para onde vou sempre que preciso, e poderei deixar lá, ele continuará meu amigo, ele virá, ficará e irá, continuarei a ser amigo.

Um amigo irá me entender, me deixará falar, contar de mim, me ouvirá, não irá me descriminar, silenciará diante de minha dor, pois saberá que só preciso de colo, de um abraço e dos seus ouvidos.

Amigo é alguém a quem posso buscar sempre que precisar, ele estará lá, será sempre meu amigo, irá esperar por mim o tempo que for preciso, nossa amizade não terá contrato, não terá limites, não viverá de acordos.

Amigo é alguém que me deixa abrir a geleira, que me deixa deitar no chão da sua casa, me entrega o controle da televisão, me chama para dividir sua alegria, me escolhe primeiro, me vê no meio de tantos, me convida, insistir no meu melhor, me incentiva, me permite ser sempre o que sou e é meu amigo pelo que sou e pelo que pensa e quer mudar mim.

Amigo é alguém que te perdoa, aceita suas desculpas, entende os seus erros, e por isso é seu amigo, é alguém que irá estar com você por mais que e apesar de, ele poderá não aceitar e compreender muitas coisas, certas coisas, inúmeras coisas, mas será seu amigo.

Amigo a gente tem pela convivência, pela vida que partilhamos juntos, por podermos conversar e discutir, lembrar e esquecer, é alguém a quem podemos chamar sempre que estivermos em perigo e a quem podemos ir ajudar sempre que ele precisar de nós.


A amizade não precisa aparecer, ela apenas existe, ela não precisa de demonstrações, amigos se entendem, se acham, se reconhecem, se encontram, vivem juntos ou separados, mas sempre serão amigos. 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Quando você gostar....não atrase as horas

Quando você gostar....não atrase as horas

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada


Não diga que gosta se você atrasa o encontro, não diga que ama se você acha que não vai dá certo, não diga que gosta se você reclama demais da pessoa, se não vê qualidades, se não encontra prazer em estar com o outro, se não faz o que for possível para ver o sorriso do outro, sentir o cheiro, estar perto.

Não fale que deseja se põe obstáculos para ver o outro, não diga que quer se você sempre fala que não pode, não diga que está afim de você inventa desculpas para não ir, estar ou ficar. Não afirme que sente falta se você não pode demorar um pouco mais, não diga que sente saudade se você chega com hora para ir embora, não fale que está carente do outro se você já tem um compromisso assim que disser tchau.

Não pense que está amando alguém se você está cheia de regras, proibições e limites, não diga que gosta do outro de qualquer forma, jeito, se você acha que ele deve mudar, não pense em falar em paixão se você não se arrisca e perde o senso da realidade, não pense que vive um sentimento se você tem medo de vivê-lo.

Não fale em amor se você cobra mais do que dá, se você está sempre analisando o lado negativo da pessoa, não diga que está gostando se você não procura estar na vida do outro, mas deseja que o outro viva a sua vida, não fale em paixão se você está sempre esperando pelo outro, que ele venha, chegue e fique, se você sempre fala e pouco faz, apenas pensa, mas não tem ação. 

Quando você gostar chegue antes, não atrase, diga que sempre irá funcionar´, dará certo, não reclame, critique, apenas aceite, queira e veja sempre o melhor do outro, faça o que for possível, vença os obstáculos, quebre as regras, se arrisque, viva o que puder, chegue cedo e saia depois, se demore, fique um pouco mais, não invente desculpas, não fale em razões, não procure entender, deixe viver, sinta o momento, pense menos, queira mais, não se preocupe com o depois, apenas se deixe guiar pelo agora.

Quando você gostar vá, não espere, esteja presente, faça parte, permute com outro uma vida, compartilhem sabores, momentos, doces, azedos, não sente, não espere que  seu orgulho te domine e não proibida de sofrer, se você encontrar uma pessoa especial, e quando você gostar, não espere, não perca tempo, não conte as horas, não espere pelo outro dia, vá agora, viva, aproveite, se entregue, e depois? Bem, só existe o depois bem depois do agora, mas se não houver o agora, jamais haverá um depois para poder reclamar.

Por que nos expomos tanto nas Redes Sociais?

Por que nos expomos tanto nas Redes Sociais?
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

A resposta a essa questão é simples e complexa. Vamos primeiro a parte simples.

 Primeiro que nunca foi tão simples e fácil registrar a nossa vida, celulares, câmeras digitais, formas, objetos e meios que nos permitem gravar e registrar tudo o que vivemos, e hoje de forma acessível e barata para todos, todo mundo hoje em dia, até uma criança de cinco anos de idade, tem um celular com vários aplicativos que a permitir realizar tudo aquilo que um adulto faz.

Segundo, por conta das redes sociais, se no passado nossas fotos ficavam arquivadas num álbum, guardado numa gaveta e que só era mostrado quando alguém nos visitava, agora com as redes sociais, Instagram, Facebook, entre outras, ninguém precisa mais nos visitar, de casa mesmo as pessoas acessam a nossa vida, tomam conhecimento do que fazemos, claro, daquilo que permitimos, e estamos permitindo muita coisa.
Agora a parte complexa.

Compramos e aceitamos o discurso da modernidade, da vida moderna que diz que precisamos nos mostrar, tornamos a nossa vida íntima e privada um palco, uma novela, um reality show, quando somos atores e plateia ao mesmo tempo, assistimos e contracenamos com o mundo, ora somos vistos e outra nos mostramos, só não nos perguntamos qual a real necessidade de tudo isso, por qual motivo o mundo precisa saber de nós, o fato é que fazemos.

Como disse uma amiga, o Facebook é a coluna social da classe média. É a sociedade do espetáculo, o mundo todo parece uma grande tela de televisão, a nossa vida passa 24 horas na frente de um computador.
E agora a parte muito mais complexa.

Um amigo me contou que, começou a conversar com uma menina pelo Facebook, conversa boa, talvez rendesse um fica, quem sabe até um namoro, e ao que tudo indicava, caminhava para isso, mas quando começaram o entendimento, quando tudo estava mais ou menos resolvido, faltava apenas a vida real acontecer, a menina disparou – a gente pode mudar o status de relacionamento do Facebook? – Hein, como assim? Perguntou meu amigo, e a menina responde – ué, mudar o status, posso mudar, dizer que estou namorando? – Calma, disse ele, vamos ficar, nos conhecer, isso não tem pressa, se acontecer a gente muda.

A necessidade de aparecer, aparentar, se mostrar, gritar ao mundo o que estamos a fazer hoje em dia é maior do que a de viver, as pessoas estão com pressa de se mostrarem umas para as outras,  querem ser comentadas, curtidas, compartilhadas antes mesmo de sentirem o sabor da vida, fruto de uma época vaidosa essa que estamos vivendo, de um narcisismo doentio que diz que precisamos primeiro sermos admirados por tudos e por todos, e depois, depois da aprovação de todos, só aí então, descansar.

Minha preocupação não é com o presente, o agora já está acontecendo, minha preocupação é com o futuro, quais as consequências, como iremos nos sentir e nos perceber daqui a alguns anos, para onde tudo isso irá nos levar, quais os benefícios e quais dores que teremos de verter, o fato é que, um bem claro, estamos perdendo muito tempo, mas isso é tema para um novo outro texto, até lá.


Vivemos mais pelo que nos falta do que pelo que temos

Vivemos mais pelo que nos falta do que pelo que temos
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

A tese é simples, não é o que temos que nos fazer viver, mas o que nos falta, são as ausências que nos fazem caminhar todos os dias, motivadas por uma força maior chamada desejo. Vou explicar.

Acredito que as coisas surgem das necessidades, o ser humano vive pelo que lhe falta e não pelo que ele tem, por isso o desejo é a força que nos move, que faz a humanidade ir um pouco adiante, não somos seres racionais, mas do desejo, aliás, usamos a nossa racionalidade para realizamos os nossos desejos.

Pensamos e criamos coisas, através da razão, para preencher o nosso desejo, inventamos coisas, objetos, vivemos todos os dias para poder dá cabo do desejo que nos consome, e quando queremos alguma coisa, mil coisas pensamos, fazemos, imaginamos para que venhamos a realizar, conquistar o que queremos, é o nosso desejo que nos move, que nos faz todos os dias acordar e ir viver, à luta.

É partindo do que temos, melhor daquilo que nos falta, que vamos seguir, acredito hoje, que viver é aceitar o que você tem e correr atrás daquilo que lhe falta, e como estamos sempre em falta com alguma coisa, a nossa correria é imensa e constante.

Quero acreditar que o que temos é o que precisamos para despertarmos para outras coisas, como se o Destino ou Deus ou a Sorte ou Acaso num permitisse as ausências, as faltas para buscarmos as presenças, como alguém feio que deseja ser bonito, irá malhar, fazer plástica, procurar de todas as formas encontrar a beleza, ou alguém que passa fome que irá a busca de comida, gente sem grana que trabalha para ter o que todo mundo tem.

 Sempre o desejo está por trás das nossas escolhas e vontades, rege o nosso destino, nos guia para os nossos caminhos, nos impulsiona, nos move e nos atormenta.

Não precisamos ir muito longe, é o desejo de amor, de felicidade, de beleza, poder, sexo, fama, dinheiro que move as pessoas no mundo, pergunte a qualquer pessoa, pergunte o que ela quer, busca, até mesmo quem disser que nada quer, aí já está o desejo de não ter trabalho algum com a vida, mas não deixa de ser um desejo.

A reflexão não é tão difícil de ser compreendida, é simples e real, mas poucos de nós noa detemos nela, pois pensar ainda é algo que não estamos habituado, mas isso é tema para um outro texto.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Gente que vive olhando pelo retrovisor

Gente que vive olhando pelo retrovisor
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Morrer de amor é lindo, estar apaixonado é belo, sentir saudade, nossa, gostoso demais, gostar de alguém, sublime, mas não querer seguir por conta de amor, da paixão, do gostar, da saudade, é sofrer duas vezes, não deixar a vida acontecer é ficar preso, parado, deixando de caminhar, e muita gente vive olhando pelo retrovisor, sabe de onde vem, mas não sabe pra onde está indo.

Certo, vamos combinar, vai lá, entendo, o cara foi o melhor da sua vida, a moça a história da sua existência, mas acabou, não dá mais, não volta mais, as pessoas mudam, o tempo passa e você fica aí sofrendo e se culpando, pensando no que fez de errado, qual seu maior erro, como resolver o que não tem solução, comparando pessoas, procurando em outros aquilo que havia, virando noites com insônia, perdendo peso, ou até mesmo engordando, não se permitindo mais gostar de alguém, pois o passado, esse monstro que te persegue dias e noites, te consome, te devora e enlouquece, te privando de viver outras coisas.

E o pior, ao invés de procurar viver outras coisas, vive presa ao passado, não consegue enxergar o futuro, não se liberta no presente, do presente, e mais, sabe que não dá mais certo, que não adianta mais, mas fica se contorcendo de dor, soltando frases sentimentais no Facebook para aliviar as suas tensões, quando seu coração quer liberdade, sua alma quer voltar a amar, seu corpo quer prazer, sua vida viver coisas interessantes e você teima em se prender ao que não pode mais viver ou ao que viveu e já sabe o gosto amargo do que foi, mas esse gosto não te deixa.

Não, ninguém esquece o que se viveu, foi muito massa, foda, mas já passou, é preciso aprender a viver agora esperando pelo futuro, permitir e se permitir que outras coisas venham acontecer, deixar alguém te conquistar, invadir a sua alma, mexer com o seu coraçãozinho, inquietar a sua alma, mas isso depende de você, é preciso que você queira, quando você quiser, acontecerá, pois as coisas acontecem quando a gente acredita, e por que a gente acredita elas acontecem.

Vejo e sinto, percebo, entendo, mas me inquieta, as pessoas vivem presas aos que sentem, ao passado, mas o pior, de verdade, em verdade, na verdade, elas não querem mesmo se libertar, há um medo maior do novo, de sofrer outra vez, por isso sofrem pelo que pensam ser algo seguro, uma vez que o passado é um lugar seguro, está lá, já aconteceu, não muda mais, a gente até consegue e pode enxergá-lo de forma diferente, entender o que não havia entendido, mas ele não irá mais se mexer, muita embora nos atormente.

Se se pensar que enquanto se sonha com algo que não pode mais acontecer, estamos perdendo de viver de olhos abertos o que podemos ter, no presente e no passado, a gente vai perceber o quanto de vida estamos perdendo de futuro, no futuro, e até agora mesmo. Até sofro, devo admitir, mas não perdi a esperança de viver ainda o que não vivi, e isso é o que me move e me faz caminhar, seguir.


Algumas coisas a gente guarda, como fotografia antiga, quadro na parede, lembrança da infância, saudade de coisas, lembrança de outras, guardar não quer dizer viver presa ou preso ao que passou, significa dizer que a gente teve uma vida, mas essa mesma vida nos espera e espera mais ainda de nós, só precisamos para de olhar pelo retrovisor para enxergar o que há a nossa frente, bem na nossa frente. 

São as lembranças de algo que nunca vivi

São as lembranças de algo que nunca vivi
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada


Talvez seja a loucura de insistir na tua existência e na esperança de que ainda um dia irei te encontrar, a saudade daquilo que ainda não vivi, que me faz ainda viver, o sentimento de que ainda estaremos juntos “eu só não sei quando, se daqui a dois dias ou daqui a mil anos”, na fim de tudo ou na eternidade do que ainda nos resta, sobra, teremos, é por tudo isso que te vejo ali, sentada, esperando também por esse mesmo momento, por mim, por nós, por uma vida, e te vejo contando o tempo, as horas, uma vida que tu alimentas dentro de ti sem saber, uma contagem de te passa despercebida e só é sentida quando tu suspiras de cansaço, um cansaço de uma vida que ainda não viveu, de uma espera que te consome e te angustia, mas é também muitas vezes o único motivo do teu risos, da tua jornada, da tua esperança. Somos parceiros dos mesmos sentimentos, de nos encontrarmos, de nos acharmos, nos perdoarmos pela ausência que nos permitimos, deixamos que o acaso guie as nossas vidas, que o destino nos una, que Deus tome a suas providências, que a vida se realize, enquanto isso vamos comendo os pedaços da nossa existência, sem sentir o sabor, apenas provando um pouco, não estamos completos longe, distantes, somos vazios, sozinhos, não uma solidão qualquer, mas daquilo que nos faz falta, a nossa vida em comum, nossas mãos entrelaçadas, nossos perfumes misturados, nossas bocas coladas, nossos rostos sonolentos na mesma cama, nossas vidas numa mesma manhã, nossos cafés num fim de tarde qualquer, nossos sim’s, nossos não’s, nossos sonhos, nossa coisa que não desistimos nunca de acreditar que irá um dia a qualquer momento acontecer. E as coisas simplesmente acontecem.  E se te imagino, se te insisto, espero, te encontro ali em algum lugar dentro de mim, lugar que não sei precisar qual seja, onde está, como se muda, como se livra, são as lembranças de algo que nunca vivi que me fazem viver mais, são as saudades de uma vida que nunca tive que me levam ao amanhecer de todo outro dia e me fazem prosseguir nas áridas horas dos dias, e vou-me, me distraindo sem ti, sem a tua presença, vivendo do eco que sinto dentro de mim, do oco, nutrindo sentimentos, guardando e regando coisas que tenho para te dizer, cenas para viver, horas para compartilhar, músicas para ouvir, filmes para ver, desejos para realizar, vontades para cumprir. É uma vida, a nossa vida, a minha vida sem mim, sem ti, e te compro, te guardo, te espero, te anseio, te amo sem mesmo saber da tua existência, como um romântico antigo de um mal que a vida moderna não conserva mais e nem aceita, mas ainda assim e por isso mesmo, te encontro ali, naquele lugar, com sua roupa mais simples, teu sorriso mais perfeito, teu rosto limpo, tua alegria renovada, seus cabelos ao vento, teu corpo ao sol, teus gestos serenos, tua voz macia, teu amor para mim, teu carinho doce, teu afeto mais gostoso, tua decisão mais firme, suas perguntas bobas, suas maneiras de menina, teu corpo de mulher, os sonhos perfeitos, os desejos profundos, tua paixão pela vida, nossa vida apaixonada, o destino em comum, nosso comum amor, nosso amor desde sempre, de ontem, por hoje, até amanhã, para nunca mais terminar, acabar, findar. 

A felicidade da mulher está nos detalhes

A felicidade da mulher está nos detalhes

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Bom dia amor, você está linda com esse penteado, adorei seu corte novo, adoro quando você acorda sorrindo, suas unhas ficaram maravilhosas, aqueles brincos combinaram mais com você, adorei o modelo, você está mais magra, está perfeita - não precisa de muito para agradar uma mulher, algumas palavras de elogio e incentivo podem mudar e transformar uma alma feminina, a felicidade da mulher está nos detalhes.

Está no batom, nas unhas, nos fios de cabelo, nos dedos dos pés, na maquiagem, na roupa com detalhes, na bolsa que combina com os sapatos, no cinto que está em consonância com os brincos, do anel que está em parelha com a corrente presa ao pescoço, eis a felicidade delas, os detalhes, as combinações, os pequenos fatos, as menores versões.

Os homens, não todos, são poucos sensíveis para esta questão, pensam apenas que o sexo irá prender uma mulher. Muitos homens acreditam mesmo que o sexo pode resolver tudo, mas esquecem que após, como cantou Vinícius Morais, “no silêncio de nós dois”, é preciso haver o afeto, o abraço, o carinho, o amor, o sentimento, a conversa, o melhor da relação, a convivência a dois.

Mulheres percebem e sentem quando são usadas, quando após a relação o homem corre, levanta-se, vai ao banheiro, quer ir embora, forja desculpas, inventa compromissos, desiste da relação, queria apenas o ato em sim, o prazer do corpo e não o encontro das almas, que acontece no olhar, na conversa, no toque, no abraço.

Mulheres gostam de dividir coisas, conversar, gostam de cumplicidade, de beijo roubado, de presentes, surpresas, flores, coisas fora do normal, do padrão, longe da rotina, querem se sentir vivas, cheias de energia, sonhos e paixão, querem um motivo a mais pra viver e sorrir, querem bagunça.

Elas gostam de ser admiradas, se não pela beleza, pela inteligência, pela originalidade, autenticidade, pelo menos por ser mulher,  elas querem ser notadas, vistas, as vaidosas, por se acharem bonitas, e as sem vaidades, e querem serem admiradas por não terem tantas frescuras, por serem simples, mas todas querem ser vistas, sentidas e percebidas. 

Toda mulher gosta de se sentir bem consigo mesma, gosta de sentir-se desejada, amada, gosta de cuidar, gosta de proteger, gosta de ser percebida, gosta de ser valorizada, a felicidade dela está em ser mulher, e ser mulher está nos detalhes, e eis o que o homem pode fazer, tornar isso real, custa tão pouco, mas rende muitos e deixa a vida a dois melhor. 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Desisti de você, mas não do que sinto

Desisti de você, mas não do que sinto
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada


É difícil esperar por algo que a gente sabe que nunca irá acontecer, e quando se sente isso, tudo o que nos resta é esperar, é esperança, é sonho, ilusão, é um amor que sentimos e alimentamos esse sentimento dentro de nós todos os dias um pouco mais, sentimento que se nutre de lembranças, de saudades, de algo bom que um dia aconteceu e que a gente não tem como esquecer, por mais que se queira, lute, peça, implore, mas ele não nos deixa, é uma sensação de que ao olhar a porta você estará ali parada na minha frente sorrindo perguntando se pode entrar para tomar um café, e vez ou outra na bagunça da minha vida e na correria dos dias, no vazio que se tornou a minha existência sem você, eu vejo a cena bem ali diante dos meus olhos acontecendo e sinto todas as emoções como se aquilo fosse mesmo algo concreto e real. Não dói te perder, dói mais perder aquilo fomos e que poderíamos ser, perder o seu rosto, a tua voz,  encontrar apenas dentro de mim o passado como algo que deverei levar pelo resto do meu destino como a história da minha vida, não é fácil, muitas vezes sufoca, dá vontade de sentar em qualquer lugar da rua e ficar ali parado, chorando, na solidão de meus pensamentos, sentimentos, coisas que ninguém mais quer ouvir, saber e também a ninguém mais interesso contar, me abrir, falar. E todas as noites eu penso em você, quando o dia nasce eu me lembro de você, as horas se passam eu penso em você, nas suas decisões, nos meus erros, na minha vida, no meu destino e só encontro esperanças, de ainda um dia te ouvir falar meu nome, de poder outra vez dividir o mesmo espaço com você, sem raiva ou mágoa, apenas com afeto e sorrisos, poder outra vez viver a vida ao teu lado, mas sei também que nada muda, que isso ou aquilo não podem transformar as coisas, teu destino hoje é outro, ainda gosto de você, como da primeira vez, quando aprendi a gostar, quando um dia te disse que tinha ali agora a certeza de que era você quem eu queria amar e seguir a minha vida, foi aquela certeza que ficou, e se hoje não te procuro mais, te respeito e admiro pelas suas escolhas, devo me permitir dizer que ainda não desisti do que sinto, e como narra Gabriel Gárcia Marquez em seu Amor nos tempos de cólera, quando Florentino Ariza esperou 53 anos para dizer que ainda amava e que ainda tinha esperança no amor, talvez eu espere, como disse, tudo que tenho são esperanças, e por mais que eu ame outra pessoa, seja feliz, beije outra boca, sinta prazer, você foi pra a minha história, alma que amei, coração que sonhei, o corpo que desejei, a vida que queria ao meu lado para sempre. 

Quero que você seja feliz, #SQN

Quero que você seja feliz, #SQN

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

De todas as coisas que poderia te desejar a última delas é que tu sejas feliz, não quero a sua felicidade, não desejo o seu sorriso com outra pessoa, não quero lembrar que tu irás dormir em outros braços nem imaginar você vivendo outra vida, em outro lugar longe de mim.

Teu lugar é aqui, do meu lado, perto de mim, teus olhos pra eu me perder, nossos sonhos, nossa casa, nada mais queria ter, uma porta para te encontrar, um lugar para te olhar, um momento para se conversar, segurar sua mão, temos tanto pra falar e coisas pra esquecer, lugares que quero te levar, quando penso em você eu me perco em pensamentos, coisas tolas, só me encontro ao pensar em nossas coisas.

Meu desejo é que sejas infeliz, estaria mentindo dizendo que te amo que desejaria que tu fosses feliz, não tenho ainda essa evolução dentro de mim, quero você pra mim, quero a tua vida na minha, quero o teu caminho se encontrando com o meu, quero nossos cheiros misturados, nossas bocas coladas, nossas pernas embaralhadas, nossos sorrisos da mesma piada, nossos olhos na mesma direção.

De tudo que te desejo, a tua felicidade longe de mim é a última delas, quero que tu sintas saudades de mim, que se lembre dos nossos momentos e que procure saber como estou, quero te desejar boa noite todos os dias, não quero o teu silêncio, quero te acordar com um beijo num abraço quente numa manhã de inverno, quero que a tua vida seja a minha vida.

Não quero ver você usando o perfume que escolhi, a roupa que tu pensavas que nunca iria acertar e conseguir comprar, a perfeição em você ficou, quero ver o seu sorriso ao me encontrar, a tua felicidade com as minhas surpresas, quero encontrar rosas alheias pela rua e te trazer, como um Robin Hoode, para ti só quero o que for de mais belo, sincero e verdadeiro.

Quero roubar a tua atenção, o teu prazer, ser a tua alegria e o teu desejo, não quero que você me tenha, nem quero te ter, quero te desejar e que essa chama jamais se apague e mesmo quando for fogo de palha que seja para sempre, eterno, vivo, perene, intenso.


O mundo não precisa de machos, precisa de homens

O mundo não precisa de machos, precisa de homens

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada


Não será por elogiar as unhas da mulher que amo que vou deixar de ser macho, não será por usar uma camisa cor de rosa que irá diminuir meu nível de macheza, não será por dizer que amo que vou perder minha virilidade, não será por achar outro homem bonito que serei menos homem do que sou.

O mundo não precisa de machos, rabugentos, grossos e insensíveis, o mundo está carente de homens, de gente que possa entender e perceber as coisas, a leveza da vida, não será por ter paciência que perderei alguma coisa da minha identidade, não será por saber esperar, falar pouco, baixo, por ser meigo e educado que vou perder o meu grau de masculinidade.

Não será por lavar os pratos, arrumar a casar, não gostar de futebol, assistir novela, fazer a feira, escolher uma roupa pra esposa, levar os filhos pra brincar, colocar os meninos pra dormir, que me fará mais ou menos homem, se arrumo a casa, coloco o lixo pra fora, decoro o quarto, arrumo cama, nada disso me fará menos viril.

Não será por chorar ou me sentir carente, por sentir solidão ou medo, por demonstrar meus sentimentos e minhas fraquezas que serei outra pessoa, não será por dizer a um amigo que o amo, por abraçar que poderei ser julgado. Não será por mandar flores para a pessoa que amo, por preparar o jantar, escolher o vinho, arrumar a mesa, aprontar o café, levar na cama que me fará menos diante de quem eu gosto.

Não será por ser romântico, por deixar bilhetes de amor, por escrever e-mails doces de saudades, por falar que gosto, estou com saudade que deixarei de ser um varão, não será por andar de mãos dadas, beijar e abraçar a mulher que desejo que isso me tornará menos macho, homem.

Não será por admitir que sofro por amor, sinto saudade, que sinto falta que me fará menos homem, não é minha sensibilidade que dirá quem sou ou não, não serei menos ou mais homem por ser diferente dos outros homens, acredito que isso me tornará especial, melhor.

De machos a história está cheia, de homens, as histórias são poucas, saber como ser melhor, mudar, fazer uma mulher feliz, ser romântico, entender uma pessoa, uma mulher, não te fará deixar de ser o que é, um homem, um hetero, um macho, um varão.



segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Saldo insuficiente para sofrer

Saldo insuficiente para sofrer
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Não tenho mais saldo para sofrer, meu saldo zerou, está insuficiente para perder tempo, a vida passa muito rápido e não tenho mais como perder momentos em discussões que irão logo mais precisa de entendimento para a paz, só tenho agora saldo e tempo para o que me faz bem, me torna melhor.

Não tenho mais saldo para guerra, para insônia, para melindre, para carência, para não entender o que precisa ser entendi, meu saldo está insuficiente para o orgulho, para o egoísmo, para o ciúme, para a arrogância, para a prepotência, para mentira, para a ilusão.

Meu saldo está insuficiente para a dor, para a tristeza, para a solidão, para o desamor, para o remorso, para a mágoa, para tudo que não me faz bem, só quero agora os dias de sol e as noites de luar, só tenho crédito para os banhos de chuva, mar e rio, para me banhar de luz, paz e amor, para conviver com os amigos, sorrir, me encontrar com a vida, me encantar pela vida, me apaixonar pelas pessoas, amá-las.

Não tenho mais saldo para a ignorância, para a preguiça, drama, para mendigar o amor e o carinho dos outros, do outro lado alguém me lembra que meu saldo está zerado, que preciso recarregar com outra vida, mas lembro que não há outra vida, só tenho a minha, e por isso não posso mais perder tempo, não há créditos extras, não há tempo sobrando, não existe um amanhã igual ao de hoje, será tudo sempre diferente, é preciso viver o agora, o momento, sentir a vida, abrir o coração, os olhos e a mente para o que temos de melhor.

Não há mais crédito para errar, meu saldo não existe mais, está insuficiente para errar, para me perder, para pedir perdão, me desculpar, preciso aprender a vida de forma correta, certa, real, intensa e sincera, não dá mais para fazer escolhas erradas, para tentar voltar, é preciso seguir, meu saldo não me permite mais pensar que a vida é uma brincadeira, um jogo, que se pode arriscar sem pensar nas consequências, não há mais linha para isso, sinal, crédito.


Meu saldo está insuficiente para uma vida que não merece ser vivida, para uma vida medíocre, sem sentido, só posso ligar agora para o que seja interessante, bom e verdadeiro, a vida pede que tenhamos decisões a fazer, que saibamos gastar os nossos créditos com coisas boas, caso contrário vamos parar no tempo e sem ter para quem ligar, pois nosso saldo estará insuficiente. 

Amo pela esperança

Amo pela esperança
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Amo sem segredo, alimento o amor, o amor, e ele cresce, amadurece dentro de mim, vive, respira esperança, esperança de que um dia ele possa viver, ganhar vida, tornar-se real nos braço de alguém, pelo olhar de alguém, ser vida para alguém.

Amo pela esperança de que os sonhos possam um dia se realizar, que as ilusões venham se tornar reais, que a realidade possa mudar, o passado esquecido, que a vida possa me surpreender a qualquer momento através de um olhar, quando virar a esquina, ao tocar meu celular, espero que algo venha a acontecer, sempre, e por isso tenho esperança, de esperançar, de algo novo.

Sou movido pela esperança, esperança de um novo dia, de uma nova hora, espero poder recomeçar sempre, agora, neste momento, no próximo instante, gosto da ideia de que a vida espera que eu mude e me renove sempre, que aprenda com os erros, que me acerte, me conserte, desperte para novas histórias, que siga sempre para o melhor de mim.

Tenho esperança de que a dor um dia pare de doer, que o vazio seja preenchido, que a solidão suma e me deixe em paz, que minhas lágrimas sequem, que meu sorriso seja perene, que meu rosto brilhe, que possa sentir e me torne sempre leve, mais leve, que viva a vida de forma simples e serena, segura e resolvida.


Espero que um dia minhas buscam sejam encerradas, que traga em mim o leve cansaço do final de uma jornada, que possa encontrar minhas respostas e sorrir pelo trabalho de toda uma vida, dormir em paz, com a consciência tranquila de quem fez o que podia fazer e tentou. 

Minha doce vingança

Minha doce vingança

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Mágoa não me alimenta, gosto de gente, de pessoas, quando não gosto, fico em silêncio, mas não sei como vingar de ninguém, não tenho esse dom típico das mulheres, não sou de revidar, dá o troco, pagar na mesma moeda, não tenho raiva, não alimento intriga, não tenho saldo para brigar.

Minha vingança é ser melhor, provar pra quem não quis o meu amor ou não soube me amar que posso mudar e ser outro, provar que posso amar alguém e fazer alguém feliz. Minha vingança é ser feliz, é dizer ao outro que ele perdeu uma oportunidade única de vida, perdeu a minha companhia, o meu carinho, a minha amizade, e que por ela tudo faria e poderia fazer, que a amaria para sempre, sempre.

A maior vingança que podemos cometer contra outra pessoa é demonstrar que podemos viver sem ela, que toda aquele sentimento, aquele amor, carinho, afeto, já não pertence mais a ela, é nos tornamos mais bonitos e sensíveis, melhores e mais maduros, que agora somos mais, mas já não precisamos do outro, demonstrar para o outro que erramos, mas que não éramos o erro, que havia conserto, era preciso apenas não desistir, nos abandonar, que sempre houve esperança.

Provar para o outro que estamos no melhor momento das nossas vidas, que agora serenos, calmos e tranquilos, maduros e confiantes, sabemos viver melhor e aproveitar melhor as oportunidades, fazer melhor escolhas, demonstrar que sabemos viver.

Minha vingança é amar mais, é gostar, é mostrar para quem não soube me ter ou desistiu de mim que o sentia era verdadeiro e que mesmo e apesar de tudo, ainda continuo amando, gostando, querendo, pois sempre fui sincero, intenso e real. 

Como cantou Chico Buarque, “ olhos nos olhos quero ver o que você faz, ao sentir que sem você eu passo bem demais, e que venho até remoçando, me pego cantando, sem mais, nem porquê”.


Minha vingança é meu sorriso mais largo, minha voz elastecida, é minha cara de apaixonado, é a minha vida bem vivida, é tudo que posso sentir e viver. 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

De tudo que não sou, fui, serei e já vivi

De tudo que não sou, fui, serei e já vivi

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada


Não sou formado por coisas só minhas, trago em mim o que há de outros, lembranças, saudades, desejos que me provocam, raiva, dor e mágoas que desabrocham, coisas que me completam, sou o que os outros despertam em mim, gostaria de ser completo por mim mesmo, em mim mesmo, mas trago em mim a esperança de que algum dia alguém possa me resgatar de mim, me livrar disso que me atormenta, ao que chamam, e que me forma, de  forma incompleta, de EU, o eu que sou, mas que não me governa sozinho, não sou apenas eu, sou os outros, um pouco do que penso sobre Deus, do amor que espero, da dor que sinto, da tristeza que me machuca, das perdas que tive, dos dias que vivo, das noites que sonho, sou as horas que faltam, as que vivo, as que já vivi, de todas as coisas, pequenas grandes coisas, muitas me somam, multiplicam, me dividem, tiram sempre um pouco de mim, mas acrescentam, me fazem mais o que sou e me deixam ser mais um pouco do que não sou. Entre todas as coisas, o vazio e o que há, nem sei ou saberia precisar o que me afeta mais, o que não tenho ou que quero, o desejo ou a vontade, a renúncia ou a busca, o sorriso ou a lágrima, não saberia dizer o que me é mais forte, intenso, se um dia de sol ou uma noite de chuva, tento viver todas as coisas com intensidade, mas intenso mesmo é que aquilo que ainda não vivi e isso me provocar todos os dias a querer sair de mim ao encontro de um mundo novo o qual nunca conheci, tive, penso que seja real, mas não acredito que possa existir e lá chegar. Me completo em abundância pelos sonhos que pelo dia vou pensando, vivendo e fabricando, me ressinto pelo que a noite me traz sonhos e nunca consigo lembrar, já não sei o que seja real, o que penso, vejo, sinto ou o que se esconde de mim, se o que tenho ou que me falta, se o que vejo diante dos olhos ou o que está atrás de mim, não sei o que devo sentir, querer, desejar, se o que é real, possível, ou as coisas que aquietam o meu coração, as que me tornam sensíveis ou as que me deixam tranquilo, nessa ambivalência da alma me perco e me encontro, mas já e nem aí saberia dizer o que seja mesmo o melhor, se ser e estar ou falta, a ausência, pelo que tenho, sorrio, pelo que me falta me arrepio, durmo pelo que tenho, acordo pelo que me falta, entre a paz e as espada ainda percebo e entendo que há uma caminhada uma ponte por caminhar, cruzar e assim vivo, vivemos, choramos e sorrimos, entre todas as coisas, de tudo que não sou, fui, serei e já vivi. 

Só um rascunho....

Sou um rascunho de um esboço de vida que você começou e não terminou...

 ....estou incompleto esperando a tua mão em mim, o teu traço, as tuas cores, o tom da tua vida, o teu final, sou a tua grande obra, inacabada,  mas estou parado, pelo meio, vivo de começos, das lembranças, do ponto não concluído, do traço parado, da reta sem fim, da linha que apenas segue...e não nunca se encerra...

daquilo que só tem início e carece de um fim, do teu fim, da tua obra por completa, só um rascunho, uma folha em branco, um branco sem cor, uma cor parda, um destino sem sentido, um sentido sem direção, riscos e palavras procurando um caminho, mesmo com tanto caminhos nenhum me leva até você, nenhum me leva...e sempre volto, chego ao ponto de onde parti...

caminhos que...

sempre me trazem de volta e sempre volto para essa espera sem fim de você. 

Só um rascunho, me perco, perco a hora, fico sempre para outra hora, outro momento, um momento no qual nunca sei quando irá chegar, ser, acontecer, pois é o teu momento quem irá me decidir, me finalizar, não fico pronto, nunca, não tenho roteiro certo, não tenho grande final, meu grito calo...

 e fico sempre pra logo mais, para daqui a pouco, para nunca mais, só apenas rascunho esquecido, um risco qualquer, um ponto sem importância, uma vida jamais irá viver, só um rascunho que nunca fica pronto.

Talvez o amor chegue

Talvez o amor....

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Talvez o amor me encontre dormindo e tenha que me puxar pelo pé, me acordar com algum som estranho, bem que ele poderia chegar pelo celular, numa mensagem, SMS, daquelas que te acorda como num susto, ou como ainda uma ligação inesperada, daquelas que a gente nunca espera, mas tem esperanças de que um dia ela irá chegar, acontecer, bem no meio da noite, pela manhã cedo, quando menos esperamos, na hora do almoço, quando a gente estiver no banho, mas que venha, chegue.

Talvez me encontre num dia ruim, cara fechada, cansado, ar triste, e ele terá me arrancar risos e sorrisos, me alegrar, me tornar gente outra vez, e ele pode, consegue, terá de me motivar, me erguer do momento no qual estou, ele terá que me por outra vez de pé e me fazer acreditar que é possível voltar a caminhar.

Talvez o amor me ache displicente, preguiçoso, distraído, num dia comum, e ele terá que fazer um esforço para me chamar a atenção, talvez esbarre com ele na esquina e nem lhe perceba, posso até lhe dizer um “oi” na rua e nem me atentar para que seja ele ali, bem ali na minha frente, quem sabe até ele me sorria e eu ache estranho, pode ser que ele me olhe e me deixe com raiva, não gosto de ninguém me olhando, me percebendo de longe. .

Talvez o amor me chegue pela televisão, pelo rádio, pelo correio, por email, pelo Facebook, me venha de algum lugar, conhecido, desconhecido, esperado, inesperado, talvez seja simples, outras vez complicado, quem sabe leve, ou então, pesado, pode ser bonito, feio, alto ou baixo, mas que seja alegre, simpático e meigo, e que me faça me encontrar, encontrar a vida, reencontrar meus motivos, me dê outra vez anseios de continuar, de querer, desejar e procurar um nova caminho já há muito esquecido dentro de mim.

Talvez até o amor já tenha encontrado em algum dia da minha vida, já o tenha vivido e deixado passar, ir embora, não tive forças para segurá-lo, não tive condições de entender e perceber que ali estava a maior esperança e alegria da minha vida, e agora volto a esperar que um dia ele outra vez me encontre, dormindo, num dia ruim, distraído, com preguiça ou sem coragem para viver, mas que ele venha, que fique, que me proteja, que me abrace, me afete, me segure e me ampare.


Talvez ainda espere por ela, tenha apenas dentro de mim essa sensação de que a qualquer momento poderei viver essa força que é a maior do universo, que me faça esquecer minhas culpas, meus erros, meus pecados, que coloque outra vez no prumo, que me tenha e detenha, que me segure e empurre, que me leia, descreva e escreve em mim uma nova história, um outro momento, uma vida para sempre doravante seguir. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Quero que seja bom

Quero que seja bom
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada


Não importa a minha ansiedade, a minha pressa, quero seja bom, não importa minha tristeza, a minha dor, a minha solidão,  quero que seja o melhor, depois que te encontrei quero deixar que tudo aconteça, quero que seja simples, intenso e profundo, não importa o meu passado, o meu sofrimento, as dores que vivi, as lágrimas que derramei, te encontrei, e quero que seja bom, quero que o meu coração encontre o seu e que nossas almas juntas se liguem para a eternidade, quero que seja bom, tão bom quando repetir algo que se gosta se deseja e se sabe o valor, o sabor, quero que seja bom e que se torne inesquecível, ímpar, imutável, quero que tua boca encontre a minha em silêncio e que nossos lábios cerrados em nossos rostos provando nossos sabores nos façam esquecer o mundo e nos permita sonhar. Quero que seja bom e que o calor dos nossos corpos nos aqueça numa noite fria e solitária, que o medo e o frio da nossa timidez nos permita tremer para que o abraço nos faça aconchego, nos toque, nos aqueça, quero que seja bom, que o amor que possamos sentir possamos sorrir, possamos viver, possamos nos doar. Quero que seja bom e que no silêncio possa entender a tua alma e que mesmo sem palavra possa compreender os teus sentimentos, te decifrar pelo olhar, te amar pelo toque, te querer pelo cheiro, te desejar para sempre, até o fim. Quero que seja bom e que mesmo em lágrimas possa em ti encontrar meus motivos para sorrir, minhas razões para continuar, que tu sejas a minha saudade mais doce, minha lembrança mais terna, minha loucura mais apaixonada, meu amor de antes e para sempre. Quero que seja bom e que possamos nos repetir, repetir o nosso desejo, a nossa vontade de estarmos sempre juntos, um ao lado do outro, nos encontrando e nos repetindo sempre e mais. Quero que seja bom e por ser bom já nos bastará, por ser bom não terá fim, por ser bom será nosso para sempre, por ser bom será o que de melhor teremos para as nossas vidas. Quero que seja bom e que mesmo em crise possamos nos calar e nos concentrar no que temos de melhor, por ser bom não venhamos a desistir nem nos esquecer, nem nos culpar, por ser bom, que possamos ir mais um pouco adiante, que possamos sempre caminhar um pouco mais, de mãos dadas, olhando para o futuro, reparando o passado, suspirando pelo presente, quero que seja bom, que seja como um dia inesperado e surpreender, um dia mágico e poético, como um dia que se torna para o resto das nossas vidas, quero que seja bom e por quero já acho que será bom. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Será que a idade atrapalha ou ajuda num relacionamento?


Será que a idade atrapalha ou ajuda num relacionamento? 

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Fiz uma pequena enquete para escrever esse texto, a pergunta era, idade atrapalha no relacionamento? Alguém respondeu dizendo que não, não a idade, mas o momento de cada um. Era a resposta perfeita que queria ouvir. O problema é o momento.

Teria dificuldade de me relacionar com uma pessoa mais jovem, não pela idade, mas por ela ainda querer viver tudo que hoje não tenho mais paciência de fazer, noites em claro, festas, bares, agitação, hoje prefiro algo mais calmo, cinema, jantar a dois, conversa amena, caminhada serena, algo mais intimista. Não que a idade fosse um problema, mas o momento de alguém mais jovem, de querer viver tudo que ainda não viveu.

Também teria problema em ficar com alguém mais velho, não agora pelo momento, mas talvez pela insegurança, pelo medo, mas também pelo mesmo problema, o tal do momento, devo admitir, pois ainda tenho coisas a fazer e querer, que talvez uma pessoa mais madura não tenha o ânimo suficiente para me acompanhar.

Quando pensamos assim parece que tudo é muito complicado e sem solução, jovem num dá certo, mais velha também não, e da mesma idade?

É outro problema, pois as pessoas da mesma idade algumas já estão comprometidas, outros não querem nem saber de nada sério, sobre pouca coisa do mesmo naipe.

A grande verdade é que somos egoístas e queremos que as pessoas sejam como queremos, que tenham o mesmo gosto, o mesmo prazer, a mesma opinião, a gente tem é medo do diferente, pois o outro lado requer um esforço nosso de compreensão e adaptação e gostamos das coisas prontas e acabadas, alguém perfeito que não exija muito de nós.

Fazer um esforço por alguém não é fácil, nem todo mundo está disposto, não é simples aceitar as pessoas como elas são, por isso nossas relações fracassam, pois entre aceitar, compreender, esperar e separar, optamos sempre por este último, mesmo com toda tragédia e trauma que causa uma separação. A separação a o ícone da nossa incompreensão de outro e da nossa intolerância para com as pessoas que não são iguais a nós.

Por isso procuramos alguém mais ou menos semelhante ou igual a nós, sempre batemos na mesma tecla, quero alguém parecido comigo, do meu jeito e sempre ouvimos as mesmas frases, não deu certo, ele é muito diferente de mim, o oposto. Sempre o nosso egoísmo fala mais alto quando a questão é relacionamento, mas será que poderia ser diferente? Fica a questão no ar.

O problema é que a gente não aceita as pessoas, todo esse discurso politicamente correto de vez e voz, todo mundo igual, é lindo isso na tv, nos livros, na escola, mas em nossa vida particular isso soa muito falso, ou a pessoa é como queremos ou está dentro daquilo que esperamos de alguém para nos relacionar ou então, um abraço.


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Não entendo os sinais femininos

Não entendo os sinais femininos
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.

Se uma mulher pisca pra mim penso que ela está fazendo careta, se olha pra mim acho que está me achando feio, se segura na minha mão penso que é medo de alguma coisa, se me olha demais penso que é alguma conhecida que não lembro mais, não entendo os sinais femininos, juro, na área eu sou um fracasso, nunca sei quando ela está afim, interessada, me dando bola, querendo alguma coisa comigo.

Não tenho essa percepção das coisas de mulher, me falta esse sentido para saber identificar e decifrar os sinais femininos, as suas formas de sedução, de encantamento, de aproximação, sempre nego, afirmo que não, não é pra mim, comigo, que não é possível, tento sempre me afastar e despistar aquilo que não entendo, é uma forma de segurança, de proteção, de fuga, no fim é apenas medo.

Nessa área sou um completo idiota, não sei dizer quando uma mulher está na minha órbita, quando ela muda o tom de voz comigo, quando gosta de ficar ao meu lado, nunca sei se ela está querendo ultrapassar as barreiras do “conhecidos”, “amigos”, “confidentes”, preciso de declarações mais ostensivas, preciso que ela me diga claramente que está pensando em mim, que ela seja mais direta, e elas nunca são.

Por outro lado, também nunca sei quando é apenas amizade, quando não vai mesmo rolar e me atrapalho, penso que pode ser bom, funcionar, e pronto, quebro a cara, fico a ver navios, como disse, preciso de certezas, e quando falamos em relacionamentos as pessoas nunca afirmam as suas certezas, gostam de jogos de sedução e outros artifícios, o que dificulta a situação para mim que sou um bobo.

Ou seja, sou um completo banana quando o assunto é esse, os primeiros sinais de um começo de alguma coisa entre duas pessoas, como disse uma amiga, eu observo demais o mundo e esqueço de prestar atenção ao mundo feminino que está ao meu redor, e pelo que me conheço, isso não terá cura.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O medo da solidão parece ser pior do ser mal amada

O medo da solidão parece ser pior do ser mal amada
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Não é de hoje que escuto mulheres falaram mal das suas relações, que estão numa relação que não vale a pena, que não é o cara com quem gostariam de viver, estar, que não querem casar, que acham que o cara não gosta delas, mas ainda ali permanece, como se a solidão fosse pior do que uma relação sem amor.

Na última semana escutei muitas mulheres reclamarem dos seus parceiros, mas ainda ali estão dentro da relação, umas alegam medo de solidão, por conta da idade, outras que não há mais ninguém interessante por perto, outra que insistem em tentar, mesmo sabendo que não é o que ela queria, mas gostam e acham que vale a pena ainda continuar, o fato em todas elas é, não estão satisfeitas.

O que percebi foi que, o medo da solidão é muito forte, entre outros medos, mas ficar sozinha, começar algo novo, tentar e arriscar com alguém que você não conhece não é fácil pra ninguém e penso que ela assim sente e não querem ter essa coragem de abandonar o barco e pegar a estrada outra vez.

Se bom ou ruim, não saberia julgar ou dizer, sei que entendo quem assim se comporta, sei que não é fácil viver algo novo, é sempre um risco, por isso preferimos ficar como estamos, pois mesmo com toda a desventura já é algo com o qual sabemos e podemos viver.

Uma amiga passou os últimos dois meses querendo se separar do marido, conseguiu, voltou pra vida de solteira, bares, paquera, noites em claro, mas não durou dois finais de semana, voltou pra o marido na primeira oportunidade, não o ama, não o deseja, não o quer, não o sente, mas é como ela me disse, “quem eu quero não pode, então, melhor com ele do que abandona e chorando por causa da solidão”, bem, não sei se melhor com ele, mas foi o que ela resolveu e decidiu.

Sei que solidão é uma coisa ruim, aliás, solidão é para gênios, como diz o jornalista e escritor Ivan Martins, gente precisa de gente, de afeto, de carinho, sexo, amor,  mas sinceramente, não me desce ainda a ideia de ficar com alguém apenas para não ficar sozinho, pode ser que amanhã eu engula em seco isso e pense como a minha amiga, mas ainda quero achar que uma vida a dois precisa de algo bom, precisa haver sintonia, afinidades.


De uma forma ou de outro, a solidão é um dos nossos medos modernos, e um dos nossos grandes medos, queremos de toda forma encontrar e viver com alguém, e sei, como a minha amiga, que muitas pessoas sufocam os seus sonhos e paixões por conta desse medo, a coragem para arriscar é para poucos e poucas, então, assim, vivemos, com ou sem amor, pelo menos acompanhada. 

Não existe sorte no amor

Não existe sorte no amor
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Uma amiga me diz que não tem sorte no amor, mas devo dizer pra ela que o amor não é um jogo, quando alguém ganha e outro perde, com regras, não acredito em sorte no amor, acredito em sentimentos, em perceber as pessoas, em deixar acontecer, sentir as coisas, em acreditar que as coisas podem ser boas e por acreditar elas acontecem.

Talvez as pessoas falem em sorte no amor por acreditarem que irá aparecer alguém especial em nossas vidas que irá nos amar e nos fazer e tornar felizes, um conto de fadas, que pena, a vida real não funciona assim.

Acredito em amor, e quando digo acredito, é entendendo que posso gostar de alguém por vários motivos e razões, que não preciso esperar que alguém me apareça, me ame e me deixe feliz, mas prefiro aceitar a ideia que as coisas podem ser boas entre duas pessoas quando elas compartilham afinidades, desejos em comum, vontades e estão dispostas a viverem uma relação de lealdade e cumplicidade.

E se não existe sorte, não há azar no amor.

A gente sofre por escolhas erradas, por atitudes imaturas, por pressa, por criar expectativas, por cobrar demais, por ter medo de conversar, por não ter coragem de se respeitar, por estar infeliz e ir levando como se não houvesse outra opção, por não lutar pelo que a gente quer e sonha.

O amor, assim como a vida, é luta, é ensino, é reflexão, é silêncio, é barulho, é sentimento, é dor, é alegria, é luto, é nascimento, é renascer, é viver, com tudo que isso implica, com toda a sua problemática e solucionática.

 Aceitar essa ideia de perfeição, da pessoa certa, quando isso não existe, é sofrer duas vezes, o que existe é que do nosso lado sempre haverá um ser humano por quem iremos nos apaixonar, um ser humano que teremos que respeitar, perdoar, amar, compreender, entender, conviver, assim também ele terá de pensar da mesma forma com a gente, gente com qualidades e defeitos, gente que sofre, tem mal humor, mas gente que rir e pode nos fazer a vida mais simpática e leve.

Amiga, não espera o amor cair nos seus braços, pois não será o amor, mas as pessoas, e agora nesse momento pode haver alguém especial na sua vida e você não está conseguindo perceber, enxergar ou está lutando com você mesmo, dizendo que não tem sorte e que não adianta sofrer, tentar.

Te diria para se dá uma chance, até mesmo para sofrer, pois no sofrimento a gente aprende, mas do que na alegria.


Não pense o que amor é um jogo de sorte e azar, acredite nas pessoas, que pode ser bom pelo que a pessoa é e pelo que você poderá viver com ela, não acredite em sonho, mas viva a realidade que uma relação pode lhe proporcionar, acho que vale a pena, mas eu só acho. 

Ainda não desisti do meu sorriso

Ainda não desisti do meu sorriso
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Para quem não gosta de mim, um picolé de limão sem açúcar, para quem não simpatiza comigo, pimenta forte, para quem não me quer, não consegue me enxergar, sal grosso para tirar o que há ruim que não deixa perceber as coisas boas da vida, ou seja, EU.

Não desisti do meu sorriso, ainda não, dá tempo ainda para sorrir, penso que sim, não me cansei da esperança, estou buscando, e se alguém não me curte, compartilha, comenta, não choro ou me martirizo, não vou sofrer pelos outros, já tenho minhas próprias dores para alimentar.

Não canso de acreditar, pouco importa se o sol é quente ou o dia é de chuva, acredito num tempo melhor, não importa o não que recebo, luto pelo sim que cedo ou tarde virá, já morri de medo do futuro hoje caminho pelo presente como se fosse o futuro em construção.

Não culpo mais os outros, aprendi a me dá uma chance, me permitir coisas novas, não me arrependo de nada do que fiz, pois fiz por acreditar, chorei, mendiguei, implorei, mas não me culpo, não me castigo, sempre acreditei no que sentia e sinto, e se alguém não entendeu ou aceitou, era porque não sentia a mesma coisa e então penso que tinha que ser como foi e pronto.

Não é pelo que aconteceu que vivo, mas pelo que ainda pode me acontecer, pelas possibilidades que o amanhã me reserva que todo dia eu decido viver mais e confiar, não me prendo ao passado, me agarro ao futuro, não olho para trás, me lanço por cima do muro tentando ver o que pode me acontecer, e assim vivo, sem saber, mas louco para descobrir e sei que vou saber ao viver o que tenho pra viver.


Não procuro defeitos no espelho, não olho para os pés, não cuspo pra cima, não piso em falso, não tropeço em mim mesmo, não procuro mais desculpas, culpas, culpados, não minto pra mim, não me machuco mais, aprendi apenas a aceitar o que tenho e trabalhar pelo que me falta, se choro, procuro sorrir, se não sei, quero aprender, se não tenho, vou em busca, aprendi a lutar pelo sorriso todos os dias, a acreditar que sempre posso ser melhor e pensar que tudo irá mudar, sempre, daqui a pouco.