segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Sei quando alguém não gosta de mim

Sei quando alguém não gosta de mim
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (24-02-1014)

Uma amiga reclama, “meu namorado não me faz um elogio, não diz que gosta de mim, pouco conversa comigo e reclama de tudo que eu faço, me sinto triste, não é o tratamento que gostaria de receber dele, parece que tudo que eu faço é errado, o irrita, não sei como me comportar, fico perdida e com medo de errar e receber mais reclamação”.

Já consigo perceber quando alguém não gosta de mim, o que a minha amiga me conta é uma das formas, dentre as diversas e inúmeras, de não gostar de alguém, não se importar com o outro, não lhe dá o devido valor e ser indiferente a tudo o que a outra pessoa faz, sente ou pensa.

Aprendi com o tempo que pra gente gostar de alguém é preciso algumas coisas, dentre elas, afinidades, simpatia, e claro, admiração, não dá pra estar com alguém a qual você não sente admiração, desejo, vontade, tesão, é algo chato, conviver com quem ou alguém de quem a gente não consegue fazer um elogio, é como se a gente não conseguisse enxergar a outra pessoa, ou não quisesse.
Sei quando alguém não gosta de mim, é simples e fácil perceber, ao longo do tempo, depois de muitas relações frustradas desenvolvi uma técnica para perceber se alguém realmente gosta de mim.

Quando alguém não gosta de mim, não gosta do que eu sou, penso ou sinto,  minhas músicas não interessam, meus livros, minha conversa, minha vida, quando tudo que faço e digo para a outra pessoa é irrelevante, sem importância, quando não tenho a devida a atenção dele, e agora já sei perceber isso, fica fácil de viver.

Aprendi que quando se gosta realmente de alguém a vida do outro tem a nossa atenção e admiração, gostamos do outro e tudo o que ela faz pra gente tem um gosto, é importante, tem um sabor, a gente sente prazer, é bom ver, a gente fala, conversa, se importa, mas quando não gostamos há um silêncio absurdo que se torna barulhento do outro com relação ao nosso gostar, ao que fazemos.

Cansei de mendigar o apreço e carinho dos outros, sei que quando alguém tem algum sentimento por mim eu mereço um pouco de atenção da parte dele ou dela, sei que quando a gente gosta mesmo de alguém a gente se esforça, encontra uma forma um meio um jeito de estar com o outro, falar, ir, encontrar, ficar, enfim, viver a vida ao lado dele ou dela, até mesmo de responder nas redes sociais.


Mas quando não gostamos, sentimos uma espécie de preguiça, sentimental, a gente não se esforça pelo outro, outra, pela pessoa com quem estamos a conviver, até que um dia ela sente a apatia e chama pra discutir a relação, que não há mais o que discutir, aliás, nunca houve. 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Eu matei você dentro de mim

Eu matei você dentro de mim
Matei, confesso, enterrei e não senti remorso
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (21-02-1014)

Matar gente não quer dizer empunhar uma faca ou atirar uma bala, a gente mata de outras formas, vai tirando aos poucos a pessoa de dentro de você, parando de pensar, de sentir, (será que dá pra deixar de sentir?) não querendo mais saber, começa a tomar distância, vai se afastando até não restar mais nada, só sombras, poeiras, que você vai dissipando ao tomar luz e limpando o que restou por dentro.

É por aí, estamos na fase do enterro, jogando a última pá de terra, salpicando flores, enxugando as lágrimas e se conformando, recebendo carinho alheio, abraços fraternos, mãos amigas, beijos outros, mas com a certeza de que alguma coisa continua, a vida, você, mas não mais aquela pessoa, aquele amor, o sentimento que havia antes,  que antes estava com você, agora está em suas lembranças, recordações, até também estas irem embora ou não preencherem tanto assim a sua existência.

O tempo passa, vem a missa de sétimo dia, depois aniversário de um ano, de morte, aí a gente já nem lembra mais, sente um pouco de saudade, visita as lembranças, recorda o que foi bom, suspira numa noite escura e fria, mas vira de lado e vai dormir. Não há muito o que fazer, não há nada pra acontecer, existir, é preciso seguir.

É quando a gente decide viver, ir em frente, não interessa mais conversar, olhar, ver, cansa o contato, é tedioso querer, mesmo que ainda se sinta alguma coisa, mas você precisa sentir por você amor próprio, assim acha por bem deixar pra lá, ter esperanças de que algo melhor vai acontecer, em qualquer lugar, a qualquer momento, por isso que é bom viver, pelo inusitado.

Matei, sim, confesso, joguei flores, rezei e enterrei, chorei, enxuguei as lágrimas, rezei na missa de sétimo, senti saudades quando completou um ano, mas não morri, estou vivo, ela quem morreu, espero que vá pra o céu, enquanto que eu, não.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Mulher se conquista conversando


Mulher se conquista conversando

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (19-02-1014)

Não sei, é uma ideia, penso, talvez, que uma forma de se conquistar uma mulher seja através da conversa, conversando, como se costuma dizer, na lábia, com lábia para baixar avião, papo de vendedor que convence até defunto.

Sou péssimo em praticidade, gosto de teorizar as coisas, mas se alguém me perguntasse como conquistar alguém, diria que através da conversa, dando atenção, se importando pelo outro, com a outra, sendo íntimo dela, se preocupando com as coisas que tenha a lhe dizer.
O mundo anda carente de gentileza, de pessoas que se importem umas com as outras, de pessoas sensíveis e atenciosas, e todos gostamos de atenção.

Me obrigue a caminhar dez metros e vou odiar, farai com raiva ou sem vontade, mas se você me convencer a correr dez quilômetros o farai por prazer, e quando falo em convencer, estou dizendo, me prove e mostre o quanto é bom fazer o que você está dizendo, ou seja, converse comigo, me encante pela sua proposta, pelo que você tem a dizer, diga o que eu quero ouvir, me fala do que é bom para eu me apaixonar.

Beleza nos chama a atenção, mas o conteúdo nos prende e nos faz ficar, alguém já disse, namore ou case com alguém com quem você tenha prazer em conversar, pois os corpos envelhecem, a beleza se perderá, um dia o sexo deixa de existir, mas se houver companhia, conversa, amizade, o amor será pra sempre, pois é bom ter ao nosso algo alguém com quem podemos dividir e compartilhar coisas, ideias, ouvir e falar, contar das nossas coisas e nos interessarmos pelo que o outro diz, tenha a dizer.

Vejo que muitos homens tentam impressionar pelo físico, pelo poder, pelo dinheiro, mas fundo, e é uma questão particular, uma opinião, penso que mulheres inteligentes irão se interessar por alguém que tenha algo além desses atributos, sim, eles até poderão chamar a atenção delas, mas no fundo elas querem companhia e não exibir um troféu, querem carinho e atenção, e não imagens, querem viver coisas, se apaixonarem, querem segurança e romantismo, boas conversas e alguém que as faça rir.

Como diz a música do Skank, Formato mínimo, ela sempre irá reparar nas vírgulas, no assunto, no conteúdo, é preciso saber envolver, ter conversa, o que implicará em ser educado, carinhoso, gentil, interessante, engraçado, inteligente e tudo isso será demonstrado pela conversa, é pelo que se diz que se conhece alguém, os seus interesses, intenções e desejos.

É claro que a gente gosta de gente bonita, bem resolvida, gente importante, com posição social, mas ninguém vive sozinho, pior, em solidão em dois, em dupla, está com alguém com quem não podemos conversar é uma das piores coisas que nos pode acontecer numa relação, tenho dó dos casais em silêncio, mudos, apáticos, que não conseguem dialogar, e sou apaixonado por casais felizes que discutem política, livros, vida, paixão, os mais variados assuntos, casais afins, que vivem e convivem, que existem e conversam.


Penso e acho, mas eu só acho, que é conversando, pela conversa que a gente pode conquistar uma mulher, falando de sentimentos, sendo sincero, agradável, ameno, sensível, romântico, num tom intimista, aberto e puro, acredito que essa seja uma das fórmulas, deve existir outras tantas e tão variadas, mas conviver é conversar, saber do outro é saber ouvir, ouvir é entender, entender para apoiar, apoiar para conquistar, talvez seja o caminho. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Escrevo numa manhã fria para dizer que...

Escrevo numa manhã fria para dizer que...

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (14-02-1014)


Escrevo numa manhã fria, sozinho, escrevo pra você, você já sabe, ainda há pouco disse que lhe escreveria, escrevo para te dizer que me pego muita vezes conversando com você em qualquer lugar, como se o mundo fosse apenas nós dois, vejo teu sorriso, penso sobre o que falaríamos, ouço, imagino, e fico ouvindo a tua voz madura, a forma calma, meiga e simples do teu falar, teu sorriso alvo, tua inocência encantadora,  teu jeito menina mulher de ser, a forma como falas, segura, firme de ti, como se não houvesse pressa em viver, como se a vida estivesse esperando por ti, e acho até que te espera, mas não me deixo de pensar e imaginar, fico olhando seus olhos verdes, ainda não sei o seu o cheiro, mas reconheço o seu andar, percebo a tua presença, sei quando me olhas de longe, quando me observas sem querer, quando nossos olhos se cruzam, nossos horizontes são os mesmo, nós,  quando tu passas por mim esperando um alô, pensando em mim dentro de você, conversando comigo com a sua alma, desejando com o seu espírito,  escrevo para te dizer, numa manhã qualquer, fria,  que sempre que olho a tua boca imagino meus lábios colados nos teus, nossos corpos próximos, para te dizer que andaria pelas ruas de mãos dadas contigo e o tempo seria nossos, imagino nossas conversas, nossos abraços, nossas risadas, nossa vida, em como seria bom dividir assuntos com você, brigar contigo pela noite, me arrepender pela madrugada e pedir desculpas ao amanhecer, por perceber o quanto gosto de você, escrevo numa manhã fria, uma manhã qualquer, mas incomum, pois me percebo apaixonado, um pensamento que te busca, incessante, que me maltrata, não fica e mim, sempre vai ao teu encontro, louco para me entregar, e  te falar do meu querer, do meu amor, da minha paixão, escrevo numa manhã fria, de sexta-feira, para te dizer que não sou mais o mesmo, que sinto algo que já não consigo segurar e preciso dividir, compartilhar, não sei se sonho, ilusão, mas penso em esperança, que tu possas ler a minha alma, o meu amor, sentir o meu coração, pois sinto a tua falta, se tu demoras, se não me respondes, se não me falas, sinto, chame de saudade, de impaciência, que eu chamei de amor, amor por você, paixão por ti, escrevo numa manhã fria apenas dizer você já sabe, e agora deves está sorrido por mim, de mim, achando engraçado, como é o teu jeito de ser, é foi isso, apenas isso, que me fez te gostar, o teu jeito, escrevo, escrevo, só pra ti, para te dizer...

sábado, 8 de fevereiro de 2014

A distância pode nos mostrar o que a presença não é capaz

A distância pode nos mostrar o que a presença não é capaz

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (08-02-1014)

O bom da vida é que a gente amadurece, muda, troca de valores, passa a sentir melhor as pessoas, a si mesmo, ao mundo, mas por outro lado, quando isso acontece, a gente percebe o quanto de coisas que deixou de viver por não ter sensibilidade para pensar sobre a existência, e isso pode doer um pouco ou fazer nos sentir culpados. Explico.

Ontem um amigo me contava, Magella, estudei com uma garota há dez anos, mas na época pouco nos falávamos ou não dava muita atenção pra ela, apesar da proximidade, porém, esta semana ela passou por mim e a observei diferente, percebi o quanto ela era bonita e acho que estou interessado nela.

Ao pensar sobre isso, refleti que a distância pode nos mostrar o que a presença não é capaz, não só a distância física, mas também temporal, a distância de nós mesmos. Acredito que há dez anos meu amigo tinha determinados valores, sentimentos, ideias, hoje, amadurecido, cultiva outros desejos, antes talvez aquela mulher não lhe interessasse, talvez não fosse a mais bonita, gostosa, popular, sociável, mas hoje, ela se encaixa no que ela deseja.

Antes ele queria, pela juventude, outras coisas da idade, agora, com o tempo, penso que prefira mais segurança, paz, tranquilidade, e foi isso que ele agora observou em sua colega que antes ele não tinha percebido.

A gente precisa também de um tempo, nos distanciar do que somos, um tempo do que somos, pensamos e sentimentos, mudamos sempre, cada época da nossa vida nos enseja um tipo e um estilo de vida e desejamos uma pessoa que corresponda ao que queremos e desejamos, mas mudamos e somos tragados pelas nossas necessidades. Ontem era algo, hoje é outro, claro, quando sabemos amadurecer e mudar, sei que há pessoas que passarão a vida inteira do mesmo jeito, da mesma forma.

Na minha idade, sim, me acho velho, prefiro uma boa conversa, um sexo gostoso e sem muita pretensão, gosto de conversas amenas e momentos intimistas, de vida social pacata e cheia de cultura, como tenho amigos na mesma idade que preferem agitação, noites em claro, festas e badalação, sair com uma ou com outra, sem se apagar, mas sei que idade o momento deles irá chegar, cedo ou tarde o corpo cansa ou a gente não se sente mais inserido em determinados contextos.

Quero envelhecer ao lado de quem eu possa conversar, a pior solidão é a do silêncio, é olhar do lado e não ter identificação, não poder compartilhar, ser fiel, mas não poder ser sincero ou leal, quero poder falar de mim e me apaixonar ao ouvir o outro falar, quero gostar da companhia de alguém que estará ao meu lado e quero sentir prazer por ela está do meu lado, não quero ficar velho olhando para o lado, em busca de aventuras, quero a aventura de poder ser o mesmo todo dia, sempre, com a mesma pessoa.


Espero que meu amigo hoje possa entender isso e talvez tentar com a sua amiga, agora que ele a redescobriu e está mais maduro das nossas necessidades e vontades, talvez seja a hora de deixar de olhar de lado e começar a olhar para frente. 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Gente apaixonada é infantil, tola, feliz

Gente apaixonada é infantil, tola, feliz

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (07-02-1014)

Paixão nova tem cheiro de roupa limpa, nova, é gostoso, tem cheiro de livro novo, abrimos com cuidado, tem gosto de coisa boa, a gente prova e come sem pressa pra demorar a terminar, tem cheiro de madeira molhada, de chuva, de terra depois da chuva, é coisa boa, a melhor coisa da vida, do mundo, que podemos sentir.

Gente apaixonada, de amor novo, é igual menino, feito criança, parece bobo, é tolo, mas é feliz, de felicidade que contagia e contamina, de alegria que dura e parece ser pra sempre. Gente apaixonada canta no chuveiro, abraça todo mundo, vibra de energia, parece outro, não vê motivos para cara feia, gosta de todo mundo, todo mundo lhe acha diferente, está estampado no rosto, na cara, nos gestos.

Gente apaixonada é leve, é simples, é outro, muda, encontra motivos, razões, não tem medo da vida, o mundo é seu, enfrenta a tudo e a todos, gosta de viver, vive por gostar, descobre um sabor especial para acordar todo dia e tem uma lembrança para dormir toda noite.

Gente apaixonada é boba, liga para o outro, a outra, por qualquer motivo, quer saber de tudo, como foi o dia, o que comeu, o que irá fazer mais tarde, quer beber o outro, a paixão, que mastigar a vida alheia e objeto da sua paixão, quer ter todo o conhecimento de quem ama, quer aprender o outro, se informar, saber os vícios, adivinhar os passos, antecipar os gostos, saber os desejos, gente apaixonada que fazer o outro feliz sem que o outro lhe peça.  

Gente apaixonada é infantil, volta a ser criança, gosta de estar preso a quem ama para sentir liberdade, sente um contentamento descontente, uma ferida que não dói, um fogo que nao arde, sente paz e motivação para viver. Bom é gostarmos de alguém e nos entregarmos sem pensar no futuro para vivermos só o presente.

Quem pensa no futuro não se apaixona, quem que está a frente do que está vivendo sentirá medo, quem sente medo não se deixará sentir, e quem está apaixonado sente mais, percebe mais, enxerga mais, vive mais, sorrir mais, é mais gente, é mais sensível, é mais livre, é mais feliz, é sempre mais.

De todas as coisas da vida que já vivi, a melhor delas sempre me foram as paixões, o gostar por gostar, o gostar por achar bom, o amar por amar, e como era e é bom e sempre será amar a alguém, ser de alguém, fazer coisas por alguém por isso ser bom para ambos, para si e para outrem.  

E antes que me perguntem, você está apaixonado? Direi que nunca deixei de me apaixonar, mudo as pessoas, mas as paixões continuam. Aliás, paixão é melhor do que amor, mas isso é assunto para outra crônica.


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A gente se apaixona por quem nos encanta pra vida


A gente se apaixona por quem nos encanta pra vida

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (06-02-1014)

Uma amiga me conta, Ronaldo, estou confusa, tenho um namoro, mas ele é muito estranho, explico, ele não me faz um carinho, ele não tem atitude, não vai à minha casa, eu tenho que ir à casa dele, se quero um beijo, um abraço, um cheiro, sou eu quem tenho que tomar a iniciativa, “forçar”, pedir, não que isso seja ou fosse um problema, é que sempre sou eu quem tenho que conduzir a relação, e estou cansado de conduzir as coisas. 

Por outro lado, ela me conta, conheci uma pessoa especial e estou encantada, muito diferente do meu namoro, ele é alguém que propõe coisas, a gente conversa, toma banho de piscina, de mar, caminha de noite, eu não preciso lembrar a ele que quero ser feliz, ele me fez bem sem seu precisar pedir ou mendigar algo dele, com ele as coisas acontecem, simplesmente acontece, tem vida, tem história, de alguma coisa boa que que estou gostando e não quero ficar sem,  eis a minha confusão, o que eu faço?

Bem, amiga, como eu não sou muito bom em conselhos, mas escrevo, lhe diria que a gente ama quem nos permite viver, a gente adora que consegue nos despertar para vida, nos tirar do comum, quem pode nos fazer ver a vida de outra forma, enxerga o que é óbvio, está a nossa frente, mas a gente não consegue perceber, até um dia.

 O nosso dia a dia já é trágico, o nosso cotidiano nos aborrece e entristece, nos tira a cor e a alegria e sempre procuramos alguém para suprir essa lacuna, esse vazio, alguém que nos faça sorrir, viver coisas, sentir o sabor da vida, o sal da existência, e quando conhecemos alguém assim é natural ficarmos encantados, como se viver ganhasse um novo sentido, uma nova roupagem, a gente sorrir sem querer e se interessa por tudo, tudo nos chama a atenção, é quando sentimos que estamos vivos e vivendo.

Estar encantada para a vida e por alguém que tenha despertado isso deve ser uma das melhores coisas do mundo, alguém que nos tira do nosso comum, banal, que nos inspira e nos fazer sonhar, acredito que não tenha preço, e nos deixamos levar por essas pessoas, “malucas”, “doidas”, mas cheias de vida, de paixão, de amor, de sentimento, de sabor, e talvez seja isso que você esteja sentindo, cheiro de roupa nova no ar. E como é bom.

Por fim, diria que a vida passa muito rápido, que é preciso viver, estar vivo, sentir a vida, as pessoas, o tempo, a existência, entendo a sua confusão, mas sou mais sentir culpa por viver, do que fracasso por não existir, não fazer parte das coisas, não sonhar, não me jogar, não me permitir, como tu és jovem ainda, se permita viver, sentir, gostar, se apaixonar, provar, colocar o dedo, olhar de lado, caminhar um pouco mais, ou seja, viva.

Ao final, e no final de tudo, sempre seremos nós quem iremos sentir ou deixar de viver, deixamos de fazer coisas ou fazemos coisas sempre pensando nos outros, mas eles nunca irão sentir a nossa vida e nem poderão vivê-la, no final de tudo, lá na frente, só teremos lembranças e saudades, e saudade é algo que a gente sente pelas coisas que um dia se permitiu viver, sentir, provar.

Abraço e boa sorte.



Se amo, vou ao encontro de quem amo


Se amo, vou ao encontro de quem amo

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (05-02-1014)


O amor não espera, não espero o amor chegar, se amo, vou ao encontro da pessoa amada, se amo, ela não pedirá meu beijo, não mendigará meus abraços, nem meus carinhos, não pagará por meus elogios, não suplicará pelo meu afeto, não permutará o meu gostar, se amo, gosto, estarei no mesmo lugar de quem escolhi para amar, não me atrasarei, nem inventarei desculpas, não criarei casos, não sucumbirei aos dramas, não chegarei atrasado, talvez, antes, antecipado, não passarei dos limites, não terei limites,  não darei motivos para birras, nem birras teremos por motivos, se amo, o meu amor será a minha entrega, não esperarei, irei, não farei promessas, cumprirei atitudes, não falarei em vão, agirei com fé, se amo, o meu amor não me perguntará se linda está, direi antes, não me determinará fazê-la sorrir, sua alegria será minha missão, seu prazer minha meta, sua felicidade meu objetivo de vida, se amo, o meu amor terá a minha atenção, o meu cuidado, a minha paz, a minha vida, vou ao encontro de quem amo, não ficarei a esperar, quem ama, se amar, jamais se atrasa, cumpre fielmente o seu sentimento de gostar e estar perto, sente saudade, adoça a vida daquela a quem escolheu para amar, se amo, o meu amor amanhecerá com flores, adormecerá com beijos, ouvirá minha voz pelo dia me dizendo e sentido saudades, terá meus olhos e minha visão, meus pés para subir ladeiras e minhas mãos para não seguir sozinha, terá meu corpo para não sentir frio e meu frio para aliviar o calor, se amo, não esquecerei o objeto do meu amor, estará comigo, e tudo farei para amar sempre e mais, não haverá prisão, não nos perderemos, seguiremos, se amo, vou ao encontro de quem desejo, para não desistir, para o cansaço valer a pena, o esforço ser coroado com beijo, a luta nunca cessar, a vida ter sentido, o amor prazer, o desejo vontade, a vontade repetição, se amo,  meu amor não terá voltas, não andará em círculo, chegaremos ao final, sem curvas, iremos sem cair, devagar e sempre, pra sempre sem fim, se amo, não ficarei sentado, não me deixarei na sombra, pelo meu amor, a quem amo, o sol , ao inverno, na primavera ou no verão, nossa vida, nossas estações, flores, sol, chuva, folha, flores para enfeitar, chuva para beijar, folhas para nos deitar e olhar a estrelas, se amo, meu amor será infinito, como uma noite de estrelas, como o momento que é eterno, como a vida que jamais cessa, como o sentimento que nunca termina, como a dor que nos ensina, como a felicidade que nos inspira, como a esperança que nos fascina, se amo, não ficarei em mim, não serei mais eu, de mim tudo ao meu amor, pra mim apenas o que hei de amar, se amo, mas só se um dia amar. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

34 anos, e penso, menos babaca

34 anos, e penso, menos babaca

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (053-02-1014)


Agora faço 34 anos e estou me achando menos babaca, claro, é apenas um pensamento próprio a meu respeito, haverá quem diga o contrário, que sou ou estou pior apesar da idade e pelos anos que já tenho vivido. Viva o contraditório.

Mas estou melhor, ninguém pode negar, podem não querer admitir, aceito, mas estou convivendo melhor com as minhas perdas, com a solidão, aprendi a esperar, a ficar calado, a silenciar, a confiar menos nas pessoas e mais em mim, já não preciso me mostrar, o que sinto já me toma bastante tempo, o que penso me acompanha, demorou, mas aprendi a sentir e olhar a vida, muitas vezes com sorriso bobo, com um olhar triste, com a vista cansada, com o coração angustiado, mas em pé.

Só agora, nesta idade, foi que vim conhecer o sentido da palavra esperança, pensava que era algo bom, alegre, feliz, mas esperança é um sentimento que dói, é aflito, angustiante, mas é preciso ter para poder acordar todos os dias, pois aprendi que só ama quem tem esperança, só tem fé quem tem esperança, só sonha quem espera por dias melhores, só vive quem tem esperança, e a tenho, dias sim, dias não.

Ainda sinto solidão, não de pessoas, volta a dizer, é um sentimento de vazio, de falta, de ausência, poucas pessoas irão entender, gosto de chamar de uma solidão existencial, como se se faltasse pertencimento, não me encontrasse no lugar onde estou, mas não é mais algo que me deixe preocupado e me faça tomar decisões radicais, me torne impulsivo, aprendi a sentir e a guardar, a carregar comigo, está dentro de mim, seguirá pela vida.

34 anos, e agora sei respirar, não me deixar levar pelas provocações, não revidar, não me desesperar, tem horas que até fico admirado comigo mesmo, é bom amadurecer, envelhecer e saber um pouco senhor de si, dos seus atos e desejos, sentimentos e pensamentos, não se deixar levar pelas situações e acontecimentos, ter um pouco de controle, poder dirigir um pouco suas vontades, claro que num é um processo e algo linear, muitas vezes me deixo cair, mas consigo levantar.

Agora sei me deixar e permitir, aprendi a provar o sabor das coisas, até mesmo daquelas que não gosto, aprendi a sofrer em silêncio e a sorrir calado, a inventar coisas e esquecer outras, a suspirar no escuro e observar no claro, a olhar as pessoas e entender a vida, claro, não me julguem sábio, sou alguém que faz as suas reflexões, pondera sua vida, analisa seus sentimentos, sente suas dores, mastiga a sua solidão, bebe a sua angustia, tropeça no seu caminho.

Como disse, não estou melhor, menos babaca, é isso que posso admitir sobre mim, estou melhor, mas não muito, estou mais calmo, menos apressado, não diria leve, nem maduro, mas conformado pelas que coisas que não posso mudar, apenas sentir e viver. A vida segue, e lá vamos nós, 34 anos, menos babaca, mas esperanço, pelo que? Ainda num sei, talvez por dias melhores.


Cuidado com suas postagens você está sendo vigiado

Cuidado com suas postagens você está sendo vigiado

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (03-02-1014)


Sim, você será julgado por suas postagens no Facebook e outras redes sociais e arderá na boca do povo, melhor, dos seus contatos, “amigos”. Sempre costumo dizer que, quando você posta alguma coisa dez pessoas curtem, mas 300 estão olhando, comentando, repassando para outras pessoas ou apenas, e só, te analisando, é uma verdade.

Quem nos curte são nossos amigos mais chegados, por simpatia ou admiração, por gostar ou até mesmo por não ter o que fazer, a cidadão vai lá e curte, é simples, é apenas apertar um botão, que fazemos muitas vezes de forma displicente, por não termos mesmo nada demais ou melhor para fazermos, afinal, curtir não custa nada, só tempo, é grátis.

As pessoas estão nos olhando, censurando, vigiando, criticando e comentando, se não mentalmente, com outros colegas pelo chat, sozinhas. Gosto das redes sociais, nunca tivemos tanta liberdade e espaço para falarmos o que pensamos, gostamos e queremos dizer, mas isso também nos torna muito vulneráveis, as pessoas vão nos perceber, nos achar interessantes, maduros, burros, sábios, tristes, alegres, felizes, sofredores, engraçados, imaturos ou sem cor e sabor.

Sei também de gente que só espia, tem medo de se expor, é uma opção, uma forma de estar lá sem estar, de ver tudo e todos e não ser visto, falar apenas com quem interessa e precisa, acontece demais, são as almas do mundo digital, conseguem ver tudo, mas não são vistas, não estão expostas.

Já postei algo que ninguém curtiu ou comentou, mas ao encontrar alguém na rua fui questionado sobre a minha postagem e isso me mostrou como a coisa funciona, estamos todos sendo vigiados, estamos de olho nas pessoas e elas estão nos olhando, é preciso termos cuidado com aquilo que postamos.
As pessoas, não todas, fazem das redes sociais diários íntimos e se deixam mostrar, abrem o coração e a alma, se deixam ver, se desnudam, choram, amam, se apaixonam, muitas parecem crianças, apesar da idade avançada, alguém pode até dizer, e daí? Realmente, dai nada, mas há quem se interesse e se importa com o que você posta, apenas para ter algo para falar mal de você, mas se você não se importa, continue.


As postagens podem até nos fazer encontrar alguém ou com que alguém desista de nós. Já desisti de namorar com uma garota por conta das suas postagens, e alguém já veio me dizer que eu postava coisas interessantes e me seguia por conta disso, qual a conclusão? E seremos sim condenados pelo que postamos ou amados, ou apenas espiados de longe, em todo caso, cuidado com o que postamos, só cuidado.

O melhor professor segundo os alunos

O melhor professor segundo os alunos

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (03-02-1014)

Perguntei aos alunos como deveria ser um bom professor, eles responderam, um bom professor deveria ser alguém que conquistasse a turma, que tivesse bom humor, que fosse engraçado e que além de ministrar suas aulas, dentro dos conteúdos propostos, conversasse com os alunos, ah, sim, deveria ser dinâmico.

Diante de um mundo cheio de estímulo ser um bom professor é um desafio, não apenas saber do conteúdo que irá ministrar, mas saber usar os vários recursos tecnológicos, usas música nas aulas, cinema, vídeo, navegar por vários universos, coisas que os jovens e alunos já fazem em casa, e querem que isso seja não excluído da sala de aula, mas um completo, que seja também utilizado.

O professor precisa estar atualizado com os assuntos dos seus alunos, entender o seu universo, saber o que eles estão vivendo, fazendo, curtindo, vendo, assistindo, lendo, precisa estar nas redes sociais, e mais, precisa fazer com que eles possam discutir em sala de aula temas que estão em pauta na sociedade, que possam ter poder de argumentação, que possam falar, pois eles reclamam muito da falta de diálogo em sala de aula.

Os alunos são imaturos, estão começando a viver, por isso eles disseram que gostariam de um professor que conversasse com a turma, “com a gente”, como eles disseram. Eles querem uma opinião, querem que alguém possa apontar um caminho, pois o professor, depois dos pais e amigos, é alguém que estará mais próximo dos alunos, talvez seja até o mais próximo muitas vezes..

Sair da rotina, foi outra resposta. Em casa  e no mundo moderno, os alunos estão com a televisão ligada, no 
Facebook, ouvindo música, falando ao celular, conversando com mãe, batendo papo no chat, baixando música, comendo e catando, tudo ao mesmo tempo, então, eles querem aulas motivadoras, dinâmicas, um professor que possa motivar, mostrar amor e paixão pela leitura, pelos livros, despertar neles não tão somente o valor da Educação, de estudar, isso eles já sabem, o que eles querem é mais, é saber da vida, do viver, entender muitas coisas, o que eles pensam e sentem, como é o mundo, querem que alguém desperte neles a paixão pelo conhecimento.

Eles querem ter um posso o qual possam admirar, alguém que seja referência, pela cultura, pela inteligência, pela capacidade, pois o professor pode influenciar os seus alunos, não tanto por suas aulas, mas pela sua capacidade, pelo seu conhecimento, por tudo que ela possa ensinar não só dentro da sua área de conhecimento, mas também pela sua vivência, por sua história de vida.


Um bom professor, segundo os alunos, é mais do que um professor, é um conquistador, um motivador, um ser humano, um amigo, um palhaço, um orientado, um educador, um companheiro, alguém que possa sentir os alunos e não apenas obrigá-los a estudarem, mas estimulá-los ao conhecimento. É isso gente, mas só isso. 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Não quero viver de migalhas

Não quero viver de migalhas

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (02-02-1014)

Não quero ter suas horas de folgas ou suas palavras ligeiras, teus pensamentos cortados, teus desejos interrompidos, tua vontade negada, suas frases de saudade ou seus sentimentos congelados.

Não quero seus olhos distantes nem seu cheiro ausente, teu sabor de ontem, tua alegria de momentos passados, não quero viver de esperanças nem do já sentindo, quero sentir tudo outra vez.

Não mereço o teu sentimento e viver com a tua distância, não quero o pouco do teu amor uma vez que já tenho o muito do muito da minha dor, o muito da tua falta, a tua imensa ausência, do teu não estar aqui.

 Não suporto o silêncio da sua voz e ficar com o barulho dos meus sentimentos, a bagunça das minhas lembranças e a organização do que não temos mais,  quero as tuas horas presentes e futuras, quero os seus sorrisos de amanhã e tuas melhores alegrias do futuro, tuas horas de agora, teus dias de sempre.

 Quero tua preguiça gostosa, tua fome intensa, sua sede maior, o teu maior cansaço, quero o calor dos seus braços e o frio dos seus pés, o cheiro do teu corpo e o brilho do seu olhar, não quero as tuas portas fechadas, teus telefones desligados, meus e-mails não respondidos, tua voz calada, sua lágrima escondida, tua dor disfarçada.
 Não suporto a solidão de nós dois, de não nos termos, havermos, sermos, estarmos, nos amarmos, desejo a tua presença, as tuas carícias, tuas reclamações mais duras, suas críticas, nossas brigas, nossas intrigas, tuas acusações, teus perdões, tuas voltas, nossos momentos, nossas horas, nossos dias, nosso amor, nossa maior dor. 

Não quero o teu amor sem o teu corpo, ou o teu coração sem os seus beijos, menos ainda seus pensamentos e sentimentos sem a tua presença, quero você comigo, sem limites pra mim, não quero os seus restos, antes anseio pelo seu todo, prefiro morrer, jovem ainda, a viver sem te ter, já me bastam as lembranças e saudades, não quero as faltas e ausências, estas já as tenho demais, em mim, comigo, até quando? Não sei dizer. ..

A vida é feita também de abandonações

A vida é feita também de abandonações

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (23-01-1014)

Não tenho leitores, talvez alguns amigos que gostam de ler o que escrevo, mais pela proximidade do que pela qualidade do que escrevo, ou então, como bons samaritanos, fazem caridade comigo, o que os lavará para o céu, enquanto o meu destino desconheço, ou talvez tenha consciência e queira calar, silenciar, algumas coisas gritam melhor calando, como disse Machado de Assis, mas não vou calar quanto ao assunto desta crônica, talvez não escreva mais. Ando cansando, essa foi a sensação que tive ontem ao deitar-me, cansado de viver, da solidão que me consome, de ver tantas coisas inúteis, banais, comuns, cansado de pensar as mesmas coisas, de viver a mesma vida, de mendigar de Deus os mesmos pedidos e nunca ser atendido. A vida, como dizem, se for feita que conquistas, corro pelo lado contrário, e diria que ela é marcada também por desistências, por abandonações, desisto e abandono, pois tanto quanto sublime que seja ir adiante, também é honroso se reconhecer fraco e desistir, se perceber finito e não se levar tão a sério, deixar para lá, liberdade é não esperar, querer, desejar, quando chegamos a essa patamar, somos livres de nós mesmos e do mundo, desisto do amor, da paixão, e também da escrita, reconheço que é preciso parar, saber o momento quando precisamos ir embora e sair da festa, dizer não, não ir mais adiante, parar, por isso talvez não escreva mais, talvez um amigo ou amiga sinta saudade, falta, mas certamente com o tempo a gente se acostuma com a ausência, o cotidiano nos fazer esquecer o que sentimos e nos ocupa a mente com outras coisas, a banalidade da nossa vida carece de romantismo, paixão, amor, magia e nos torna medíocres, comer o nosso feijão, pagar as nossas contas, tomar o nosso café, levar as nossas cuecas e limpar a nossa bunda, que especial há nisso? Oh, que vida então vivemos. A vida que podemos e não a que desejamos, queremos, sonhamos, eis a nossa realidade, se se perguntasse para as pessoas se elas estão felizes e satisfeitas com as suas vidas, acredito que muitas diriam que não, mas até mais felizes diriam que era preciso mudar alguma coisa, e sempre há, só que muitos de nós não sabemos o que seja.