Por que o fim do casamento de Bonner e Bernades nos assusta tanto?
Ronaldo Magella 31/08/2016
“E eu que acreditava em amor”,
escreveu alguém no Facebook, “agora não acredito mais em nada”, ao saber da separação
de Fátima Bernades e William Bonner.
O que parecia perfeito foi desfeito.
No mundo moderno nada é feito pra
durar, se durar emperra a mola do mundo.
Agora mais do que nunca estamos a
entender que as coisas são efêmeras, práticas e rápidas, não sei se isso é bom,
ou ruim, sei que é assim, estamos cada vez mais distante do sentir e mais
próximos do agir.
Sentir, tenho a sensação, é algo que
não consideramos, ou não gostamos de admitir.
Buscamos afetos, queremos alguém, um
amor, um par, uma companheira, mas não estamos tão incentivados e dispostos a
enfrentar tudo por alguém, se não se encaixar, abraço, mandamos embora, ninguém
tem coragem de arriscar, talvez pelo excesso de escolhas, pra que sofrer e
perder a paciência se a gente pode trocar, mudar, fazer a fila andar?
Não acredito que a fila anda, como se
diz, acredito que demora pra gente esquecer de alguém, se curar e superar os
sentimentos que nutrimos por uma pessoa. A gente pode até entender que a história não volta mais, que a
relação acabou, mas não se deixa de sentir como se desliga uma tomada, se
segue, sentindo.
Porém, mesmo sentindo, a gente
entende que amar só não basta, é preciso mais, gosta só é pouco, precisamos de
outras coisas.
Uma relação duradoura não quer dizer
uma relação feliz, perfeita, mas pode dizer muito sobre como vencer as
dificuldades e ter vontade de continuar juntos superando os obstáculos.
O que nos assusta é ver um modelo, em
nossa imaginação, de amor e companheirismo, terminar assim, por uma postagem. Nós
precisamos de modelos e mitos, de exemplos, gostamos de olhar para uma vida
feliz e pensar que a gente pode um dia viver a mesma coisa, nada mais invejado
do que pessoas que nos passam a sensação de felicidade, amor e união, mesmo que
no interior não seja essa a verdade.