sábado, 29 de junho de 2013

Gosto de vida a dois, a aventura louca de ser um só

Gosto de vida a dois, a aventura louca de ser um só

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
29/06/2013

Ainda ontem, em conversa boa de fim de noite, dizia que sou um meio tanto quanto quadrado nesse mundo moderno, ainda curto uma vida a dois, mais que as aventuras que o mundo possa me proporcionar, ainda gosto de uma relação a dois com tudo que ela tenha direito, sorriso e lágrimas.

Ainda prezo pelo que duas pessoas possam juntas viver e isso poderá ser eterno, a viver todo dia com uma pessoa diferente e nunca jamais passar apenas de uma aventura banal, pois sei cansa e um dia a conta chega e quando você for pagar talvez o juro seja pesado demais para o seu bolso.

Sempre que converso com minhas amigas elas sempre repetem a mesma coisa, estou sozinha porque os homens não querem nada sério, e sempre repito a mesma coisa, nem todos, estou aqui para provar o contrário.

Gosto de viver a dois, acho que seja interessante dividir coisas, fazer algo por alguém, acordar mais cedo pra fazer o café, levar na cama, ajudar a companheira com as tarefas domésticas, ficar ali na cama conversando antes de dormir e acordar com um beijo, um abraço quente gostoso antes do dia começar, penso que é melhor viver as coisas do que sair em busca de outras aventuras que sempre irão terminar em solidão e vazio.

É muito bom quando você tem alguém ao seu lado que tem afinidades, que goste de livros, filmes, cinema, café, conversar, que escuta boa música, sabe apreciar coisas boas, que tenha vontade de viver, sair, viajar, conhecer o mundo e não ficar apenas restrito a mesma coisa de sempre, o mesmo ambiente, os mesmo gostos, gosto de gente que tenha curiosidade pela existência, que goste de provar o mundo, e quando isso acontece, quando você encontra alguém assim, é melhor junto a ela, uma vida a dois e por ela ser tudo e ela por você ser o que resta.

Gosto de arrumar a casa, tenho meu lado feminino, gosto do cheiro de perfume pelo ar, gosto de rosas em casa, as coisas no lugar, mesmo que com meio horas depois tu esteja fora do lugar outra vez. Gosto de caminhar de mãos dadas, fazer coisas juntos, sair, ir ao cinema, planejar uma viagem, visitar amigos, ter amigos em comum, receber amigos em casa, fazer o almoço, servir a mulher amada, lavar os pratos, colocar as crianças pra dormir, acordar pra brincar com as crianças, trocar a fralda, dá banho, sair pra passear com os meninos.

Talvez até tivesse condições de sair por aí vivendo outras coisas antes dessa aventura chamada vida a dois, mas se antes esse sempre fosse o meu pensamento, hoje, agora, depois de certa idade, não tenho mais interesse, é muito gasto de energia, passar noites em claros, virando madrugas para ficar com alguém, não é mais do meu agrado, não tenho simpatia por isso.

Acho sensível e romântica a ideia de uma vida a dois, de construir um futuro, de pensar sempre não apenas em mim, mas em nós, de fazer surpresas, convidar os amigos e amigas para comemorar o seu aniversário, ter a quem abraçar, pra quem ligar e contar como foi seu dia, seus problemas, alguém que possa te escutar e alguém a quem tu possas também ouvir.

Sei que algumas das minhas relações não foram perfeitas, talvez por falta de maturidade, mas nenhuma delas poderá reclamar, dizer que nunca ganhou flores, recebeu um poema, foi surpreendida por mim em algum momento. É um estilo meio romântico de ser, não sei se isso está em falta no mundo moderno, mas se pudesse eu viveria as mesmas coisas outra vez agora com mais intensidade e profundidade, mas de forma simples e sincera.


Rosas roubadas, vinhos e chocolates, shows e viagens, conversas e risos, companheiros e paixão, sexo e segredos, abraços e sorrisos, a grande aventura de viver a dois. 

Quando a relação termina: o espaço do outro


Quando a relação termina: o espaço do outro
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
27/06/2013

Por que dói tanto quando você termina um relacionamento? Sei que pode haver muitas respostas para essa questão, mas ainda ontem vim perceber e focar apenas numa, a questão que o outro ocupa na tua vida e quando ele vai embora esse espaço fica vazio e você não sabe como preencher num primeiro momento, por isso tanto sofrimento.

Tenho conversado com pessoas que tiveram seus relacionamentos terminados recentemente e percebo que essa presença do outro em suas vidas é talvez o que cause mais sofrimento, quando você tinha uma rotina, alguém pra quem ligar, conversar, fazer sexo, sair, fazer planos, e de uma hora para outra isso termina, termina sem dizer adeus, sem que se possa entender ou se esteja preparado, é uma dor trágica.

Vi pessoas chorando no meio da rua ao ouvirem uma música, vi gente sem ânimo para sair de casa, tomar até banho, vi gente que perdeu 15 quilos, vi pessoas com raiva, chateadas e magoadas, vi vem gente de cabeça baixa e pensativa no meio dos amigos, meio que a vida me levou para junto dessas pessoas para que eu pudesse também compartilhar com elas alguma coisa do que estava vivendo.

A sensação que tenho é que todo mundo sofre da mesma coisa, até entendo que cada caso seja um caso, que cada relação é um pouco diferente, mas também percebo que os sentimentos são todos iguais e estão todos ali, culpa, raiva, mágoa, tristeza, decepção, e talvez o pior de todos, querer entender o que não se pode ser entendido, se alguém não te quer mais, não adianta querer quebrar a cabeça procurando respostas, é como um amigo meu disse, se ele decidiu, então tá decidido.

Ainda ontem eu conversava com uma amiga que está no auge do fim do seu relacionamento, no seu momento crítico. Ela estava com um cara, legal, tudo bem, em paz, de boa, como se diz por aqui, e o cara foi viajar, passar quatro dias fora, e quando voltou, pronto, anunciou o fim do relacionamento, já está com outra e diz que é pra valer, não quer mais voltar, decidiu, tá decidido.

E a minha amiga não se conforma, acha que ele está confuso, ela ainda tem esperança, mas também está furiosa, além de magoada e triste, sem comer, pois acha que foi altamente traída em todos os aspectos, e claro, acima de tudo, está querendo entender, o que talvez não tenha nada pra ser entendido, foi uma decisão do cara, ele está com outra, foi embora, se vai voltar? Não sei, o que resta é aceitar e deixar o tempo correr, sei que dói, dói muito, mas a gente não manda em pessoas, coisas a gente conserta, compra outra, mas pessoas a gente não consegue trazer de volta quando elas não querem mais.

Minha amiga também concordou comigo sobre a questão do espaço do outro, me disse que iria viajar, passar uns dias fora, distanciar-se do ambiente, viver outras coisas. Não é fácil perder alguém assim, mas acontece, faz parte, é preciso ter força e coragem para seguir adiante, continuar ainda, pois se ficarmos em casa, nada irá nos acontecer.

Foi o que disse a uma amiga que saiu de um relacionamento de sete anos, chame-a para sair, ela me disse estou meio sem ânimo, eu lhe disse, ânimo a gente encontrar, já oportunidades, essas são raras, e você ficando em casa não está ajudando o futuro a acontecer, vamos lá, e ela acabou indo.


Nessas horas a gente precisa deixar a vida acontecer e nada melhor do que sair e viver o que ela, a vida pode nos oferecer. 

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Gente pra ficar, pra namorar, pra casar?

Gente pra ficar, pra namorar, pra casar?
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
28/06/2013

Há muito tempo tentei, como se diz, entabular um namoro, ainda se diz namoro nos dias de hoje? Enfim, com uma menina, isso foi há muito tempo, então, ainda hoje, nesses dias, ela me disse, olha não fique com você naquela época,  pois sei que você num é um homem pra ficar, mas sim pra namorar, e naquela época que não queria namorar, apenas curtir o momento e não poderia fazer isso com você.

Fiquei feliz, eu não sou um homem pra ficar e sim pra namorar, nossa, meu ego foi longe, isso que é percepção, e de fato, prefiro vida a dois com todos os preços possíveis e momentos rápidos sem ônus e sem saudades. Mas isso é outro texto, vamos voltar à pauta do dia.

Logo me pus a perguntar, será mesmo que existem pessoas pra ficar, pra namorar e pra casar? A sensação que tenho é que talvez sim, tem gente que a gente por vários motivos apenas “fica”, mas sabe que nunca irá levar a relação adiante, é bom o beijo, é bom estar junto, mas falta alguma coisa que nos dê base para continuar a relação com mais profundidade.

A gente fica muitas vezes com as pessoas por vários motivos e questões, carência, solidão, tesão, desejo, vontade, mas sabe que talvez nunca venha a passar disso, a gente percebe que uma coisa é a gente viver uma noite, uma hora, outra é a gente ter uma relação que necessite de algo mais sensível, como dividir coisas, conversar, planejar um futuro, ter a certeza de que realmente gosta e quer viver pra o resto da vida com aquela pessoa que está ali naquele momento.

E deve haver pessoas que você olha e diz eu casaria com essa pessoa, gente que a gente sabe ou entende, coisas que a gente não sabe explicar, mas que tem a sensação que poderia viver com a outra pessoa pelo que ela demonstra ser, pelo que ela é, conclusão, deve haver mesmo pessoas que a gente olha e diz, aí é pra ficar, aí é pra namorar, aí é pra casar.

A minha amiga ainda está sozinha, perguntei o motivo, ela me disse, os homens estão um pouco mais infantis hoje em dia, é difícil encontrar alguém que tenha um bom papo, que saiba conversar, uma pessoa madura, que pense em ter um futuro com outra pessoa, com tanta oferta na praça, com tanta mulher sobrando, a maioria dos homens não quer mesmo ficar apenas só com uma, e quando fica, você meio que está sujeita a ser trocada por outra ou ser a outra na relação mesmo sendo a atual.

Ela disse que perdeu a paciência para homens sem conteúdo, sinceramente não sei o que ela quis dizer com isso, e voltei a perguntar, e então, ela me disse, um homem que tenha maturidade, que saiba conversar, tenha algo no qual a gente possa se apoiar pra ter alguma segurança e pode desenvolver um processo de relacionamento, não é fácil estar numa relação com insegurança, sem saber o que poderá acontecer, não tenho mais tempo nem paciência para perder minhas noites apenas com beijos e outras coisas mais e voltar pra casa sozinha e no outro dia não ter com quem conversar, dividir minha, isso não quero mais, é hora de pensar no futuro, em construir uma relação sólida.


E por fim, não poderia deixar de perguntar a minha amiga, se ela era pra ficar, namorar ou casar, e ela me disse, isso não depende de mim, é preciso que a outra parte tenha um desejo também, e só vou saber quando estiver com ele, mas confesso que hoje ficar só se fosse para ir mais adiante, ficar por ficar, já fiquei demais, chega um tempo em que a gente da solidão, do vazio, de não ter com quem dividir as coisas. 

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Precisa-se de um companheiro

Precisa-se de um companheiro
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
27/06/2013

Uma amiga me disse, meu marido é ótimo, bom pai, ótimo profissional, não falta nada em casa, é bom de cama, por ele a gente não sairia da cama, mas ela é péssimo como companheiro, resultado, eu me apaixonei por outra pessoa, mas isso deu outro nó na minha vida.

E com uma história assim, sempre vem me a pergunta, por qual motivo mesmo a gente se relaciona com as pessoas, por que namoramos, casamos, temos amigos? A sensação que tenho é a de que a gente precisa de ajuda mútua, que é o que chamamos de companheirismo, alguém que nos ajude e alguém a quem possamos ajudar a suportar os aperreios da vida.

Como a minha amiga me contou, sexo, dinheiro, casa, estabilidade, essas coisas são importantes, mas é preciso ainda amizade, afeto, companhia, estar junto, presente, do lado, ser mais do que o comedor, o provedor, é preciso colocar o lixo pra fora, consertar a tv, buscar o pão, arrumar a casa, tirar as roupas do varal, resolver os problemas, ser um ombro amigo pra chorar, compreender, apoiar, entender, aceitar.

E então, ela me conta, mas enfim, acabei me envolvendo com um cara mais jovem, de 22 anos, mas ele ainda é muito infantil, já pedi divórcio ao meu marido no auge de paixão, mas hoje pensei melhor e não vou arriscar a minha vida por um cara mais moço que talvez lá na frente venha a ser pra mim uma dor de cabeça ainda maior, como está dando certo até agora vou ficar com os dois, afinal, meu marido não liga muito pra mim, eis o nó da minha vida.

Depois disso fui perceber como a vida das pessoas é muito complicada nesse campo afetivo, todos nós temos problemas, todos procuramos a felicidade, mas poucos de nós conseguimos nos centrar realmente nessa busca, a gente confunde paixão com amor, sexo com amizade, amizade com tesão e a vida vira uma loucura, falta um norte que nos imprima uma reta correta e segura, mas será que há alguma coisa segura nos dias de hoje?

Segundo Ivan Martins, colunista da revista Época, num futuro ou nos tempos atuais a tendência é vivermos mais de um relacionamento de forma paralela, tenho minhas dúvidas, mas se assim o for minha amiga está no caminho certo, ou seja, já estão dentro dos novos modelos que deverão permear o nosso destino doravante.


De qualquer forma, toda e qualquer relação, penso, deve se basear mesmo nesse princípio da mutualidade do companheirismo, não dá mais pra pensar apenas em sexo, dinheiro, beleza, o mundo ficou muito difícil, as pessoas sozinhas e carentes e precisam cada vez mais de companhia, de pessoas que as possam entender, estarem ali ao lado, enfrentando as coisas da vida, do mundo, da história de cada um, mas que de maridos, esposos, namorados, precisamos de amigos, sem essa relação de poder que muitas vezes impera nas relações, precisamos de pontes e laços e não só apenas de obrigações. 

Não se muda de sentimentos como se muda de roupa

Não se muda de sentimentos como se muda de roupa

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
27/06/2013

Um amigo acabou seu relacionamento há pouco tempo, sofreu e ainda está sofrendo, mas nesse espaço de tempo um dia chegou pra mim disse, rapaz, já fiquei com uma gatinha ontem, eu lhe disse, olha, que legal, dois dias depois, quando perguntei como estava ele de amor novo, ele me disse, é sem futuro, não dá certo.

Dizem que um amor só se cura com outro, mas acho que antes você precisa se curar, é fácil encontrar alguém, difícil mesmo é você esquecer o que sente pela outra pessoa e deixar isso pra lá como se fosse a coisa mais normal e natural do mundo, você até pode mesmo se enganar por algum momento, começar a sair, ficar com várias pessoas, mas quando isso passar você irá sentir que nada conseguiu preencher o seu vazio, deixado pela relação passada.

No fundo o que sentimentos ao terminarmos uma relação é um sentimento de baixa autoestima e de fracasso, ninguém quer perder nada nem ninguém e a gente se sente culpado pelas coisas que não deram certo, por ter feitos as escolhas erradas ou por ter errado com outras pessoas ou ainda mais de ter sido enganado, essas feridas precisam de um tempo para serem saradas e curadas, podem até doer pelo resto da vida se você não soube se refazer, se analisar e seguir adiante.

Outra questão importante, já tentei ficar com uma pessoa em pleno desfecho de outro relacionamento, e sinceramente, não deu certo, jamais consegui fazer a nova namorada feliz, e sabia disso, éramos dois infelizes, eu por não conseguir gostar dela como ela gostava de mim e ela por não ter o carinho que merecia pelo tanto que fazia por mim, não deu outra, tínhamos que terminar, ela sofreu muito, mas eu sofria mais ainda por estar com ela sem gostar e sem consegui fazê-la feliz.

Além do mais, pelo menos na minha idade, não dá mais pra ficar brincando, admiro quem tem esse desprendimento pela vida, mas sei que a conta chega cedo ou tarde, um dia vida nos cobra mais tranquilidade, calçada e café, conversas e planos, estabilidade e segurança, e num dá pra ficar brincando de Peter Pan, sem querer crescer e pensar que a vida é assim mesmo pra ser vivida sem culpa ou medo, sem remorso e só com paixão.

Meu amigo parece que aprendeu a lição, deu um tempo pra si mesmo, foi viver outras coisas antes de se arriscar novamente numa nova aventura amorosa, antes de caçar uma nova fuga, um refúgio para os seus sentimentos, pois não mudamos de sentimentos como mudamos de roupas, a gente sente e não pode fazer mais nada, está ali em nós, talvez até a gente nunca deixe de sentir, gostar, então, precisa aprender a conviver com isso pelo resto da nossa vida.


Alguém especial pra namorar

Alguém especial pra namorar
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
27/06/2013

Conheço um cara que já ficou ou namorou as mulheres mais bonitas que eu já tive a oportunidade de conhecer, mas ele hoje está sozinho, talvez seja por que ele não é um cara especial, essa é a tese de Ivan Martins.

Ivan acabou de lançar um livro de crônicas, chamado Alguém Especial, segundo ele, na primeira crônica do livro, há gente pra gente ficar, namorar, até mesmo se apaixonar, e eu diria até mesmo pra casar, mas alguém especial é muito raro de encontrar. Talvez seja o caso do meu amigo, nunca o vi tendo um gesto romântico ou de afeto com uma mulher, nunca o vi sendo carinhoso ou sensível, sempre o vejo tratando as mulheres com indiferença e estupidez, talvez por isso hoje esteja sozinho.

O que vejo que ele tenha é algo chamado coragem, ele se garante, como se dizem, e consegue até conquistar alguém, mas entre conquistar alguém, ficar e permanecer há uma distância, a permanência é algo que requer mais do que desejo e vontade. Segundo Ivan Martins, uma pessoal especial é alguém que nos completa, nos faz rir e chorar, nos fazer amar e brigar, mas sempre nos fará sentir falta e saudade, é alguém que não encontramos todos os dias, talvez apenas uma vez na vida e olhe lá, é alguém que não iremos encontrar em qualquer lugar, a qualquer hora, é algo que o destino nos reserva de forma extraordinária, aquelas histórias de amor de filmes, algo inusitado.

Por isso talvez a gente encontre muita gente solteira e sozinha por aí, pessoas que ficam pulando de festa em festa, forró em forró, balada em balada, ficam com um e com outro, mas não conseguem se apegar a ninguém, até se apaixonam, mas não levam o relacionamento adiante, pois a maioria das pessoas não é especial. Quando as pessoas não são especiais a gente não sente segurança, não consegue ir mais longe, sabe que não adianta mesmo, pois não irá bater com o que a gente sente.

E o que seria uma pessoa especial? Para Ivan essa resposta não tem uma conclusão determinada, para cada um de nós haverá uma pessoa a quem chamaremos de especial, mas se for para falar por mim, digo que uma namorada especial seria alguém com quem eu pudesse namorar, conversar, dividir meus livros, meus filmes, minha vida, alguém com quem eu pudesse caminhar de mãos dadas lentamente conversando, falando, costurando um futuro, alguém que eu pudesse me encontrar sem medo, que pudesse ser sincero e verdadeiro, que pudesse dizer eu te amo com vontade e pudesse beijar com desejo.

Alguém especial é alguém que lembra de você, sente saudade, que te procura e abre um sorriso quando te encontra, é alguém que você sente vontade de estar com ela e ela com você, que você necessita de fazer algo por ela e ela também te faz viver.  Pessoas especiais são raras, nem todos nós vamos encontrar alguém assim, a gente até pode ter alguém que goste, ame, esteja apaixonado, mas talvez ela nem seja especial.


Pessoas especiais parecem sonhos, são pessoas românticas, sinceras, imprevisíveis, que quando menos esperamos ela está em nossa porta com flores nas mãos, ela nos fazer sentir a vida de todas as maneiras. Já vi caseis assim, simples, mas que causavam inveja, ao dançarem, ao conversarem, ao viverem, parecia que havia entre eles uma magia e não precisavam de mais nada, o mundo ali estava ao seu redor, pra eles tudo era possível, era o amor em sua forma plena e ao vivo. 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

É preciso haver afinidades para se manter a relação

É preciso haver afinidades para se manter a relação

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
26/06/2013

Você pode até conviver com uma pessoa diferente de você, e todo mundo conhece um casal água e vinho, mas também é bem verdade que quando não há afinidades, é muito difícil conviver, é preciso muita maturidade para saber respeitar as diferenças, não só aceitar, mas também saber renunciar a si mesmo.
Quando estamos com alguém muito diferente de nós temos que saber renunciar muitas vezes, pois se há diferenças, haverá gostos, caminhos, olhares, sentimentos e várias outras que farão com que alguém da relação saia perdendo um pouco de si para se entregar ao outro, para que o outro seja feliz.
Se assim não o for, sempre haverá brigas e uma eterna insatisfação, sempre haverá um sentimento de vida a desejar, e se chegará a um cansaço, quando o que estiver renunciando mais não suportar mais a convivência.
Já convivi com uma pessoa diferente de mim, e não acho que seja o melhor. Enquanto eu assistia a um filme, ela via novela, eu queria ir ao cinema, ela ficar em casa, eu queria ler livros e conversar sobre eles, ela não tinha o menor interesse para tal, nossas conversas sempre foram sobre o banal, coisas comuns da casa, da vida, não havia empatia de assuntos, interesses em comum, e nesses casos o silêncio muitas vezes é preponderante.
Não que não seja possível conviver numa situação assim, tudo é possível quando se sente e se quer, mas se se pode escolher, melhor que haja uma relação de empatia, é preciso que haja compatibilidade, nem sempre o dinheiro e o sexo irão resolver e trazer felicidade, convivência requer diálogo, afinidade, empatia.
Acredito que um casal com afinidades tenha mais alegrias, pois fazem coisas juntos, tem programas juntos, gosto parecidos e podem se encontrarem um no outro, mas como disse acima, é possível também conviver com o diferente, mas é preciso coragem.
Há quem diga que é bom ter alguém diferente ao lado para que possam viver coisas novas, a grande questão é, quem irá renunciar e até quando irá suportar ter sempre que ceder? Na teoria funciona, pois é como dizem, sempre um irá propor a sua rotina, mas na prática sempre acaba perdendo.
Logo, pelo que aprendi, acredito que ainda é preciso que haja afinidades, semelhanças, se assim já tá difícil, imagine com o contrário, mas enfim, cada caso é um caso.


Amores perdidos e reencontrados

Amores perdidos e reencontrados

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
26/06/2013

Gosto dos amores que se perderam pelo caminho nas banalidades das suas vidas incompletas e se encontram pelas tramas imprevisíveis do destino, o qual nenhum de nós pode controlar, amores que sempre se buscaram sem o saberem até se encontrarem outra vez e finalmente se completaram, para sempre.
Todo mundo deve conhecer uma história assim, isso me lembra do livro A moreninha de Joaquim Manoel de Macedo que devo ter lido umas três vezes na minha adolescência  e foi a minha tragédia, mas enfim, isso é outra história.
Como dizia, todo mundo conhece ou viveu algo desta forma, daí foi que nasceu aquela lenda que diz, o que tiver de ser, será. Acredito que esse deve ser os melhores amores, quando os enamorados estão mais amadurecidos, já sabem evitar erros, sabem respeitar espaços, já tem consciência do que realmente querem para si e para a vida.
Em termos de convivência nem todo mundo vive com muita maturidade, a maioria das relações são muitas complicadas, oscilantes, vivem cheia de turras, de conflitos, brigas, falta pensar muitas antes de sentir, calar mais antes de falar, por isso nossos tantos desentendimentos.
Mas os amores que se reencontram pelas forças do destino chegam agora dispostos a  nunca mais irem embora, estão vacinados e precavidos contra as intempéries da vida e da convivência. Depois de várias outras experiências é bem possível que já se tenha um pouco de maturidade para saber entender os processos das relações, ter outro olhar para o outro e para si mesmo, saber se controlar para evitar os excessos.
Os amores perdidos e reencontrados são aqueles que quando menos se espera o destino, a vida, Deus ou seja lá quem for nos coloca frente a frente sem que saibamos as razões e os motivos quando a gente menos espera acontece, ele surge, e se olha, se sorrir, não se acredita, se conversa, se entende e se vive, nada mais e a história termina para que possamos contá-la.


domingo, 23 de junho de 2013

Férias de si

Férias de si

A vida muitas vezes pede que você tire férias de si mesmo, se deixe pra lá, deixe de ser tão radical, orgulhoso, egoísta, se permite coisas novas, se perca, se fique em silêncio, gargalhe mais, sorria, fique sério. Às vezes e muitas vezes é preciso, mesmo que por pouco tempo, um segundo, sei lá, que você deixe de ser quem é e seja outro, vai pra lá, se esquece, esquece a dor, a solidão, a tristeza, a raiva, a mágoa, ande, caminhe, olhe para o céu, deixe o tempo passar, nada pode te consumir mais do que você mesmo, você se desgasta, se gasta, se perde e depois para se encontrar, nossa, quanto trabalho, quanto tempo. Talvez a gente não precise de muita coisa, mas a gente precisa querer, é isso que nos faz mudar, é isso que nos faz sentir, é isso que nos faz ser quem somos, a vontade, o desejo, a ilusão de que tudo vai mudar, e depois você entende que num é ilusão, tudo muda mesmo, eu mudo, você, mudo, mas antes, dessa tão radical mudança, paremos um tempo, tiremos as nossas férias, férias de nós mesmos, dos outros, da vida, estou entrando de férias de mim, por tempo indeterminado, vou deixar de correr atrás de sonhos e vou viver a realidade, vou deixar as ilusões e viver o real, embalar a tristeza e comemorar a alegria, amar em silêncio e grita no tempo certo, mas um dia eu volto, um dia todos nós voltamos.....talvez até pra ficar.


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Uma história de amor real

Uma história de amor real
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
20/06/2013

Agora gosto mais de ficar atento ao Facebook, parei de postar, vou me guardar mais, enfim, isso é outra história, mas como dizia, ficar ali olhando o que as pessoas postam rendem ótimas histórias, e como jornalista e escritor que sou, nada melhor do que pescar alguma coisa para render bons textos.

Outro dia alguém colocou no Face, “o que escutei ontem gostaria de ouvido a muito tempo, mas agora é tarde”, senti logo no ar uma história e foi atrás da pessoa pra saber, perguntei se ela gostaria de me contar os motivos da daquela frase. Algo parecido com o Cem anos de solidão de Gabriel Gárcia Márquez.

 Ela me contou... Há 26 anos, quanto tinha 21 anos me apaixonei por alguém, na época ele tinha 16, minha paixão era intensa, mas a dele acho que nem tanto, até mesmo pela idade, talvez, o fato é, eu o amava e ainda o amo, 26 anos depois, respeito a escolha que ele fez, mas ontem, agora, em 2013, ele veio me dizer que estava arrependido, que deveria te ficado comigo, e então lhe disse que agora não dá mais.

Ainda o ama? Sim, ela me disse, do mesmo jeito que antes, ainda o escuto, ainda converso com ele, quando ele precisa de mim eu estou ali do lado, mas acho que ele não irá me querer, ficar comigo, deve me procurar quando briga com a esposa ou algo assim, não sei explicar bem, o fato é que nunca o deixei de amar.

Meu sonho era que ele fosse o primeiro e assim o foi, jamais vou poder esquecer, sempre tive muitas pessoas, outras paixões, amores, homens, mas nunca o esqueci, nunca, não sei como isso funciona, mas eis a minha verdade, o que sinto. Passei 20 anos sem encontrá-lo, mas um dia novamente quando o vi parecia que eu ainda tinha 21 anos e ainda estava vivendo a mesma coisa de 26 anos atrás.

Casei-me para tentar esquecer, dessas loucuras que fazemos, como cantou o saudoso Emílio Santiago, fui embora, houve muitos desencontros, desses que a vida nos imprime, mas o sentimento nunca foi embora de mim, a gente vai para algum lugar, mesmo distante, mas leva  a gente com a gente e levei esse amor comigo que nunca saiu de mim. Talvez se tivéssemos ficando no mesmo lugar, terra, tivéssemos um caso de amor, mesmo casados.

Penso que ainda um dia terminarei com ele, é uma viagem pensar assim, pois a vida não é novela, e nem sempre final é feliz. É difícil viver isso, mas quem disse mesmo que a vida era fácil? Já conversamos muitos, é bom, gostoso, mas depois as coisas mudam, o tempo passa, você não é mais jovem pra viver os melhores momentos da vida, já não sei mais o que esperar, sinto, não posso me negar isso, está dentro de mim, mas também não saberia dizer como viver isso outra vez.


Penso, que o amor ou a vida tem desses enigmas, o amor está ali, mas precisamos seguir por outros caminhos e isso é mais comum do que imaginamos, pensamos, acontece em nossas vidas o tempo inteiro, parece que temos que aprender alguma coisa com isso, ser melhor, saber esperar, enfim, um dia a gente descobre os motivos. 

Quero....

QUERO A MIM

Ronaldo Magella

Quero me destruir, desconstruir por completo, desmontar as peças, descompor as partes, arrancar os pedaços, me deixar nu, seco, vazio, sem nada. Para depois juntar. Unir por completo, agora colando os versos, os reversos, se fui me desfazendo por fora, agora vou me edificando pelo inverso. Já me vi por fora, quero me conhecer por dentro, já vivo o que sou, quero agora o que não sou. Me quero calado e louco, inquieto e parado, feliz e triste, amargo e doce, quero de mim ambas as partes e as partes minhas todas que conhecer. Tudo que me compõe, os “algos” que me formam, os diamantes extraídos de mim e as pedras ainda brutas que hei de lapidar, quero tudo, me quero todo, saber quem sou, o que posso fazer ou deixar ainda de um dia ser. Quero me abrir e fechar, tirar tudo, repor o que for bom, guardar apenas o essencial, costurar o que me for útil. Quero apenas a mim, os outros que se achem, não os terei em conta, apenas de mim hei de fazer cálculos, somar o que o que sou, subtrair daquilo que penso, dividir pelo que sinto e multiplicar o que me restar. Sonhos perdidos, palavras roubadas, amores sofridos, alegrias vividas, dores consumidas, tristezas sentidas, lágrimas corridas, risos sinistros. Verdades veladas, mentiras abertas, ilusões presentes, realidade ausente. Se vivo o que não sou, expresso o que desejo, mas não o que de fato seja, não quero mais jogar, encerro com a vida o que a vida me deixa brincar. Buscarei outros rumos, outros encantos, a ninguém quero encantar, só a mim mesmo desenganar. Não quero estradas nem desertos, nem estrelas ou paraísos perdidos na beira-mar, antes de ir, agora quero voltar, voltar pra dentro e antes tudo, agora, para sempre me encontrar. 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Todos os laços são eternos

Todos os laços são eternos


A vida é apenas viver cada coisa que acontece, é bobagem fugir de situações que teremos que viver, pois cedo ou tarde elas estarão novamente em nossa porta nos convidando a viver, existir, precisamos aprender a vivenciar tais situações, no melhor, aprender a resolvê-las, para que possamos seguir, sem sabe ou sabendo que talvez não haja solução, mas é preciso encará-las, uma vez que outra deverão surgir, chegar e se não as encararmos de frente chegará uma hora que estarão todas ali em nossa frente nos pedindo atenção, é bobagem chorar por laços que parecem desfeitos porém que irão continuar firmes em nossas vidas, segundo Clarice Falcão, o fato de não existirem mais ou de não darmos a devida a atenção, buscar fugir, esquecer é vão, eles irão continuar, seja com amor, seja com dor, ficarão ali bem próximos de nós esperando apenas um momento, um brecha para novamente em nossos pensamentos entrarem e nos mostrarem que ainda somos quem um dia fomos ou para nos dizer que não podemos apagar o vivemos, são laços eternos, até os resolvidos, concluídos, pagos, mesmo estes nos servirão de ensino, lembrança, saudade, o que vivemos torna-se eterno, é parte do que somos, é algo que ficará em nós pra sempre, pra eternidade. 

terça-feira, 18 de junho de 2013

Nem tudo passa, como a uva

Nem tudo passa, como a uva

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
18/06/2013
Dizem que tudo passa, até uva passa, não acredito que seja bem assim, nem tudo irá passar, muitas coisas você guardará com você, pois se assim não fosse a gente nunca iria melhorar, e a ideia é essa, melhorar sempre.

Digo que nem tudo passa pois você precisa aprender com o que viveu, corrigir os erros, repensar os atalhos, encontrar-se consigo mesmo, se olhar outra vez agora de forma diferente, claro que as dores passam, as angustias, mas fica sempre um pouco dentro de você daquilo que se viveu, aprendeu, claro, se você aprendeu mesmo.

Que bom que a vida fosse como dizem, uma página, livro, uma tinta, que bastaria virar a página, apagar, passar a borracha e pronto, estamos novos outra vez, mas infelizmente não é assim, a gente sempre irá conviver com o passado, muitas vezes nos puxando de volta, outras vezes nos culpando,  ou até mesmo nos lembrando que não podemos mais repetir as mesmas coisas, precisamos agora nos reinventar.

Como disse, nem tudo irá passar, até entendo que as pessoas querem ser livres das suas dores, culpas, ressentimentos, sei também e aprendi que mágoa e raiva irão passar, apenas o amor será eterno, mas não se pode deixar assim uma vida esquecida em vão pra lá, é preciso ter coragem e se olhar, se pensar, viver, se analisar para puder caminhar.


Talvez o que conta na vida não seja só apenas os acertos e os erros, mas a forma como você vive cada momento deste, como você se vê dentro desses dois quadros que sempre haveremos nos experimentar de uma forma ou de outra. 

E hoje queria muito pouco de você....

E hoje queria muito pouco de você..
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
18/06/2013

E hoje queria pouco, muito pouco, um beijo, um abraço, um café, olhar pra vc, sentir o seu perfume, caminhar do seu lado, escutar a sua gargalhada, fazer você se emocionar, e hoje eu queria muito pouco, estar com você, escutar sua voz, olhar em seus olhos e dizer o quanto é importante, bonita, forte, especial, mulher, o quanto gosto de você, aprendi a gostar, e hoje eu queria muito pouco, pois o dia é seu e apenas queria me entregar a você, doar meu coração, cuidar de você, te apertar, proteger você do o mundo, das suas dores, de si mesmo, da sua solidão, do seu sorriso bobo, dos seus disfarces.

Queria pouco hoje, apenas de fazer feliz pra sempre, e ainda hoje queria muito pouco, te provar que podemos ser mais e melhores, leves, simples e tranquilos, hoje eu queria muito pouco, te dizer que sim pode ser diferente, que podemos ir além do que fomos e somos, e hoje eu queria muito pouco, menos ainda matar as saudades, fazer planos, sonhar o futuro, fazer promessas, jurar sentimentos, encontrar pensamentos e palavras para te fazer amar mais e sem vencimentos.


Pois hojej eu queria pouco, muito pouco menos ainda, apenas te dizer que ainda acredito em nós, em mim, em você, em tudo que vivemos e que poderemos ainda viver, ser, fazer, acredito que sim podemos e seremos, pois hoje, gostaria de te dizer que sim sinto a falta, tenho um carinho imenso por você, um afeto, por seu jeito menina de ser, pela sua forma de existir, pensar, sonhar, se pudesse, pediria que você nunca mudasse, sempre fosse assim, meiga, carinhosa, sapeca, inteligente, discreta, amiga, companheira, que essa nova etapa da sua vida venha sem pressa, venha simples, mas cheia de sabor, de gosto, um gosto de viver mais, sentir mais, existir mais, a gente pode até amar outras pessoas, mas sempre vamos amá-las de forma especial, diferente, e sinto isso com você, uma magia, algo que a vida nos deu e não podemos perder, e não vou te perder, vivemos coisas, momentos que jamais poderemos apagar, esquecer, mas como hoje quero pouco, muito pouco, queria te dizer que o passado é coisa certa, mas o futuro é nosso e eu estou com você, do seu lado, estou aqui pra você, mesmo sabendo que estamos num momento difícil, mas sou e serei pra você mais que um namorado, marido, esposo, serei um amigo, um companheiro, nunca vou te deixar, abandonar, sei que o tempo vai passar e poderemos um dia rir, cantar, sentar e vou estar sempre ao teu lado, jamais irei te abandonar porque eu decidir isso, decidir ficar de bem com você, sem brigar, sem complicar as coisas, é uma decisão e decisões se cumprem e vou cumprir, e era isso por hoje, apenas isso. 

O que ninguém sabe

O que ninguém sabe

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
18/06/2013

De longe todo mundo é normal, feliz, meio louco, o que pouco de nós sabemos é que muitos trazem dores amargas dentro de si, pedaços de vida esquecida, momentos quebrados, um passado ainda não resolvido e que talvez nessa existência não tenha solução.

Pelo menos foi isso que descobrir ao conversar com duas pessoas que com lágrimas nos olhos tiveram a oportunidade de se abrirem pra mim num momento impar. Carinho e afeto podem mudar o mundo e as pessoas precisam disso, de cuidado e atenção, todos nós.

Vivemos num mundo silencioso, uma ditadura da alegria, quando ninguém pode demonstrar que sofre, que está mal, ruim, quebrado, precisamos mostrar os dentes mesmo sem querer, poder, temos que sufocar o que sentimos quando na verdade gostaríamos era de gritar.

Foi o que pude perceber ao entender duas histórias de vida, levado que meio pela curiosidade, mas intrigado, por qual motivo quis saber as pessoas abandam duas vidas, deixam pra lá seus sonhos e esperanças, buscam outras fugas nas bebidas, nas drogas, na solidão, quais os motivos, por que escolher tais caminhos?

A maioria de nós, como não se preocupa com a vida de ninguém, apenas com a sua própria existência, certamente dirá que cada um escolhe vida a própria felicidade, só que a maioria de nós esquece que temos nossas dores e nem sempre somos realmente felizes, era imposição pela felicidade é ditatorial.

Foi quando descobri que não eram escolhas, nem necessidade, mas algo ainda que não se explicar, porém diria que nem todo mundo consegue vencer a culpa que trás dentro de si pelos erros do passado, pelos problemas que não conseguiu vencer, viver, ultrapassar, é preciso muita força interior para continuar lutando, vivendo e não é fácil, acreditem, não é fácil, é acordar e dormir tudo com uma batalha interior imensa dentro de você, como se diz, sem o encanto do mundo.

As pessoas precisam de atenção, de afeto, cuidado, de amigos, precisam de alguém que lhe escute o coração, precisam dividir suas dores, seu passado, suas angústias, precisam de apoio para continuarem e mesmo aquela alegria aparente que vemos muitas vezes é apenas um disfarce, se a gente pudesse saber entendia melhor, mas o problemas é que nunca queremos, os outros vivem aquilo que ainda não sabemos.


sexta-feira, 14 de junho de 2013

De todos te protegi, mas esqueci de te guardar de mim

De todos te protegi, mas esqueci de te guardar de mim

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
14/06/2013

Somos todos iguais, quando falamos em sentimentos, uns mais fortes, intensos, outros mais frágeis, mas geral todos sofremos do mesmo mal, humanidade, somos humanos, foi o que percebi hoje ao conversar com uma amiga.

Apesar dela se dizer bem, feliz, está se separando do marido, mesmo afirmando que não o quer de volta, de caso já com outra pessoa, ainda assim ela diz que todo dia ainda se pergunta a mesma coisa, como fui deixar acontecer o que aconteceu, qual o meu erro, porque não evitei, calei, o que poderia ser evitado, calado.

A gente erra feio e quando a dor é no coração, de sentimentos, afetos, emoções, a gente se penaliza mais, se culpa, se machuca, pergunta a si mesmo porque não fez diferente, porque não evitou, não pensou mais, parou mais, não tem como ser diferente, é sempre assim e sempre vai ser, a gente pode até está bem, feliz, em outra, mas são sentimentos que nos chegam como contas que temos que pagar com a nossa própria consciência, com a vida, com o mundo.

A gente protege demais as pessoas do mundo, manda tomar cuidado, olha pra onde vai, com quem anda, não faça isso, isso não presta, mas esquece de proteger as pessoas de nós mesmos, sim, dos nossos erros, defeitos, das nossas discussões, da nossa imaturidade, do nosso mau humor, do nosso orgulho, egoísmo, e quando a gente perde é que vamos pensar sobre o que fizemos ou que somos.

Quando a gente conhece alguém parece vitrine de loja, a gente sempre conta o que temos de melhor, nossas melhores qualidades, o outro depois que descubra os nossos defeitos, o nosso lado sombra, escuro, aquilo que temos vergonha até de pensar, quanto mais de admitir, e quando a gente erra, é que outro percebe, entende quem realmente somos, estamos.


Verdade que muitos não estou nem aí para o que acontece, vão apenas vivendo, deixando ser e acontecer, isso acontece com muita gente, mas com outras não, uns pensam demais, sentem mais, como disse, há alguns intensos demais, outros superficiais demais, mais acabamos sempre todos no mesmo lugar, na nossa humanidade humana. 

É preciso sentir a dor do outro

É preciso sentir a dor do outro
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
14/06/2013

A gente sempre tem solução pra tudo, ah, é simples, faça assim, faça isso, mas quando acontece com a gente parece que tudo que era tão fácil, simples e leve agora ficou muito complicado, difícil e pesado de carregar, pois agora está em nós, o que antes era em outros e a gente sorria e dizia, levante essa cabeça, agora está em nossa porta e a gente não sabe como dizer não, mandar embora, deixar partir.

A gente nunca acha que vai acontecer com a gente, mas parece que a vida já tem o seu roteiro, tudo já está traçado e ela fica nos espreitando, esperando pelo nosso momento, já sabemos que todos iremos morrer, nós e os outros, isso a gente entende, a gente só não aceita quando acontece, já sabemos que tudo irá passar, a dor, tudo, é só esperar pelas horas, pelos dias, mas quando está doendo em nós parece que nunca vai ter fim, nunca vai terminar.

A gente sempre pede pras pessoas compreenderem, entenderem, pensarem melhor, bem, mas quando é com a gente tomamos decisões radicais, não dá mais, não quero, pronto, não suporto mais, é simples quando não está em nossa cabeça nem em nosso coração, é difícil viver o que nos acontece, é fácil solucionar o que não estamos a sentir, aquilo que apenas olhamos sem nos afetar, temos saída pra tudo, menos pra nossa própria vida.

Daí então você começa a perceber e precisa entender a dor dos outros, seja ela qual for, pois se pra mim, pra você, venha a ser algo simples de se resolver, e sempre é, pois não estamos a passar pelo momento, para o outro não é, toda dor, todo sofrimento sempre é muito individual e particular, é muito de casa um, e cada um sabe o que pode suportar, o que pode viver.

Só vivendo e sentindo a dor do outro é que vamos entender o que ele está a passar, não adianta pensar, dizer que entende, compreende, não, apenas temos uma noção, só quem vive passa é quem sabe a dor que lhe angustia. Por isso é preciso muito respeitar os outros em suas existências, momentos, em suas vidas, em suas dores, pois se pra mim é algo pequeno, suportável, e só o é, porque não estou a sentir, pra ele talvez não seja e nunca iremos saber.


Como esquecer um amor, confie em mim, vai dá certo

Como esquecer um amor, confie em mim, vai dá certo

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
14/06/2013

Sua namorada te deixou, certo, calma, tem jeito, não, não pense em voltar, pense em tudo menos isso, é mais sofrimento em vão, então, sei que está doendo, é, pois é, muitas coisas boas, momentos, mas enfim, a vida segue, é preciso viver, se ela voltar, ótimo, mas se não voltar é preciso ir, pra onde não sei, mas ir, pense comigo, o mundo é meio louco, gira todo dia e todo dia volta pra o mesmo lugar, às vezes tudo está do mesmo jeito, mas de outras vezes alguma coisa mundo, nenhum dia é igual ao outro, porém há dias que são todos iguais, entendeu? Nem eu, mas enfim, tá valendo.

No entanto, tenho uma receita para você se recuperar dessa dor, coisas simples que você pode fazer para ocupar a sua mente e não pensar mais nela, dá um tempo até as coisas se ajeitarem ou tomarem outro rumo, vamos lá, caneta e papel na mão, vai dá certo, confie.

Bem, você pode fazer muitas coisas, tipo, tentar contar as estrelas, bem ninguém jamais conseguiu, mas olha, você pode ser o primeiro e entrará para a história e quem sabe, talvez, é possível, ela até volte pra você, comece hoje mesmo, começa contanto as estrelas maiores, é mais fácil, confie em mim. Você enxugar gelo, fazer corrida com o vento, andar de trás pra frente, ficar pulando numa perna só, tudo é válido, confie em mim, vai dá certo.

Olha, o tempo está meio assim frio, nublado, outra dica, espere a chuva cair, não, não, não, nada de contar os pintos, vai pra rua, abre a boca e fica esperando acertar os pingos de chuva que estão caindo, depois com a boca cheia, despeja tudo num balde e vai enchendo, volta outra vez, abre a boca e vai fazendo a mesma coisa, pra que serve? Pra nada, mas pode funcionar como terapia ou loucura, você escolhe, no mais você irá se sentir melhor, pois banho de chuva sempre é bom né? Então.

Sobe no telhado e grita, saia correndo pelo meio da rua, cante no chuveiro, na frente do espelho, fique pulando pulando pulando, vá por mim, tudo isso somado vai dá algum resultado, qual? Não sei, se soubesse de tudo jogaria na loteria, pense comigo. Nada de ouvir música, ler, filmes, internet, não, procure viver outras coisas, conversar com um gato, um cachorro, matar moscas, catar formigas, contar os passos quando estiver andando pelas ruas, sair sorrindo pras pessoas que encontrar, desarrumar toda a casa e depois arrumar tudo outra vez. Se funciona? Não sei, até agora nunca tentei, mas confie em mim, vai dá certo, é balela.

Durma de meia, tome banho de roupa, fique rindo sozinho, faça caretas no espelho, pare, pense, olhe em volta depois siga pra lugar algum, durma tarde, acorde cedo, vá caminhar, correr, pense que se houver vida em Marte ou em algum outro lugar do Sistema Solar você ainda poderá encontrar outra namorada igual a sua que você acabou de perder, as probabilidades são imensas, uma vez que o universo está em expansão, logo, o fim está meio que longe de chegar, logo, é uma possibilidade, pense comigo, confie em mim, vai dá certo.

Pense positivo, iria mesmo acabar de todo jeito, um dia, logo, melhor que foi agora, afinal, o mundo vai acabar, daqui a cinco bilhões de ano o Sol irá deixar de brilhar, você não teriam mesmo a eternidade pela frente, então, apenas antecipou algo que iria mesmo acontecer, bom pra todo mundo, agora você já sabe como é essa dor, pode até dá palestras, fazer seminários, escrever um livro, irá ganhar muito dinheiro, agradeça a ela por isso, tudo tem o seu lado positivo, confie em mim, vai dá certo. Se ela vai voltar? Vai, confie em mim, vai dá certo...ou não.




A fila anda mesmo, mas a que preço?

A fila anda mesmo, mas a que preço?

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
14/06/2013

A filosofia de que a fila anda parece que funciona, bem, se não sei se funciona, sei que acontece, as pessoas fazem mesmo a fila andar.

Estar nas redes sociais lhe permite acompanhar a vida das pessoas, como elas também pode acompanhar a sua, isso claro, se você permitir e permitir. O que venho percebendo é que as pessoas mudam de relacionamento muito rápido, como se aquilo que foi vivido não tivesse tido alguma importância.

Não é uma crítica, é apenas uma observação. Já vi gente encerrar um namoro, fazer declaração no Facebook dizendo que jamais iria esquecer a outra pessoa, afirmando que a amava, mas pouco depois já estava em outra relação, e se você perguntar, mas e aquele amor, a resposta será apenas, a fila anda.

Não sei se é nossa visão do amor que é um pouco distorcida, essa ideia de temos que amar pra sempre, pra uma vida inteira, que a paixão nos consome, nos deixa sem noções e reações normais, ficamos que distantes da realidade, mas o fato é que vivemos num período de superficialização da vida e dos relacionamentos, dos momentos, das emoções, como se tudo o que a gente vive ou viveu foi só até viver e pronto, foi só até o momento de acabar, depois viramos a página e pronto, tudo se encerra, se acaba.

Há outras coisas a pensar, no mundo em que vivemos, quando as pessoas tem medo de chorar e sofrer, da solidão, ninguém quer demonstrar que perdeu algo ou alguém, todo mundo quer mostrar que está bem, que é forte, que superou, que passou, que enfim, a vida segue sem nenhuma cicatriz, por isso a fala anda.

Não sei se é bem assim, acho que uma hora a conta chega e o que a gente viveu tem um certo peso em nossas relação futuras, as pessoas, os momentos, as alegrias, as tristezas, a saudade, as lembranças, as dúvidas, as incertezas, as dores, num dá pra você pular, andar, como se nada tivesse acontecido, penso que se uma relação termina, mesmo que não volte, é preciso parar e pensar o que a fez terminar, quais os problemas e ninguém se separa sozinho, os dois sempre estão juntos nessa decisão, seja ela qual for, se foi provocada, se o tempo os levou a isso, mas é uma parceira, tanto pra começar, como pra terminar.

Entendo a carência, o medo da solidão, a dor de ter sido deixado, o fim de uma relação, mas é preciso entender que em outra relação o que vivemos na anterior irá pesar, a gente até pode num quer pensar na hora, mas será acionado um mecanismo nosso interior que irá nos alertar, olha, isso já aconteceu, olha está acontecendo outra vez, veja bem, você já fez isso e não deu certo, podemos até ignorar os aviso, mas eles terão sobre nós algum efeito.


Já vivi várias relações, falo por mim, sei que você nunca está livre da relação anterior, a conta sempre chega, ficam resquícios, marcas, não dá pra você fingir que esqueceu, que já passou, que num quer num quer nem saber, não é assim, mas enfim, como querem, que a fila ande, mas chegará um momento em que será preciso olhar para o ficou e pensar novamente em tudo para que não se venha a erra outra vez. 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Feliz Dia dos Solteiros, vamos rir da nossa própria solidão

Feliz Dia dos Solteiros

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
11/06/2013

Com o dia dos namorados, bem, é preciso celebrar também o dia dos solteiros, não é tão ruim assim estar sozinho, você pode fazer muitas coisas legais sem alguém, é sério, sério mesmo, as pessoas reclamam da solidão, mas ela é legal, juro, vamos ver então.

Ah, solteiro e sozinho, viúvo ou separado você ir ao cinema sozinho, ou ver um filme em casa, cozinhar pra você mesmo, abrir um vinho, colocar uma música e chorar, é chorar, faz bem, chorar pois ninguém te ligou e você não suporta mais declarações idiotas no seu Facebook ou as pessoas tentando se conformar com a solidão, dizendo pense no Dia de Finados, eu sei, isso é muito idiota, mas enfim.

Mas pensando bem, você não irá se preocupar com presentes, nem irá se decepcionar por ganhar algo do qual não gostaria, pense nisso, tudo na vida tem o seu lado bom, nem precisará gostar com jantares, flores, tá, eu sei, você já começou a chorar, tudo bem, tenha calma, vamos respirar fundo.

Olha, como você estava no ano passado? Sozinho, solteiro, ah, tá vendo, não mudou muitas coisas, é apenas mais um ano solitário, então, eu sei que não suporta mais dez anos sem ninguém, sozinha, sem sexo, carinho, beijo, mas é só mais um ano, as coisas vão mudar, ano que vem você terá alguém, espere, confie, tudo vem no tempo certo de Deus, como dizem, é, eu sei, Deus é eterno, isso pode demorar um pouco, mas até lá você você aproveitar melhor a vida, pense nisso.

Solteiro é bom, tem o seu lado positivo, você pode sair com os amigos, sim, todos também estão solteiros e reclamando da mesma coisa, então, vai que no grupo você pode encontrar alguém, sei lá, tudo pode acontecer, ah, sei, você já tentou com todos e não deu certo, ah, paciência, tudo tem solução. Você ainda lembra do ex? Nossa, então, pronto, olha aí uma ótima oportunidade pra fazer as pazes, se reconciliarem, então, ah, quer dizer que ele já está com outra? Nossa, que pena, mas certamente ela é mais burra e feia do que você, você é especial, vá por mim, tudo mundo gosta de você, sim, entendi, ela é alta, loira e tem doutorado, ah, isso são detalhes, talvez ele esteja querendo esquecer você, isso é fato.

Como dizia, solteirice é uma nova forma de viver a vida nesses tempos modernos, tenha calma, tem muitos homens no mundo, como dizem, há muitos peixes no mar, como? Sim, você não aguenta mais de tanto moleque no Facebook que não sabe escrever e só sabe postar sobre jogo de futebol, ainda por cima não sabe nem criar um pensamento próprio, só sabe postar banners, citar frases de autores que nunca leu, ou de homens que não sabe conversar, ah, mas isso é normal, não existe ninguém perfeito, né? Vamos combinar como diria uma amiga minha, sério, é agora que a gente rir da nossa própria tragédia.

Então, tem muitas coisas pra fazer estando sozinho, você pode dormir cedo, pode caminhar sozinha, pode comprar roupas, pode cantar no banheiro, pode ficar com o celular na mão esperando alguém ligar pra você ou mandar um torpedo, não chore, chorando por quê? Seu celular num recebe nem mais mensagem da operadora? Calma, isso ainda vai mudar.

Você se cobra demais, olhe bem, tantos caseis, todos vão se separar e irão sofrer, você já está sozinha, então, não irá passar por isso, tá vendo? É, tem sim o seu lado bom, é só saber olhar, o melhor está ao nosso alcance. Como? Sei, sei, calma, não chore, é só mais um dia dos namorados, virão outros....



Falta homem no mercado ou a mercadoria é ruim mesmo?

Falta homem no mercado ou a mercadoria é ruim mesmo?

Ronaldo Magella 

Sim, falta homem no mercado e sim, a mercadoria não é mesmo das melhores. Sempre me pergunto por que muitas mulheres, que presumo, devem ter um nível social, intelectual, financeiro, cultural e sentimental, digamos, razoável, se submete a relações sôfregas e amargas, com homens rudes e as mais das vezes infantis.

A resposta, claro, lógica, é que, falta homem no mercado. Isso é uma realidade, os números estão aí, o IBGE prova e comprova isso. Fiz uma pequena pesquisa no site do IBGE e pude comprovar isso, não precisa ir muito longe, só se precisa procurar pelo estado no qual você mora e a cidade na qual você está inserido, e poderá comprovar isso, falta homem e sobre mulheres.

Isso é um fato, um dado, são números, pois bem. Ok, resolvido. Agora vem o outro problema, a qualidade do que está em falta, está em falta e ainda assim o que há não é de boa qualidade. Vamos ao que temos em estoque.

As mulheres reclamam, até com certa razão, que os homens metem, não são educados, não são sensíveis, românticos, amorosos, atenciosos, simpáticos, enfim, a lista é imensa, enorme, dizem mais, que homem é tudo igual, só sabe beber, gostar de futebol e fazer besteira, devo concordar em partes, mesmo assim e com tudo isso, vem sempre a questão, ruim com eles, pior sem eles.

Já escrevi certa feita que, melhor do que esperar por um amor, querer um amor, desejar que um amor, o seu amor, seja assim ou daquela forma, seria melhor construir um amor, criar alguém pra você, modificar uma pessoa, claro, sem ferir a sua personalidade, mas como dizem, ir comendo pelas beiradas, mas isso ainda não resolve a falta de homem no mercado.

E o pior, quanto mais a mulher envelhece, mas difícil se torna pra ela encontrar alguém, isso não é um discurso vazio, isso está no livro da antropóloga Mirian Goldenberg, Infiel, ela diz isso claramente. É mais fácil um homem de 50 anos namorar com uma jovem de 20 anos, do que uma mulher de 40 arrumar um de 30, isso é comprovado por estudos, estaticamente.

Logo, já temos alguns vários problemas, primeiro, falta homem, segundo, o que há não é muito bom, terceiro, mesmo o ruim, não está disponível, quarto, ainda há os que são homossexuais, ou seja, é muito problema para as mulheres resolverem. O que fazer?

Bem, sinceramente, não sei. Agora, posso dizer alguma coisa. Muitas mulheres pecam e sofrem com o perfeccionismo de querer alguém “o cara”, bom de cama, resolvido R$, bonito, charmoso, elegante, sexy, gostoso, enfim, é escolher demais.

Em outro texto que escrevi disse que é melhor ter as partes do que o todo, melhor alguém, pois um dia ele acerta, do que alguém já pronto, não terá graça mesmo. O bom da vida é construir, é ir aos poucos fazendo algo, ir vivendo pouco para chegar no grande.

Mesmo assim ainda não se resolveu o problema, e claro, acho que não tem mesmo solução, quem tiver o seu homem, segure firme, prenda, dê um jeito dele só olhar pra você, que você seja a única mulher do universo, pois amiga, se ele olhar de lado, pronto, adeus.

Visite o blog do jornalista, escritor, poeta e professor Ronaldo Magella, 

O silêncio que me devora e me faz deixar de viver....

O silêncio que me devora

Ronaldo Magella – jornalista, professor, poeta, escritor, publicou 3 livros - 

Quando alguém próximo a nós morre, ou vai embora, sempre ficamos com aquela sensação de que poderíamos ter dito tanta coisa, poderíamos ter evitado tantas brigas, silenciado tantas palavras, realizados tantos carinhos e afetos, mas agora não é mais possível, o nosso orgulho não nos deixou ser ou dizer o que deveríamos e agora choramos, não pela perda, mas pelo remorso que nos corrói o coração, o vazio que deixamos de preencher agora não pode mais ser realizado.

Por que esse medo de dizer e fazer o que sentimos? O que nos impele a sufocar as nossas palavras, sentimentos, ações, afetos? Orgulho, medo, vaidade, imaturidade ou todas as coisas juntas? Orgulho de demonstrar a nossa sensibilidade, medo da rejeição, da incompreensão, de não ser retribuído da mesma forma, vaidade, ao nos calarmos, nos mostramos superior ao outro, o outro que diga que nos ama, mas nós, nunca que iremos fazer isso, não somos dados a sentimentalismos, somos arrogantes demais para nos mostramos humanos, o que demonstra a nossa imaturidade, pois deixamos de viver. E humanos somos de qualquer forma, morremos.

Nós preferimos calar e não viver. Roberto Carlos, em sua canção Emoções, canta, “se chorei ou se sorrir, o importante é que emoções eu vivi”, pois só se existe quem sente, quem pulsa, quem se afeta, quem chora, rir, ama, perde e ganha. Para certas filosofias orientais o que importa não é a letra, como escreveu Paulo em suas cartas no Novo Testamento, que mata, mas a experiência, o espírito, o sentimento o que vivifica, que podemos viver através do que sentimos.

Já faz algum tempo que adotei em minhas relações afetivas o seguinte critério, dizer o que sinto e penso, o que a outra pessoa irá fazer com as minhas palavras, já não é problema meu, pois de amor não morrei, mas posso ter algum trauma por não ter dito e sido o que quis ser, por sufocar o que estava a sentir, pensar. Já perdi muito tempo da minha vida com arrogância e nesse jogo infantil de superioridade barata, depois, quando o tempo passa, vem a sensação de que se poderia ter vivido melhor, e daí dizer eu te amo, estou com saudade, quero você comigo, preciso de você? Qual o problema? Medo? De que se sentimos? Sufocar o que sentimos, calar o que sentimos para outra pessoa e carregar dentro de nós?

Ainda ontem disse a alguém o quanto gostava dela, ela não respondeu, não emitiu nenhum sinal de volta, sem problemas, fiz o que devia ter feito, o tempo vai passar, ela vai perceber que fez o melhor ou que poderia ter sido diferente. Até entendo os seus motivos, delas, mas também entendo que a vida não é apenas um momento, um não, um sim, mas o passado, o presente e o futuro, não podemos deixar de viver por questões que podem ser resolvidas, e sim, todas elas podem ser, mas quando queremos, quando não, deixamos então de viver o que poderíamos.

Outro dia uma amiga me disse, luto todo dia para não ser como sou, indiferente, egoísta, vejo que isso não me faz bem, não consigo sentimentalizar as coisas, ser afetuosa, até tenho tentado, mas é muito difícil ser sensível, me abrir, deixar acontecer o que sinto, e isso não me faz bem, já percebi isso, estou deixando de viver por conta deste bloqueio as melhores coisas da minha vida.

                Não precisamos de nenhum livro para saber que vive melhor quem sabe sorrir, amar, quem se entregar o outro, a vida, ao amor, quem sabe ter equilíbrio em seus sentimentos, quem sabe dosar suas palavras, ser meigo, afetuoso, quem se deixa sentir e aproveitar as coisas que a vida pode oferecer.

                Quando mais jovem, na adolescência, sempre me fazia de difícil, esperava que fosse chamado mais de uma vez, que fosse paparicado, até que um dia as pessoas resolveram me chamar apenas uma vez, foi aí que senti o impacto, se ele quiser ir, o convite está feito, foi aí que resolvi deixar de melindre e passei a aderir aos convites logo de cara. Percebi que quem que estava deixando de viver era eu, não as outras pessoas.

                A vida é muito curta para termos medo de viver, e deixamos de viver por medo, o que é pior. Eu te amo, o sentimento é meu, ninguém pode nos impedir de amar, a pessoa pode não querer se relacionar conosco, mas não pode nos impedir de sentir. É bem verdade que o nosso sentimento ainda é possessivo e egoísta, não sabemos amar por amar, mas amar pra ter e por isso sofremos, pois ninguém é de ninguém, as pessoas são livres.  

                Meu medo hoje não é de dizer o que sinto, mas de não sentir. Não tenho medo de falar, tenho medo de não ter o que dizer, a quem falar. A melhor coisa do mundo é gostar, feliz de quem ama e sente isso dentro si, um gostar por gostar, um sentir por prazer, um sentimento espontâneo, intenso e forte.


                Como cantou Fagner, “só uma coisa me entristece, o beijo que não roubei, a jura secreta que não fiz, a briga de amor que não casei, nada do que posso me alucina, tanto quanto o que não fiz, só uma me devora aquela que meu coração não diz, só o que me cega, o que me faz infeliz, é o brilho no olhar que eu não sofri”