quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Queremos alguém

Queremos alguém

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada

Uma amiga reclama da solidão, diz que já faz um bom tempo que não conhece alguém interessante, vive apenas do trabalho e disso extrai um motivo para viver e ser feliz.

A vida podia ser assim, poderíamos substituir coisas por coisas, sentimentos por sentimentos, emoções por emoções, dor por dor, mas não funciona assim. Longe, agora bem longe mesmo, esse discurso que solidão se cura com trabalho, com caridade, com qualquer outra coisa, isso é mentira, solidão se cura com companhia.

 Nada irá nos substituir o afeto, o carinho, o amor, a amizade, o contato, o ter alguém para cuidarmos e para cuidar de nós. Podemos ter dinheiro, fama, poder, um bom emprego, um trabalho bom, uma multidão de gente ao nosso redor, mas se já não temos alguém, parece que somos vazios. Precisamos de alguém para contar as nossas coisas, coisas bobas mesmo do nosso dia a dia, alguém para desabafarmos no final de um dia cansativo, alguém para nos fazer uma surpresa, alguém para nos acordar, e nos fazer dormir, alguém até mesmo para nos fazer raiva.

Não é carência, melindre, fuga, besteira, é necessidade, é precisão, é uma forma de nos completarmos. Muitas vezes nós inflamos o nosso ego, somos os melhores, ficamos e fazemos amor com vários e várias, vamos as festas, somos os reis e rainhas da noite, aproveitamos a juventude, a idade, a força e o vigor que a vida nos deu a oportunidade para desfrutar, mas fundo somos completamente sozinhos, solitários, vazios, falta um sentido, um algo maior, no fundo mesmo, falta alguém para nos preencher e para nós também o completarmos.

Vamos passando, ficando, transando, conhecendo pessoas, mas não estamos construindo sentimentos, laços, afeto, lembranças. Nós só conhecemos as pessoas quando delas aprendemos alguma coisa, quando dela nos restar uma lembrança, uma saudade, até mesmo uma mágoa, relacionamentos superficiais e descartáveis não nos permitem isso.

Dentro de cada um de nós pulsa a necessidade de outro, de fazer um outro feliz e de nos completarmos e nos realizarmos com essa felicidade alheia mas que é produzida por nós, construída por nós. Mesmo sabendo que ninguém é de ninguém, que as pessoas são livres, fazem o que bem entendem, mas nós queremos mesmo alguém pra nós, pra amar, pra sentir, pra cuidar, pra viver.

Não digam, você tem seus amigos, amigas, sua família, muita gente que gosta de você, é tudo verdade, mas ainda e mesmo assim, queremos alguém. Podemos nos esconder durante algum tempo sob esses discursos, do trabalho, dos amigos, da família, da caridade, de muitas e diversas coisas, mas chegará o momento que estaremos sozinhos conosco, todos irão procurar seus colos, seus aconchegos, seus dengos e ficamos nós, sós, a ver navios.

Sim, nós queremos alguém e vamos encontrar, mas não queremos o castigo de ter alguém por ter, pra dizer que se tem, um amor de mentira, queremos um sentimento de verdade, mesmo com crises, com brigas, com diferenças, mas que haja no bojo de tudo isso a sincera vontade de amar e superar as dificuldades, de ser eterno, não enquanto dure, mas pra sempre. 

Sim, verdade, queremos alguém, pois como me diz uma outra amiga, um dia, um dia qualquer, mas que haverá de chegar, um dia finalmente descobriremos que não nos bastamos a nós mesmos. Fim.
                      



terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Só é feliz quem sabe rir de si mesmo

Só é feliz quem sabe rir de si mesmo

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (24/02/2015)

Não dá pra ser feliz e levar tudo a sério.

A felicidade é um pouco ignorante, tem a sua própria ignorância. Todo ignorante é mais feliz.

Gente feliz rir do tropeção na rua, do cabelo mal cortado, de um dia de azar, rir quando tudo dá errado, quando está triste e até da própria miséria.


Só será feliz quem souber rir de si mesmo, rir dos próprios erros, entender que perfeição se persegue, mas talvez não se pratica, por difícil, ou até impossível de alcançar, agora, por hora.

Gente feliz não se culpa, corrige seus erros, não se cobra, realiza o que pode e deve. Chora, para logo em seguida voltar a sorrir.

Não se lastima, vive, não estaciona, continua. Para a felicidade não há beco sem saída, gente feliz sabe olhar para trás e voltar quando não é mais possível ir, seguir.
Só é feliz quem encontrar as próprias saídas.

 Gente feliz não reclama, entende, aceita, muda, trabalha, realiza, sorrindo, fazendo.
Quem reclama para si mesmo, de si mesmo, do mundo, perde tempo, deixa de fazer, fica parado esperando algo acontecer.

Gente feliz faz e pronto.

Reclamar é procurar culpados deixando a própria responsabilidade de lado, atribuindo a outrem as próprias dores, quando deveria antes agir e não esperar e nem culpar.
A felicidade não é pesada, é leve, não tem cor, é transparente, vive sem medo, sem culpa, dor, sorrir por alegria e não por obrigação.

Não acredito em felicidade. Como diz o escritor e filósofo Luiz Felipe Pondé, Deus me livre de ser feliz.

Só é feliz quem não se importar com a própria felicidade, deixar o egoísmo de lado e olhar mais para o lado.

Gente feliz não é feliz apenas e por si só, mas também faz outros felizes.




Saudade, doença sem cura

Doença sem cura

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (24/02/2015)

Sofro daquilo que não tem cura, também, deixe-me viver, isso bastou para me contaminar, não posso reclamar, agora adoeço, estou fino e carrancudo, sorriso frágil, olhos tristes, face pequena, andar medido, falo pouco, penso demais, sinto mais ainda. Não tenho feridas, somente aquelas que ninguém pode ver, morro aos poucos, por dentro, sentindo, as horas me maltratam, passam devagar, enquanto o pensamento corre ligeiro de encontro ao que padeço, me ignoram, disfarço num sorrido a dor, digo sempre que estou bem, num sorriso sem graça, é o cansaço que me afligem, minto, é melhor, pra mim, pra eles, não sofro deles, por eles, mas de vida. Vida? Pode alguém morrer de viver? Não sei, estou doente da vida, enquanto vivo estou, sofro e isso não me atormenta, não são os dias, as horas, os sentimentos, mas as lembranças. Agora sabem, estou doente de saudade da vida, pois saudade só sentimos daquilo que vivemos um dia. Minha saudade tem nome, mas não tem cura, não se morre por não mais viver, se morre pelo que um dia vivemos e agora não teremos mais como viver. Saudade não tem cura, mesmo que o vento a leva, o tempo se encarrega de trazer de volta ao mesmo lugar de onde um dia partiu, de dentro de nós, como se fôssemos o início e o fim, e no meio dormimos, nos esquecemos de nós, nos deixamos a sós, por um momento, por enquanto, até nos lembramos nos dias comuns, os mais comuns de todos, um dia qualquer, quando vento nos toca a face, um cheiro nos invade a alma, uma cena nos toma a mente, uma lembrança nos chega ao coração e a saudade se volta outra vez a está em nós. Não sei se morrer seria melhor, tenho medo, medo de que a vida não termine com a morte e se vida além daqui ainda houver, penso que também lá sentirei saudade, sentimento rasteiro que nos assalta, nos toma indefesos e nos prende, prisão ao ar livre, caminho e penso, ando e sinto, durmo e sonho, acordo e vivo. Uma cura, se uma cura tivesse, gostaria de saber, encontrar, um antídoto tomar, sei lá, qualquer coisa que me fizesse desse mal me livrar. Paro e penso, reflexões, que sentes? Me pergunto, como se a mim mesmo pudesse curar, sinto o que vivi, respondo comigo mesmo, e o que viveste? torno-me a me questionar, coisas boas, momentos sublimes, histórias fascinantes, e gostaria de esquecer-se de si mesmo e vagar em vazio? Creio que não, respondo, então, digo a mim mesmo, em minhas próprias reflexões, que só sinto aquilo que um dia vivi, não morreria de tal se nada em mim tivesse a carregar, se sofro, não é pelo vazio, pela saudade, mas talvez, quem sabe, devo então confessar, que enfim, seja pelo desejo de fazer outra vez, novamente, por um dia ter sido bom e hoje sinto a desejar, carregando comigo aquilo que não tem cura, saudade, de uma vida que um dia senti e agora gostaria outra vez de viver.


Aquilo que o vento leva, o tempo traz de volta

Aquilo que o vento leva, o tempo traz de volta

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (24/02/2015)

Já perdi um grande amor. Insisti para voltar, e nada, chorei,  ela não voltou, implorei, nada, tentei suicídio, ela nem me visitou, mandei flores, foram pra o lixo, desisti.

Tentei o caminho contrário, provoquei ausência.

Sumi, ela apareceu. Voltou. Deus sinais.

Aquilo que o vento leva, o tempo traz de volta. Ela ainda pensava em mim, mesmo em silêncio, a distância, calada.

Curtiu minha foto no Instagram, era um aviso, estava me observando, disse “oi” no WhatSapp, estava com saudade.

É sempre a saudade que nos traz de volta, nos faz olhar para o passado e sentir aquilo que vivemos.
Se perdeu alguém, um grande amor, uma paixão, meu conselho, não faça nada, se há uma história, um sentimento, uma emoção, ela irá florescer, desabrochar, confundir, provocar, tocar, sensibilizar.
A gente sempre tenta ser forte e seguro, mas não podemos deixar de sentir e lembrar do que vivemos um dia, mesmo sabendo que amar não é querer, desejar não é ter, vontade não é poder, mas saudade é vida.

A gente só sente saudade daquilo que viveu um dia.


 E viver é deixar marcas em nossa alma, causar impressões na alma, com tinta que não larga, não mancha, não desbota, não apaga, nem deixar de existir.

Não troco o amor pelo prazer

Não troco o amor pelo prazer

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (24/02/2015)

Talvez seja ingênuo, bobo, solitário, mas não deixo o sentimento pela sensação de prazer.

No carnaval vi muitos amigos fazendo sexo apenas pelo prazer do corpo, para contar vantagens, para ostentarem uma virilidade infantil e arcaica.

Penso, apenas, que seja mais interessante ter alguém que nos faça companhia a um corpo que nos permita apenas sensações rápida e físicas.

Quando jovens queremos apenas fazer parte do rebanho, descobrir as coisas, estar inserido, saber o que é estar apaixonado, gostando de alguém, ter um sonho e viver ilusões, ser igual a todo mundo.

Depois, com o tempo, não queremos mais seguir o curso do rio, paramos, nos deixamos, já sabemos como as coisas são, pensamos e sentimos, melhores e mais sentidos, preferimos alguém que nos faça companhia e que esteja ao nosso lado.

A vida é muito difícil, o caminhar é triste, há pedras, sozinho conseguiremos, mas de mãos dadas podemos sorrir e ter forças para prosseguir sempre que o desânimo nos chegar.

Como disse, é bobo, solitário, infantil, mas não quero um corpo, prefiro um coração, não desejo prazeres, gosto de almas, de sentimentos com sensações e não de sensações sem sentimentos, não preciso mais me mostrar ou mostrar ao mundo aos outros que posso, antes prefiro sentir.

Diferente, um pouco, não há erro ou errados, enganos ou acertos, existem escolhas e consequências. Talvez uma noite de sexo, duas horas, num dia de carnaval pode não dizer nada, ou muita coisa, apenas algo a mais para contar e menos para sentir, um ato, nada demais, ou tudo que se é possível ou que se deseja.






segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Calo em mim todos os sentimentos do mundo

Calo em mim todos os sentimentos do mundo

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (23/02/2015)


Enquanto você me olha de longe e sorrir por obrigação, eu te amo de perto e sinto por você devoção. Em silêncio vivo e sinto, meu amor, minha paixão, calo em mim todos os sentimentos do mundo, toda a vida que pulsa em mim em você, em silêncio espero o tempo passar, corro de mim, e cada vez mais chego perto de você, quando longe de mim estou é em ti que me encontro. Dou-te minhas melhores rosas, me devolves teus piores espinhos, te cubro de cores, a mim apenas me emprestas o teu mundo preto e branco, a tua estrada deserta, enquanto a minha tem a sua presença em cada esquina, em toda parada, na chegada, no fim, por onde passo. Queria me perder nos teus cabelos, fazer morada em teu coração, fincar minha vida em teu sorriso, me prender em tuas mãos, colar-me ao teu corpo para nunca mais sair, como sinal, tatuagem, marca, cicatriz, como fim em si mesmo. Tu me dizes que te prendo e coloco numa caixa, te abro as portas e te deixo partir, podes ir, não olhe de volta, em volta, pra mim, fecharei os olhos, meus olhos,  para não te seguir, te deixarei ir, partir, pois não tenho mais aonde ir, pra onde me esconder. Cinco horas da tarde, de santo dia, dos dias santos, de todo dia, meu coração acalentava a tua presença na minha vida, nossas caminhadas sem rumos, sem destino, mas o meu caminho eu já sabia, era chegar ao teu coração, ir em tua alma e lá fazer terra nova, construir uma vida, morada eterna,  deixar o meu destino em tuas mãos sem medo, sem dúvida, sem mim, apenas com você. Agora sabe, o que sinto é amor, não tenhas medo, a porta está aberta, a caixa não te prende mais, não sofro pelo que sinto, amo o que penso e sinto, gosto de ti por fazer e não sofro com a sua ausência, morro de saudade, mas calo em mim todos os sentimentos do mundo, meus, por ti, são teus, pra sempre. 

Apenas sentir e viver

Apenas sentir e viver

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (23/02/2015)

Já perdi muitos amores e paixões para entender que o tempo nos cura de tudo, de todos os sentimentos, remenda o que há ferido por dentro, e mais ainda, já sei também que certas atitudes não funcionam nada, tão pouco trazem de volta a pessoa por quem sofremos, como dizem, a pessoa amada.

Respeito a dor de amor das pessoas, não gosto de frases feitas que dizem sempre as mesma coisa, “calma, ela vai voltar, isso passa, você vai encontrar alguém”, isso não ajuda em nada, nem nos faz melhores, não cessa o nosso sentimento, não bloqueia a nossa saudade, não impede o nosso pensamento, não nos deixa melhor, apenas irritados. Dá vontade de mandar todo mundo pra o inferno.
A nossa vontade quando alguém diz isso é só socar o outro e pedir pra parar de dizer tanta bobagem, ninguém sabe o que vivemos, as coisas que sentimos, as histórias que vivenciamos, as lágrimas que choramos e os sorrimos que despertamos, que vai passar, que vamos viver outros amores, paixões, sim, vamos, mas enquanto não passa só nos resta sentir.

Um dia perguntei a um amigo se ele não sentia solidão, ele disse, sinto, e quis saber mais, perguntei o que fazia para aplacar tal sensação, ele me disse, nada, apenas sinto.

Há horas e momentos que não temos muito o que fazer, apenas sentir e viver. Se perdemos um grande amor, uma paixão que nos acalentava, que choremos, se agora estamos nos sentindo carentes e sozinhos, que possamos sentir o momento, a nossa dor, o nosso sentimento, nos conhecer melhor, apreciar a companhia dos amigos e sorrir.

Sim, sorrir. Muitas vezes me pego sorrindo por tudo o que vivi, sinto falta de gente ao meu lado, de histórias e sonhos, de beijos e abraços, mas me conforto com as lembranças e saudades, digo a mim mesmo que fui feliz enquanto ali estava, que era bom e gostoso e hoje posso deitar e pensar em tudo o que me aconteceu de verdade. Não muda a solidão, não trás conforto, não afasta a carência, mas me permitir ir em frente e me faz sentir vida.

Não é fácil caminhar sozinho, ser só, está solitário, mas como diz a música da Ana Carolina, não vou viver como alguém que só espera um novo amor, há muitas coisas no caminho pra onde eu vou, às vezes troco passos com a solidão, momentos que são meus e que não abro mão, já sei olhar o rio por onde a vida passa, sem precipitar e nem perder a hora.

Sem pressa, pra frente, sem perder a hora, sem nos precipitar, vivendo um dia por um dia, sentindo, vivendo e isso talvez não nos baste, mas talvez por hora seja a única coisa que podemos fazer, nos cuidar, cuidar de nós e viver.



domingo, 22 de fevereiro de 2015

Está com alguém é como viver uma história

Está com alguém é como viver uma história

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (22/02/2015)

Gosto de histórias, gosto da sensação de conhecer alguém, pra mim, perdão, amor é uma história que se constrói, que se vive, que se sente, que se narra, que se concebe quando duas pessoas estão dispostas a viverem um sentimento. Se a prova do pudim é prová-lo, como disse Hegel, o amor está em viver junto, está juntos, ir juntos, seguir juntos, se conhecer e se provar, se perdoar e se reconhecer.

Romântico, sim, piegas, certamente, sentimental, demais, utópico, claro, mas não poderia ser diferente, não acredito que prazer por um corpo ou atração pela beleza de alguém possa nos dizer realmente o que sentimentos e nos fazer ir além das aparências. A vida não é o tempo que vivemos, mas as horas que sentimentos e realizamos, naturalmente, o amor não pode ser tocado ou apenas visto, precisa ser experimentando.

Dias líquidos, sentimentos vazios, relações frágeis, amores pequenos, é o que vivemos nos dias atuais, em nossa era gelada e rápida, ir contra isso é como isolar-se numa ilha pequena e viver vendo o vai e vem da maré, que leva a trás a todos, enquanto você imóvel se pergunta se não quer também fazer parte do que está ali em na sua frente. Meus amigos fazem sexo como se comesse um sanduiche, sentem apenas o prazer do momento, da hora, do ato.

As pessoas ficam umas com as outras pela sensação do beijo, pelo rótulo, pela vaidade, para aproveitar o momento, a oportunidade, como se tudo fosse apenas uma questão de moda, de fazer o que todos fazem, como zumbis, apenas nos alimentamos, seguimos o instinto, sem pensar ou sentir, sem viver ou morrer, só um tiro em nossa cabeça para nos fazer parar e repensar toda a nossa vida.

 Falo por mim, antes prefiro a companhia de alguém, coisas pequenas, caminhar ao entardecer, tomar um sorvete, ver um filme, cantar uma música, um abraço gostoso e sincero, um clichê de filme B, como diria uma amiga, mas um momento vivido e eternizado, pequenos atos, grandes lembranças, vida sentida, amor sonhado, história narrada.

Gosto do sorriso bobo do encontro, da alegria da presença, da saudade falada, da lembrança sentindo, do momento dividido, dos planos realizados, dos sonhos vividos, das palavras faladas, dos silêncios precisos, da vida a dois, por dois, em dois, do tempo nosso, da companhia cúmplice, do caminhar sereno as passos firmes e resolutos, gosto de está com alguém pelo que ela significa pra mim e pelo que sou pra ela, por uma história que vivemos e nos entregamos, por prazer, amor e coragem.


Não me julguem pela capa, pelo espelho, por seus olhos, antes tentem captar aquilo que é invisível e impalpável, não sabemos o destino do rio até encontrarmos com o mar e ali nos deslumbramos, mas antes não gostamos dos caminhos tortuosos que o rio faz em seu caminhar até o seu destino. 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Gente que não tem sorte no amor

Gente que não tem sorte no amor

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (18/02/2015)

Tem gente que não tem sorte no amor, como se diz no Facebook, gente que não tem sorte no amor, está aqui.

Não sei se o amor se faz ou vem pela sorte, destino, pela persistência, construção ou pelo acaso, se vem com o tempo ou se morre pela vida, se chega cedo ou tarde demais, se fica pra sempre ou vai embora sem explicar, se se for pra será ou se é a gente quem faz a coisa toda acontecer.
Sei que acontece para muitas pessoas, enquanto outras vivem sem.

Uns são felizes sem esforço algum, outros lutam para encontrar a felicidade, uns vivem num lago de águas calmas e tranquilas, outros navegam por oceanos tempestivos e tenebrosos.
Sou da turma do coração partido, como cantou o poeta.

Somos os errantes, solitários, como cantou Cazuza, maiores abandonados, pedindo um pouco de atenção, um pouquinho da mão e do braço, que alguém nos segure, prenda e nos leve.

Somos aqueles que chegamos atrasados, quando o lugar já está ocupado, alugado, preenchido.

Somos aqueles que chegamos na hora errada, quando o coração de outrem está fechado pra balanço, se curando, ainda em chagas abertas.

Somos aqueles que chegamos cedo demais, fora de tempo, antes da partida começar, quando ainda é possível amar.

Somos sem sorte. Gente que não tem sorte no amor. Levante a mão pra cima e grite ei....

Como canta Paula Toller, “continuo procurando a gota que falta no meu mar pra que eu volte a navegar”.

Procuramos o encaixe perfeito, a conversa gostosa, o sonho realizado, a realidade duradoura, o tempo da felicidade, a hora da alegria, o dia do amor.

Somos os românticos, sensíveis e educados, os raros, as exceções, já castigados pelo destino, magoados pela solidão, feridos pela sorte, seremos aqueles que saberão amar quando encontrarem um amor, um par, uma companhia, uma cúmplice.


Se alguém algum dia se arriscar a provar da nossa companhia. Aí talvez a nossa sorte mude, pra melhor. 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Aprender dever um prazer, não uma obrigação

Aprender dever um prazer, não uma obrigação

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (06/02/2015)
Comecei a estudar quando percebi o quanto era bom entender do mundo, da vida, das pessoas, ter conhecimento, e ali, naquele momento, estudar, ler, pesquisar era um prazer, algo que me fazia bem e não mais uma obrigação.

Era interessante descobrir as coisas, ter assunto para conversar com as pessoas, ser chamado para opinar em qualquer lugar, momento, com qualquer pessoa, pois o conhecimento, a leitura, o estudo, o sabor, a pesquisa, todas essas coisas me proporcionavam essa sociabilidade.

Temos dificuldade em fazer coisas por imposição, não se gosta por decreto, lei, obrigação, todas as coisas da vida devem ser realizadas por vontade, prazer e desejo. Não tenho dificuldades em ler um livro de mil páginas desde que seja o meu desejo, mas demoro em ler duas páginas se aquilo me for um castigo.

O prazer é sempre algo que buscamos, preferimos atender aos nossos desejos antes das nossas obrigações, buscamos de todas as formas e meios realizar o que queremos, mas aquilo que nos é imposto e não nos satisfaz demoramos por realizar, fazer, construir, trabalhar. Não há muito segredo na questão, tese, nem é algo que não possa ser comprovado.


Trabalhamos sempre em primeiro lugar as nossas questões pessoais, os nossos interesses, estamos sempre dispostos ao que nos é pertinente e agradável. O segredo é conjugar prazer com trabalho, desejo com necessidade, vontade com obrigação.