terça-feira, 25 de novembro de 2014

A você e a quem mais possa interessar

A você e a quem mais possa interessar

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Seguro em mim a saudade que nasce todos os dias, renova-se, se faz presente sempre, a todo instante, a toda hora, infinita, sem parar, perene, me castigando, e é essa falta de ti que sempre me deixa mais preso a você, uma corrente invisível, um elo do destino, um caminho que sempre me leva a ti, seguro o grito que tenho dentro de mim, abafo, prendo, uma vontade absurda e imensa de reclamar a tua presença na minha vida, de segurar mais uma vez na tua mão e olhar teu sorriso, de beijar a tua boca e ouvir tuas ironias, alinhar minhas pernas nas ruas, e, é de você que sinto falta, é de mim junto a ti que preciso, quero e não tenho mais, é dos meus olhos nos teus, do teu cheiro em meu corpo, da tua vida na minha, da minha cruz em teus ombros, da tua dor em meus braços, do nosso destino cruzado, embaralhado, untado, enroscado, é de nós que tenho necessidade. Não sei gostar daquilo que nunca tive, apenas amo a vida que um dia possível, a nossa vida, nossos momentos, horas, dias, segundo, instantes, sei que repito sempre as mesmas palavras, frases pra o mesmo sentimento, saudade, ausência, vazio, amor, paixão, dor, você, mas não quero mudar, quero você de volta, quero minha vida a tua outra vez, nossa vida aqui pra sempre, pra ficar, pra ser, pra ter. Confesso que em outros rostos procurei o mesmo sentimento, o mesmo olhar, em outras rosas o mesmo cheiro, mas nunca encontrei a mesma alma, o mesmo coração, jamais ninguém fez o meu coração pulsar e vibrar como a tua presença me encantava provocava, entenda como quiser, ou não precisa entender, não responda, não sorria, não diga nada, nada se pode dizer, sentimentos não acontecem, são construídos, edificados, como casas, paredes, como estradas, uma jornada, uma história, uma vida. Não me culpo por gostar de você, apenas gosto, amor, desejo, a gente não gosta de quem quer, mas quer quem a gente gosta e talvez isso baste. Não me culpe, não me mate, não me perdoe, não me aceite, não me rasgue, não me quebre, não me perca, não me esqueça, apenas me sinta, pense, apenas me deixe gostar, isso ainda me mantém vivo, não é esperança, é vida, é tudo o que tenho, o que sinto por ti, o meu alimento diário, a minha fonte, é por você e pelo que sinto que ainda caminho todos os dias, pelo futuro que desconheço e pelo passado que vivi e pelo presente que me envolve e me faz sentir a ti, a mim, a tudo que um tudo que um dia fomos, ao que somo, pelo que seremos.



domingo, 23 de novembro de 2014

Homens gostam de contar

 Homens gostam de contar

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (23/11/2014)

Não importa se ele é seu marido, noivo, namorado ou amigo, ele irá contar, enquanto as mulheres gostam de segredos, os homens gostam de contar vantagens para outros homens, é da natureza deles.  

E contarão o que fizeram, o que houve e até o que não houve, é do universo masculino, principalmente quando o assunto é mulher, sexo e conquista, estar em melhor situação do que os parceiros, como se dissesse, eu tenho, posso, pego, faço e você não, sou o cara e você não. 
Um amigo, casado, estava traindo a esposa, mas não se sentia culpado, a sua dor maior era a de que não podia contar pra ninguém que estava com um caso, melhor, não podia mostrar. É outra doença, digamos, dos homens, querer mostrar aos outros, como se suas conquistas, mulheres, amantes fossem troféus, um objeto para exibição pública. 

Uma vez repreendi um amigo que dizia detalhes íntimos da sua vida conjugal e tratava a mulher como objeto, sim, ele não a amava, mas lhe disse que, mesmo não gostando dela não a tratasse de tal forma em público, afinal, ela era a mãe dos filhos dele e acima de tudo uma mulher que merecia respeito. Nunca mais ele voltou a conversar comigo da mesma forma. 

É um pouco de imaturidade dos homens, sim, algo não apreciado pelas mulheres, também, pois o que se faz em dois, deve-se ficar entre os dois, ninguém precisa saber, mas não é assim que acontece. 

É um vício, mania, costume, traço histórico, enfim, mas é assim que eles são em sua grande maioria, como se precisassem sempre reafirmar a própria masculinidade a todo instante, provar para os outros que ainda são capazes, são machos e estão “podendo”.

Nada mais ridículo e tosco. Não é preciso dizer o que faço, fiz, com quem, como, para dizer que sou homem de verdade, isso é apenas uma vaidade grotesca e inútil, pois dizer não muda nada, querer mostrar aos outros que faço e eles não trará nenhum benefício, apenas a sensação de uma infantil superioridade. 

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Elas gostam de rir

Elas gostam de rir

Ronaldo Magella 18/11/2014

Mulheres gostam de homens engraçados. Os motivos? Não sei, tenho uma leve sensação, mas não arriscaria dizê-lo sob pena de ser apedrejado em qualquer esquina.

Mas já percebi e entendi que o item humor, engraçado, está lá presente na lista quando elas pensam em alguém para se relacionar. Claro, não é o único, mas é uma característica saliente, chamativa e importante pra elas.

E continuo a dizer, não sei os motivos ou razões, apenas sei que elas adoram homens engraçados, talvez até mais do que elegantes e charmosos, educados e inteligentes.

“Quero alguém que me faça rir”, já escutei muito essa frase pronunciada das bocas femininas. Querem um homem pra chamar de idiota, lesado, e gente, meninos, quando uma mulher chama você assim ela está demonstrando carinho.

Sim, elas querem também confiança, segurança, cumplicidade, carinho, prazer, amor, paz, amizade, mas também gostam muito de sorrir.

Tenho uma amiga que se apaixonou por um outro amigo meu só de ouvir as histórias que ele contavam, todas engraçadas, claro. E todas mentirosas. Mas foi o que a fez se interessar por ele.

Óbvio, nem todo mundo é igual, encontraremos aquelas que preferem homens mais sisudos, mas até nisso há uma certa graça. Gente que não fala nada, vive sério, fechado, é muito engraçado.

Só precisa ser engraçado? Não, quando se fala em engraçado, está se dizendo que o cara é simpático, desinibido, descontraído, envolvente, atencioso, observador, criativo, inteligente, detalhista, versátil, encantador, acha pouco? Pense em alguém engraçado, pensou? Então, está explicado.


Alguém engraçado é alguém que gostaríamos de ficar junto, perto, pois nos trará boas sensações, emoções, e claro, risos. 

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O que uma mulher espera de um homem

O que uma mulher espera de um homem

Ronaldo Magella 13/11/2014

Talvez não seja tão simples responder a essa questão, e pode ser muito fácil. Uma mulher espera de um homem carinho, atenção, confiança, sinceridade, fidelidade, amor, paixão, prazer, segurança, proteção, e, maturidade.

A maior de todas as qualidades, esperada e deseja pelas mulheres, a maturidade. Não é sem motivo que as meninas preferem meninos mais velhos, as mulheres querem homens mais maduros, experientes, pois a maturidade traz consigo todas as qualidades já citadas. Mulheres não gostam de ensinar, gostam de aprender, elas gostam de cuidar, mas não gostam de homens frágeis e inseguros.
Acho que por elas terem certeza do seu próprio gostar. Quero acreditar que quando uma mulher, de caráter e personalidade, inteligente e madura, se entrega a um homem de corpo e alma, com amor e paixão, desejo e vontade, nenhum outro irá lhe chamar a atenção, ela será fiel, não só a relação, mas ao que ela sente, a si mesma. Penso.

Até entendo que há um certo charme na ingenuidade, em algumas fragilidades masculinas, que fazem brotar o espírito mãe que toda mulher tem em si, mas arriscaria dizer que isso nem sempre prende uma mulher, elas gostam de conforto, segurança e paz. Uma relação sem insegurança, ciúmes, posse, sem brigas e confusões.

Sei que não é possível uma relação tão madura, digamos assim, mas a maturidade não quer dizer não sentir medo, não ser ciumento, possessivo ou inseguro, são sentimentos e sensações humanas, e como toda relação precisa de uma certa dose de medo, medo de perder o outro, de insegurança, confiar desconfiando, sempre se irá sentir tais emoções, mas maturidade é não deixar que elas dominem você, que façam com que a relação fique desgastada e desequilibrada.

Penso que as pessoas precisam de espaço dentro da relação, para seguirem com seus projetos, seus gostos pessoais, e isso só é possível com maturidade, saber entender o espaço do outro, suas manias, isso não quer dizer que ambos tenham que se fechar, cada um para o seu lado, não, relação é compartilhamento, é divisão, é somatório, multiplicação, mas o reservado também existe, pra pensar, sentir, o silêncio faz parte, o particular, o individual.

Do lado das mulheres, pensando por elas, acredito que essa maturidade é sempre esperada dos homens, alguém em quem se possa confiar, acreditar, pois para uma mulher nem sempre é fácil se entregar, quando o faze, o faze por gostar, querer e acreditar que vale mesmo a pena, depois de muito pensar, refletir, ponderar para poder enfim deixar acontecer.


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Não há pessoas interessantes no mundo?

Não há pessoas interessantes no mundo?

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (28-10-1014)

À medida que o tempo passa e você fica mais experiente, maduro e interessante e deveria saber aproveitar melhorar a vida, também chega o momento de sentir só e sozinho no mundo.

Tenho encontrado amigos e amigas que estão sozinhos e sozinhas, já estão cansados de aventuras, não querem mais brincar de relacionamento, trabalham, estudam, são ocupados, mas não conseguem encontrar alguém estável para namorar, dividir uma vida, pequenas conversas, um café ao final da noite.
Converso com elas e eles e escuto sempre as mesmas questões, tem muita gente no mundo, mas pouco interessantes e boas o bastante para se investir. Dizem que não é fácil encontrar alguém, há também o medo de sofrer, a insegurança, se privam muitas vezes por conta das suas desconfianças internas, não conseguem acreditar em fidelidade, e deixam passar muitas oportunidades.

Sim, há pessoas interessantes, mas muitas delas já comprometidas, quem está solteiro ou não quer nada com ninguém, ou não presta mesmo e por isso está sozinho, ou está ainda vivendo de aventuras, e ninguém quer isso mais pra suas vidas.

Uma amiga me diz que, não que seja uma obrigação ter alguém, vivo bem, ela me conta, mas gostaria de viver bem com alguém, solidão não me maltrata, mas acordar no domingo de manhã e se sentir sozinho não é algo bom, sábado a noite sem alguém pra ir ao cinema ou jantar fora, é ruim, ela me conta. Ela tem amigas e gosta muito de sair, mas diz que cansou de fazer sempre as mesmas coisas, ficar com caras sem graça e voltar pra casa sozinha.

O grande dilema da geração de mulheres independentes, que estudam e trabalham, não é a solidão, isso elas conseguem suportar, aliás, mulher vive melhor sozinha do que homem, muito melhor, mas a grande questão é encontrar alguém que seja bom o bastante para se investir e conviver.

Até sei que muitas investem e convivem com cara que não valeria a pena, mas a solidão nessa hora pesa mais, é mais angustiantes, principalmente quando o ex já tem alguém, elas não querem ficar para trás ou por baixo, e acabam levando pra casa o mais em conta, mesmo que não seja o melhor, isso é fácil de perceber.


Talvez estejamos condenados a uma solidão povoada, muitas pessoas, gente demais, mas ninguém bom o bastante pra ganhar a nossa confiança e dividir a nossa vida. Exagero? Talvez. Estamos querendo e esperando demais dos outros? Sim. Somos exigentes demais? É. Mas mesmo com tudo isso e por tudo isso ainda estamos sós e vamos assim continuar, pois falta alguma coisa para nos fazer acreditar que valha mesmo a pena. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

É na intimidade que nos revelamos

É na intimidade que nos revelamos

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (24-10-1014)

A gente não conhece alguém até conviver com ele, ou ela.

Só na intimidade demonstramos quem somos, quem realmente somos. As pessoas nunca são o que elas realmente aparentam ser, há sempre algo em baixo do tapete, atrás da porta, dentro do quarto.

Em sociedade as pessoas fingem, mentem, são atores e atrizes, sorrisos falsos, atuações mesquinhas, interesseiras, maquiavélicas.

A pessoa educada, recatada, quieta, simples, calada, pode muitas ser um monstro entre quatro paredes, dentro de casa; a outro, outra, muito simpática, engraçado, boa praça, traz consigo traços obscuros que só serão conhecidos quando em convivência. Nos Escondemos por trás do verniz social, usamos máscaras.

Por isso muitas relações fracassam, as pessoas se mostram, ou  só mostram sempre o seu melhor, suas melhores qualidades quando em relação as outras pessoas, são as máscaras sociais.
Ninguém terá coragem de admitir seus defeitos e piores erros.

O nosso ego ou o nosso marketing pessoal não permite que a gente apresente o que temos de pior, escondemos os nossos defeitos, somos performáticos, criamos e inventamos outro alguém para conquistar a simpatia das pessoas, de alguém.

Sempre somos interessantes quando queremos cativar alguém, emitimos elogios, cantadas baratas, somos atenciosos, românticos, nos produzimos, depois do objetivo alcançado, cansamos, não conseguimos manter o ritmo, e claro, quando a presa está em nossas mãos, pronto, revelamos a realidade.

As pessoas sempre dizem ou fazem os mesmos comentários, “você era uma pessoa, mudou com o tempo, no início era um, agora é outro”, elas não conseguem perceber que nunca houve mudança, mas uma encenação, agora encerrada e que só a convivência tornou clara e real.

As pessoas encenam uma forma de ser, qualidades, características, mas um dia elas cansam e se mostram quem realmente são, por isso há um ditado que diz, quer realmente conhecer alguém, coma com ele um quilo de sal, ou seja, dê tempo, seja íntimo dela, converse, esteja junto, perto, isso irá possibilitar um real conhecimento do outro.

Longe disso apenas ficaremos com a aparência das pessoas, com aquilo que elas querem demonstrar, aparentar e nunca com o que elas realmente são em essência.



domingo, 19 de outubro de 2014

Toda nova relação precisa de esperança

Toda nova relação precisa de esperança

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (19-10-1014)

Uma amiga me conta, conheci um menino ótimo, maduro, experiente, vivido, boas histórias, uma conversa ótima, mas por conta de um relacionamento fracassado, que gerou sofrimento e deixou cicatrizes em sua vida, ele agora não consegue mais acreditar nas pessoas, nas mulheres, sempre em dúvida, inseguro, ele pensa que irá acontecer da mesma forma como antes, não se consegue se apegar a ninguém e prefere ser um cafajeste com quem se aproxima dele. 

Não se pode descartar a experiência e conhecimento adquirido através das nossas vivências, mas muita vezes nos atrapalhamos e atrapalhamos a nossa vida, acreditando que o que vivemos irá se repetir outra vez em nossas relações. É bem verdade que pode acontecer, mas também pode ser que não aconteça, só saberemos se vivermos a vida como ela nos pede e se oferece. 

Isso acontece muito em nossas relações, sempre nos lembramos do que aconteceu no passado como forma de impedir o nosso presente ou não acreditamos em nosso futuro. Carregamos nossas experiências no bolso e as sacamos a todo o momento para nos privar de algo, para nos proibir de acreditar em coisas boas e pessoas melhores que podem e irão surgir em nossa vida a qualquer momento, instante. 

Em nossas relações precisamos sempre aprender a zerar a nossa conta de expectativa, nem deixar o passado nos atrapalhar nem esperar demais do futuro, precisamos viver o presente sempre como algo novo e único, como uma nova e outra oportunidade. Cada nova pessoa traz consigo qualidades e defeitos, sonhos e medos, esperança e dor, alegria e tristeza, precisamos viver as pessoas com tudo que elas possam nos oferecer. 

Verdade que o medo nos paralisa, medo de sofrer outra vez , e cada nova relação, em seu início, é sempre regada a desconfiança e medo, insegurança e cuidados, mas se pensarmos bem, e muito bem, todos esses sentimentos nos refletem o quanto imaturos somos, o quanto não sabemos viver cada hora com  a sua dor e o seu prazer.

Não podemos seguir em frente olhando pelo retrovisor, isso nos indicará de onde viemos, mas não nos deixará saber para onde estamos indo. 

Ninguém pode se culpar por acreditar outra vez em si mesmo, na vida, no amor, em deixar acontecer, eu se permitir e permitir que outra pessoa preencha seus sentimentos e emoções, sentimentos e vida. Sei que medo todos temos, mas a esperança pode muitas vezes ser maior e mais contagiante, é preciso acreditar e deixar o tempo fluir, se cresce na dor, mas também na felicidade. 

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

As mulheres e seus amigos gays

As mulheres e seus amigos gays

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (17-10-1014)

Quatro amigas me afirmaram que gostariam de ter um amigo gay, mas do que uma afirmação, elas me disseram que era um sonho, penso que até uma necessidade, porém, tal desejo diz mais do que apenas a vontade de confiar em alguém que não irá se interessar por elas.

Segundo minhas amigas um amigo gay seria alguém não apenas para a troca de confidências, seria como se fosse outra mulher, sendo que homem, e claro, gay, e ainda, que não competisse com elas, que não provocasse insegurança e inveja, não sentisse atração,  traísse, nem tivesse interesse, alguém do sexo masculino, mas com sensibilidade, o que falta na maioria dos homens, segundo elas.

O que as mulheres me dizem é que, falta alguém, um homem com sensibilidade. Para elas os homens não sabem opinar sobre a roupa delas, o que devem usar, vestir, os gays sabem. Os homens são grossos, acham tudo igual, não conseguem fazer um elogio, são apressados, não ajudam na hora de escolher uma peça, um batom, um esmalte, e elas são carentes disso, mulheres são indecisas por natureza, precisam de um olhar alheio, outro, externo.

Há ainda a questão da competição no universo feminino, as mulheres competem entre si, em beleza, moda, no corpo, por homens. Há quem diga que elas pouco se importam com a opinião masculina, mas com a das outras mulheres, vestem-se para as outras, invejam as outras e também são invejadas por elas. Um amigo gay supriria essa necessidade e carência, seria um homem com um lado feminino, mais doce, meigo e opinativo.


Talvez seja apenas isso que as mulheres querem em suas vidas, uma opinião masculina sem pressa, sem abuso, com detalhe, alguém em quem confiar, alguém pra poder contar e desabafar, algo que elas, pensam e acreditam, encontram em um gay, um homem, mas com um sentimento de mulher, sem ser mulher, é isso, apenas isso.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A dor é de quem sente e vive e não de quem fala

A dor é de quem sente e vive e não de quem fala

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (13-10-1014)

Uma amiga anunciou o seu casamento para a próxima semana, matrimônio fruto de uma relação que já dura anos, cheia de problemas, silêncios e resistências, em seu favor, o amor, contra, tudo e todos.

Ela se defende e argumenta, “minha mãe não gosta dele, meu pai não aceita, meu irmão não nutre a menor simpatia por ele, mas quem gosta sou eu, quem irá viver com ao lado dele sou eu, sou quem devo decidir de quem gostar, a quem amar, escolhi ficar com ele, não terei o apoio da minha família, eles não o aceitam, mas me aceitam, isso pra mim basta, ficarei com os dois lados, claro, machucada por um lado, ao meio, mas talvez com o tempo eles percebam que a minha escolha foi movida por amor”.

Fico pensando nos inúmeros casos e situação iguais que acontecem todos os dias no mundo. Minha amiga só esqueceu-se de dizer que, a indiferença da sua família para com o seu noivo não é de graça, espontânea, ela tem lá as suas razões de existir. Ela tem razão ao afirmar que ama e por amor ficará com ele, mas seus parentes também têm lá suas razões para não compartilhar de simpatia pelo individuo.

Em resumo, ele não presta, mas ela o ama, que se pode fazer? Ele já mentiu, traiu, não mudou, continua a mesma pessoa, parece que não aprende com os próprios erros, o que torna difícil uma aproximação.

Não há ciência que desvende o mistério do gostar, seja de um homem, seja de uma mulher, se gosta e pronto, nada mais a fazer, é aceitar, como se diz, dói menos.

O ela tem razão ao afirmar e argumentar que será ela quem irá sentir, irá viver, logo, ninguém pode viver a nossa vida, sentir a nossa dor, derramar as nossas lágrimas, caminhar o nosso destino, somos nós quem temos que viver a nossa própria vida.

Já muitas situações desta natureza, no início ninguém aceita, com o tempo, através do comportamento do rapaz ou da jovem, as pessoas passam a aceitar, percebem e reconhecem qualidades e entendem que é preciso respeitar o amor de cada um seja da forma que for.

Mas também já vi situações em que os contrários tinham mesmo razão. Eles, os namorados, lutaram, brigaram, tentaram até conseguir ficarem juntos, mas a relação não durou muito, terminou, cada um voltou pra o seu lado e toda aquela odisseia deixou um imenso vazio na vida de todos.

O outro lado, a terceira via também existe, ninguém é contra, mas ninguém entende como ela ou ela gosta daquela pessoa, enfim, ainda precisamos amadurecer muito em questão afetiva, sentimental, se ainda falamos de tais assuntos é apenas por eles ainda não estarem resolvidos em nós, por nós.


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O melhor da paixão é a descoberta do outro

O melhor da paixão é a descoberta do outro
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada. 06/10/2014

Uma das melhores coisas do mundo é apaixonar-se e descobrir alguém em nossa vida, de forma inesperada, quando a gente menos espera, tudo acontece e estamos envolvidos, pensando em outra pessoa, fazendo planos, suspirando ao encontrá-lo, tremendo ao vê-lo, deixando um pouco a normalidade da nossa existência e indo de encontro a loucura de outra pessoa.

A paixão é a descoberta de outro, de outra pessoa, conversas noite adentro, pensamentos ao amanhecer do dia ao cair da noite, mensagens durante o dia, devaneios, quando deixamos de ser um pouco quem somos e passamos a ser de outro, quando nos interessamos por alguém além de nós, deixamos o nosso conforto e nos arriscamos no desconhecido, mas fascinante mundo de alguém que nos despertou a atenção, o olhar, atraiu o nosso sentimento.

E vamos nesse caminhar, nessa batida, nos entregando e permitindo que alguém também invada a nossa vida, alma. Contamos segredos, falamos nossos medos, defeito, inflamos nossas qualidades, queremos nos mostrar, sermos vistos e ver o outro, imploramos que nos fale, nos deixe saber, se desnude diante de nós, tudo é novidade, tem cor, sabor, sorrimos, cantamos, a vida muda, ganha sentido, parece mais leve, nos toca a alma.

É gostoso, sensação de posse e redescoberta da vida, como se tudo estivesse acontecendo pela primeira vez, esquecemos nosso passado, erros, com algum receio, claro, com muitas dúvidas, mas, e assim mesmo, não deixamos a oportunidade de o amor acontecer novamente em nosso caminhar. Não importa o tempo, a idade, o momento, a paixão nos fará sair do nosso normal, cometeremos nossas melhores loucuras, ensaiaremos nossos melhores momentos, vivemos as mais intensas recordações, sensações, nunca mais seremos os mesmos.


Talvez a vida só se torne real quando realmente descobrimos o amor, a paixão, quando aprendemos a dividir o tempo com alguém, quando apreciamos alguém de forma particular e intimista, sabemos as suas manias e rimos das suas idiotices, quando nos sentimos feliz só em estar perto, conversar e viver algo com alguém de quem gostamos, quando estamos uma vida em comum, juntos, quando pulsamos por esse alguém a quem o nosso coração decidiu se entregar e se deixar. 

sábado, 4 de outubro de 2014

Apesar de tanta liberdade, ainda prefiro ficar preso por amor

Apesar de tanta liberdade, ainda prefiro ficar preso por amor
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada. 03/10/2014

O escritor Fabrício Carpinejar cunhou uma frase da qual gosto muito, escreveu que, liberdade é está preso a quem se ama, algo meio Camões, já que o poeta português escreveu que, amar é estar-se preso por vontade.

Não gosto de ficar, prefiro me amarrar dos pés a cabeça por alguém, não gosto de beijos furtivos e abraços curtos, antes quero conversas longas e gargalhadas sinceras, demoradas, estridentes. Acredito que as melhores emoções acontecem sempre ao lado de alguém que a gente ama, gosta, deseja, se importa, prefere, sonha.

O mundo está mais aberto, as pessoas livres, podem trocar de parceiros, ter relações sem compromisso, fugazes, líquidas, e completo, desinteressante.

Gosto de saber que há alguém me esperando, alguém que irei encontrar mais tarde, alguém pra quem ligar, alguém que irá me enviar uma mensagem, iremos combinar de sair ou ficar em casa, iremos ao cinema, viajaremos juntos, conversarmos, tomaremos café e brigaremos, faremos as pazes, logo, claro.

Nada substitui a companhia de alguém interessante, alguém de quem gostamos, que nos arranca suspiros, nos fazer sonhar e pensar na vida, fazer planos para um futuro, de um futuro bom, alguém que toca o nosso coração e mexe com a nossa alma. Respeito a liberdade que cada um tem de escolher, de trocar de parceiro, mas me sinto quadrado nesse mundo redondo, um idiota romântico, um sentimental sem noção, um tolo sem recuperação.

Noites em claro, em festas, na balada, na ostentação, não fazem mais a minha cabeça, um dia até cheguei a ser seduzido pela ideia, imaturidade da minha parte, e um pouco de vontade de conhecer as coisas, o mundo, hoje acredito ser mais interessante um jantar a dois, um noite em casa, um bom filme, um vinho, uma música baixa, um momento aconchegante. Idade? Talvez. Maturidade? Pode ser. Mas, talvez, mais do que tudo isso, penso que descobri que a vida é melhor em câmera lenta, aos poucos, devagar, sem pressa, em boa companhia, com a melhor companhia, que seria alguém de quem gostamos e preferimos.


A despeito de tanta liberdade, ainda quero ser a preso a uma única só pessoa e que juntos possamos ser livres em nosso amor, em nossa paixão, em nossa vida, e com ela, por ela, pra ela, dela sempre serei, até o fim, como Florentino Ariza, em Amor nos tempos de cólera, de Gabriel Garcia Márquez, que esperou por Fermina Daza por longos 53 anos, nove meses e três dias. 

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Quem disse que pra gostar de alguém precisamos de tempo?

Café sentimental
Quem disse que pra gostar de alguém precisamos de tempo?
Por Ronaldo Magella 03/10/2014

Entre um café e outro um amiga me confidencia, “conheci um cara numa quinta-feira, conversamos, no sábado ficamos, no domingo assumimos um relacionamento sério, como se publica no Facebook, com foto e tudo e comentários idiotas, e acho que estou gostando dele, apesar de hoje ser segunda-feira, isso é normal?”.

Não só normal, lhe disse, como possível, quem disse que precisamos estudar e conhecer alguém por meses, anos, para poder enfim gostar? Quando há confiança, sinceridade, química, como se costuma dizer, demorar, custar, é perder tempo e não aproveitar.

Quando a gente sabe que há sentimento, desejo, vontade, por que não acontecer? O que nos impede?
“Tenho medo de sofrer, me apego rápido demais”, ela me dizia. Claro, todo mundo tem medo de sofrer, por isso quando se trata de relação, de outra pessoa, de paixão, amor, sempre entramos com o freio de mão ativado, derrapando aqui e ali para descer com tudo, mas quer saber? Sofremos muito mais por medo do que por razões reais e fatos concretos.

Deixa acontecer, invista, acredite, se permita e permita, coisas boas acontecem, sempre, em qualquer lugar, com qualquer pessoa, perdemos muitas oportunidades, chances, pessoas, momentos, vidas, emoções, muitas vezes por medo, insegurança ou por regras que impomos a nós mesmos, que criamos e inventamos.

Não há regras para vida, apenas viver, não há modelos, padrões, quando tem que acontecer, acontece, é forte, intenso, vivo, pulsante, e determina nossas existências. Não tenha medo de gostar, tenho medo de não saber reconhecer quando se está gostando. Ninguém pode viver a nossa vida, sentir o que sentimos, chorar as nossas lágrimas e curar as nossas dores, somos sozinhos e solitários em nós mesmos.

Não preciso de um manual para saber que alguém me fará bem, que serei feliz ao lado dela, só preciso sentir e quando sentir não vou precisar um de toda uma vida, só vou precisar acreditar.

Se muitas vezes uma palavra, um gesto, um ato, um momento pode destruir tudo o que sentimos por alguém, a paixão, o amor, a amizade, a relação, por que  pra gostar precisamos demorar tanto?


Como folhas secas, coração livre, solto no vento

Como folhas secas, coração livre, solto no vento

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada. 03/10/2014

Até sei o quanto é bom gostar de alguém e ter esse alguém junto, perto, ao lado, mas também sei que muitas vezes na vida nos sentimos como folhas secas soltas pelo vento flutuando sem destino, quando o nosso coração prefere as férias ao trabalho árduo de uma relação, com suas renúncias e paciências.
Ainda não aprendemos amar, talvez a gostar, mas ainda somos possessivos, ciumentos, inseguros, medrosos, por isso sofremos, não sabemos ser livres, apesar de nos proclamarmos moderninhos, mas em nossas relações ainda somos atávicos e caretas, como se dizia na década de 80.

Sabotamos nossas vidas, nossos amores, antecipamos dores, imaginamos destinos, inventamos algozes e nos colocamos sempre como vítimas, somos carentes, queremos atenção, mas como crianças, infantis que somos, apenas cobramos, não sabemos nos permitir, e quando isso acontece, imputamos cobranças se recebemos menos daquilo que devotamos.

Não resta dúvida que a solidão ainda é a nossa maior tirana, nos consome, agride, perturba, por medo dela nos arriscamos, perdemos a nossa paz, elegemos guerras, gritamos de dor no silêncio do nosso interior, nos expomos, nos fazemos ridículos, perdemos a noção do perigo, da ordem, e muitas vezes pagamos um preço alto para uma vida tão barata.

Invejo, um sentimento sadio, pessoas bem resolvidas no amor, em paz com suas emoções, de bem com os seus sentimentos, no entanto, devo admitir, que está com o coração livre, desocupado, com sinal, sem funcionar ou bater por alguém, é uma sensação de liberdade, de conforto, por saber as dores que “gostar” pode muitas vezes nos trazer e nos fazer sentir e sofrer.

Não que não se acredite em amor, como muitas vezes costumo dizer, mas por hora, no momento, todas as ilusões foram perdidas, todos os sonhos dispersos, as esperanças guardadas, os sentimentos amarrados, talvez com a impressão de que não haverá mais nada a viver nessa campo, talvez por saber que o momento é para outras coisas, destinar a atenção para um novo caminho, talvez por entender que tudo acontecerá naturalmente, um dia, ou não, talvez por nada disso ser realmente o que será, o que se pensa, talvez por não ter mesmo mais nada para se dizer a respeito.


No entanto, como folhas secas, flutuando pelo vento, sem destino, sem compromisso de voltar, sem obrigação de ir, apenas esperando cair em algum ou qualquer lugar quando parar um dia de soprar a respiração do mundo, o respiração do destino, se um dia parar. 

domingo, 21 de setembro de 2014

Na falta de homens, elas preferem vaqueiros

Na falta de homens, elas preferem vaqueiros

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (21-09-1014)

Mulher, e escrevo pensando num tipo, quer um homem de verdade. Elas querem um homem que se imponha e que não tenha medo, que a cobice e deseje, que avance o sinal, que faça com que ela se sinta uma mulher, realmente uma mulher, desejada. 

Mulher gosta de ser desejada, um homem que tem medo de desejar a sua mulher, por educação, medo ou por ser sensível demais, será traindo e terminará sozinho. Por isso algumas mulheres me dizem que preferem vaqueiros, não, elas não querem realmente um vaqueiro, mas o recado está claro, e dado, elas querem um homem de verdade.

O desejo não respeita ninguém, desejo não tem educação, bondade, ele apenas existe e acontece, não dá pra segurar, se afirma, prevalece, não há desculpa para o que desejamos, nem condenação, precisa ser sempre perdoado, pois não se controla, não se segura, não se prende. Somos seres do desejo e não da razão, não é a nossa racionalidade que nos domina, mas o nosso desejo, talvez a razão nos faça viver, mas é o desejo que nos permite o prazer, a liberdade, o amor, a vida ter uma cor, um sentido.
Homem de verdade significa ter atitude, saber, como um vaqueiro, domar o animal, prender o bicho, ter coragem, ir pra cima, lançar e abater, colocar no chão, com persistência, tudo com uma certa indiferença, vaqueiro que é vaqueiro prefere um cavalo a uma mulher, gosta de derrubar boi, depois, se houver tempo, uma mulher.

Muitas não irão gostar da comparação, mas não falo em termos de violência, mas, como elas dizem, de ter pegada. Elas querem estar e ser o alvo, está na mira, gostam de ser vistas e admiradas, abatidas, arriadas. Os homens modernos admiram a si mesmos, malham para se olharem nos espelho, admiram a própria beleza, o próprio corpo, são narcisistas, e deixaram de cobiçar a beleza delas, talvez algo mais importante.

Não digo que um homem seja indiferente a si mesmo, desajeitado e descuidado, mas as mulheres precisam de mais atenção, afeto e proteção, querem ser olhadas, jamais comparada, querem se sentir únicas e lindas, maravilhosas e especiais, talvez algo que esteja se perdendo, mas claro, sempre com aquele ar sutil de indiferença masculina, homem que homem morre por uma mulher, mas não permite que seja saiba.

A independência feminina deixou os homens medrosos, mulheres livres, com opiniões próprias ideias de liberdade, tornou os homens com receios e pavores. Eles se tornaram sensíveis demais, dramáticos e tímidos, em sua grande maioria, perderam a capacidade de arriscar, a autoconfiança, a criatividade, talvez por isso haja nos dias atuais tanta solidão entre homens e mulheres, elas ainda esperam, como se diz, que eles cheguem junto.

Claro, toda mulher irá gosta de um homem que seja interessante, inteligente, envolvente, educado, cheiroso, equilibrado emocionalmente, maduro, mas também irá precisar que o cabra seja realmente homem, que a invada, que a possuía, que torne o prazer uma real e possível, respeitando a liberdade, nos diais atuais conquistada e importante, mas que saiba conduzir a relação.



quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Mudar é o único estado permanente

Mudar é o único estado permanente

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (17-09-1014)
                                                                                                                               
Tenho amigos que há dez, vinte anos vivem da mesma forma, gostam das mesmas coisas, falam dos mesmos assuntos, continuam com os mesmo gostos, hábitos, preferências, como se a vida tivesse parado, o tempo jamais tivesse mudado, tenho dúvidas se eles continuam no mundo criaram pra si com medo do mundo moderno ou se realmente querem ser da forma que são, sempre os mesmos.

Claro que não precisamos mudar ao sabor do vento, das correntes, não somos obrigados a seguir a moda, os modismos, mas não consigo entender como alguém consegue sempre ser do mesmo jeito e fazer as mesmas coisas, não consegue se avaliar e provocar mudanças, provar, sentir e experimentar coisas novas, inéditas, sair de si, viver outras coisas, acumular outras novas experiências.

Acredito que a vida tem o seu valor não pelo tempo que vivemos, mas pelas coisas que vivenciamos, pessoas que conhecemos, lugares que visitamos, histórias vivenciamos, gostos que provamos, riscos que corremos, sempre há uma vida nos esperando para ser sentida.

Confesso que canso de ser sempre o mesmo, é tedioso pensar sempre a mesma coisa, sentir e falar os mesmos assuntos, vez por outra é preciso parar, seguir outra direção ou até mesmo calar, cansa viver a mesma vida, mas mesmo amigos não sentem assim. Chega a ser angustiante. Monótono.

Sei que é mais seguro ser sempre do mesmo jeito, mudar nos impõe medo, não é fácil, sempre é arriscado, podemos não gostar, nos arrepender, perder algo concreto por algo fugaz, mas é preferível uma existência com sabor, história e vida, do que uma passagem pela terra insípida, sem preencher as lacunas que existem nós, se é que tais podem ser suprimidas, mas a gente tenta.

Não falo de mudanças momentâneas, reflito em torno de sempre buscar, não a novidade do mundo, mas de si, se descobrir, se pensar, refletir em torno da própria identidade, ser sempre o mesmo, sendo diferente, reformular ideias e valores, recriar sentimentos e reconsiderar crenças, experimentar o novo, valorizar mais o que já existe, cuida de tudo, privilegiar um ponto, sair, partir, ficar, ir, voltar, viver, ser, tentar, pensar, melhorar, finalizar, jamais terminar.


Talvez a única condição nossa seja realmente mudar, e mudamos, o nosso corpo muda, a nossa vida, as pessoas mudam, o mundo muda, mas ainda melhor seria se a nossa mentalidade, a nossa maturidade, o nosso ser também se permitisse mudar para ser melhor. 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Quando...

Quando...

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (15-09-1014)


Quando o meu silêncio for maior que o meu sorriso e minhas lágrimas mais forte do que as minhas palavras, quando o meu cheiro não mais te incomodar de forma gostosa e minha presença não atrair mais o teu olhar, quando não passarmos de um passado que talvez tenha sido bom, mas não forte o suficiente para continuar, quando percebermos que foi a nossa imaturidade que nos fez chorar, quando o nosso prazer nos fazia delirar, quando não restar mais nada em nós, de nós, por nós, quando não houver mais motivos e razões, quando perdermos o medo de estarmos pertos, juntos, quando não mais suspirarmos um com o outro, quando nos tornarmos normais, desinteressantes, pedantes e vulgares, quando em outros braços nos encontrarmos, em outros beijos nos acomodarmos, em outra vida nos apaixonarmos, quando perdemos o caminho um do outro, quando não houver mais caminhos para nós, nenhum estrada, nenhum sentido, lugar, quando só a solidão for o nosso elo mais forte de ligação, não haveremos mais de existir um pelo outro, um do outro, o mundo em nós. Quando não souber mais te encontrar em mim, aqui dentro, e só em dias frios lembre sem querer com um sorriso bobo que você foi alguém importante pra mim,  quando minha imagem não passar de uma lembrança e a nossa vida se tornar apenas uma saudade, quando nossos beijos perderem o gosto e o sabor, a nossa vontade passar e o desejo deixar de existir em nós, quando não houver mais o “nós”, restar apenas o eu e você, não houver mais futuro, um futuro que um dia sonhamos, quando só o passado a nos culpar e o presente a nossa oprimir restar, as ilusões cederem lugar ao real amargo e realidade insípida, quando eu e você estivermos em caminhos diferentes e lugares distantes, vidas além, cansados um do outro, sufocados pelo destino e livres do que um dia fomos, quando só restar arrependimento, mágoa e culpa, dor e solidão entre nós, quando um dia tudo terminar, acabar, quando conseguirmos olharmos para trás indiferentes e sem remorso, sem dor ou sentimento, quando o que há ainda hoje não mais existir, for silenciado, deixado, morto, sepultado, quando tudo isso tivermos pensando, imaginado, será quando não haverei mais o que dizer, terei em mim calado todas as frases de amor e toda a paixão incontida, será quando não mais encontrarei um suspiro de poesia e um momento de alegria, quando você já não mais estiver, não mais existirei, serei, apenas morrerei, num corte lento e profundo, sangrando dentro de mim, morrendo aos poucos sem ninguém perceber ou entender, serei como um rio silencioso que segue seu rumo sempre em destino, sem alerde, sem reclamar, sabendo que irá se perder ao mar, no mar, e deixará de ser quem é para se tornar o que nunca quis ser, quando você já não me pertencer e em mim não mais viver, nada mais terei por fazer, a fazer, viver. 

sábado, 13 de setembro de 2014

A dor de ser rejeitado

A dor de ser rejeitado

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (13-10-1014)


Ninguém gosta de ser rejeitado, muito da nossa dor de amor não é por amor, de amor, sem amor, mas pelo fato de que ninguém suporta ser rejeitado, a gente não gosta, suporta, principalmente quando a gente acredita que fez tudo pelo outro, outra, que nada fez de errado e que não merecia ser trocado ou deixado.

Muito do nosso ressentimento não é por ter acabado a relação, mas por conta de um sentimento de fracasso com relação ao outro e a nós mesmos, a nossa imaturidade não nos permite reconhecer que somos imperfeitos e que podemos errar, perder e ser ridículos, só pessoas imaturas pensam que são perfeitas e que nunca irão errar.

Converse com qualquer pessoa que está sofrendo de amor, por amor, sem amor, e irá perceber que ela argumentará que gostava demais, que fez tudo pelo outro, que era sincero, meigo, carinhoso, ela nunca irá reconhecer que fez algo de errado, ou que a relação terminou por não funcionar, o rejeitado nunca entende os motivos reais de ter sido abandonado, pra ele não há motivo, razão, por isso ele sofre, por não aceitar que a vida é assim, que as pessoas se deixam, partem, que as coisas terminam, acabam, que a paixão tem fim, que o gostar tem limites.

Conheço muita gente que sofre por ter perdido um amor, alguém, mas conversando vamos descobrir que por trás de toda dor e sofrimento sempre há um ego e um orgulho ferido, no fundo elas sabem que depois de tudo voltar é algo impensável, não seria a mesma coisa, não daria mais certo, ficaria faltando alguma coisa, mas em verdade, de verdade, elas gostariam de apenas dá o troco, fazer diferente, não se expor tanto, mudar coisas, reparar equívocos, ou até mesmo serem eles a deixarem a outra pessoa, é um gosto de revanche.

Elas gostariam de voltar a relação só para agora não cometer os mesmos erros, não chorar as mesmas lágrimas, não se sentirem tão ridículas, muitas se entregaram demais e se arrependem por isso, se olham agora como frágeis e bobas pelas coisas que fez, por ter confiado em alguém todo o seu sentimento e toda a sua paixão, mas sabem que ninguém tem culpa por ser deixado, o que o rejeitado sente é vergonha de si muitas vezes e uma certa mágoa de outro.

A gente sempre quer voltar para dá o troco, virar o jogo, a mesa, nos lugar de ser deixado, deixar, pois é melhor ter a nossa razão do que aceitar a razão dos outros.


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Sempre será você

Sempre será você

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (10-09-1014)


Nossa imaturidade nos separou, agora somos duas bocas mudas, dois lábios secos, sonhos despertos, esperanças desperdiçadas, vontade silenciada, desejo desencontrado, loucura descontrolada,  vidas separadas, somos apenas o que um dia fomos e agora não seremos mais, não haverá retorno, volta, caminhar a ser percorrido de forma contrária, estamos perdidos no caminho de volta, quando ninguém se perde, nos perdemos, não cruzo mais com o teu olhar, não percorro o teu destino, não planejo mais te encontrar, não ando pelas tuas ruas, não me encontro nos mesmos lugares, evito a ti, não quero mais as tuas palavras, já tenho os teus silêncios, não temos mais o tempo, o infinito da nossa esperança, a alegria da nossa companhia, o prazer dos nossos encontros, a vida da nossa empatia. Fim, do fim pulamos para início de outro novo momento de nossas vidas, o recomeço de um caminho, novas paixões, outros sabores, novas ilusões, nos prenderemos ao que ficou, passou, aconteceu, saudades brandas, boas lembranças, o primeiro beijo, a emoção do primeiro toque de nossas mãos, o selo do nosso amor, os avanços que galgamos em tão pouco tempo de tão intenso que éramos, da confiança que tínhamos e do medo que nos controlava, agora, penso, lembro, muitas vidas vivemos, muita coisas “coisamos”, muito tínhamos a sentir, lugares que gostaria de te levar, nossos sonhos, nossa vida, teus olhos em mim, nada mais queria ter, agora, aqui, em mim, sinto, sensíveis emoções, riscos felizes, segredos guardados, o maior das nossas vidas, o melhor, a coisa eterna que ficará em nós e que nos servirá de riso um dia, num futuro não muito distante, talvez já hoje, agora, você aí rir daquilo que vivemos, provamos, sentimentos, gostamos, realizamos, vivemos, agora só temos, penso,  a certeza de que deveria ter sido sempre assim, temos agora o passado fruto de um presente que era bom e de um futuro repleto de dúvidas e esperanças, esperança de que o melhor de nós ainda estaria por vir, para vivermos, que iríamos viver, sentir, ser, ter. Agora dispenso meus motivos e aceito a minha realidade, meus sentimentos realizados e não mais possíveis, nego argumentos e apenas prefiro calar, me perco em sentimentos e coisa tolas, só me encontro em ti e ao que era contigo até ontem, até o amanhecer de ontem, até muitas horas depois do que éramos ontem. Espero em vão a tua presença constante de todos os dias, em vão, os dias se foram, a companhia também, as horas passam, junto com elas os teus olhos, o teu amor, o teu gostar. Ecoa ainda em mim as tuas palavras, de que nunca iria me deixar, que sempre ficaria ao meu lado, comigo, em mim, que seria minha, eternamente, que estaríamos juntos, palavras, o amor não termina, acaba, encerra, os sentimentos são eternos, a vida é que chega ao fim, a paz não dura, como disse o poeta, tristeza não tem fim, felicidade sim, penso que talvez estivesse enganado, fui feliz com você, era feliz, sou feliz, serei feliz, o que vivi ao teu lado poucos têm o prazer de viver, só por isso a vida já tenha valido a pena, só por isso, por te encontrar, por te provar, por te sonhar, já tenha encontrado o meu sentido em viver, de viver, sempre foi você, sempre será você, sempre é você que me desperta sonhos, me encanta, me provoca esperança, que causa amor, me faz sentir paixão, dor, saudade, alegria, vontade, desejo, paz, raiva, liberdade, é você, pra você, de você, com você, em mim que vivo e quero para sempre estar, como você ficará em meu coração para todo o sempre. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Gente feia é melhor e mais bonita

Gente feia é melhor e mais bonita

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (01-09-2014)


Eu acho gente feia bonita.

Há beleza naquilo que ninguém vê ou percebe.

Toda singularidade é linda, todo defeito tem a sua qualidade, tudo que foge ao padrão, modelo, um dia pode tornar-se regra, norma, pode vir a ser seguido por todos.

Dispenso os padrões, são todos iguais, gosto daquela beleza que só eu consigo ver, perceber, tocar, olhar, querer.

Nunca quis a menina mais bonita, a moça mais popular, a mulher mais atraente, cobiçada, desejada por todos, a mim sempre tive interesse pelas pessoas estranhas, com livros nas mãos, gente que pensa diferente e se esconde das luzes, caminha recatada por entre sonhos e ilusões.

Não tenho interesse na massa, gosto das singularidades que cada um trás em si, se a moça é bonita, acho feia, se todos a querem pelos seus olhos, eu prefiro admirar a sua maturidade, se todos querem o seu corpo, eu desejo a sua companhia, se todos querem o seu sexo, anseio por conversar-lhe e descobrir seus gostos e desejos.

Sempre preferi aquela menina calada no quanto da sala, sozinha na multidão, de óculos e sorriso inocente, sempre foi dela o meu amor a minha atenção, foi por ela sempre que meu coração despertou e bateu apressado, que sorrir escondido e sonhei acordado e me apaixonei sem que alguém soubesse.

Gosto da beleza que há nas pessoas, digamos, sem os padrões convencionais de beleza, admiro o intelectual taciturno, o solitário enigmático, a bela que não é bonita, a feia que se torna bela, a normal que ninguém consegue ver a maravilha que há ali dentro pulsando, sendo desperdiçada, pois ninguém lhe dá atenção.

Beleza atrai as pessoas, mas gente feia é melhor, pessoas bonitas se ocupam demais com a própria beleza.

Sou feio e sei o que digo, sempre precisei exercitar outras qualidades, na falta de um rosto e um corpo bonito, restou-me outro caminho a seguir, mais solitário e letrado, minha companhia sempre foram os livros, pouco popular, menos ainda o aglutinador social, restava a mim ler, estudar, me tornar melhor.

Há outras formas de beleza, muitas das quais ainda não conseguimos admirar e perceber, mas sim, elas existem. 

Não é uma beleza superficial, que está sempre a mostra, aparente, mas é muitas vezes de uma exuberância maravilhosa se a gente soube admirar.

Há beleza na educação, na inteligência, no bom gosto, da simpatia, na persistência, na humildade, na amizade, na sinceridade, no afeto, no carinho, no amor, na carência, na solidão, na companhia, na paz, na maternidade, no trabalho, na experiência, no bom gosto, no desejo, na vontade, na vida, só falta a gente perceber.



De todo amor, quando se ama, invejo, quero, espero

De todo amor, quando se ama, invejo, quero, espero

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Quando a gente ama, o feio parece bonito, o sério é engraçado, a curva é reta, o defeito é qualidade, o choro tem sabor de riso, o silêncio fala mais do que o barulho, quando a gente ama não precisa entender ou explicar, só se precisa sentir e a gente sente, quem ama sente aquilo que os outros não conseguem perceber, ver, aceitar, quem ama se deixa levar pelos próprios motivos e encontra ali a força para continuar, quem ama não precisa de mais nada, já tem tudo, o amor....

Tenho inveja de quem recebe declaração de amor, de quem recebe flores, ganha poesia de presente, rabiscada num papel qualquer, de quem beija na chuva, caminha de mãos dadas no final da tarde, de quem dorme abraçado, de quem ama pra sempre, de quem sente saudade e pode dizer, inveja de quem canta por amor, vive por paixão, gosta por querer, sente vontade em amar, inveja de quem tem alguém pra chamar de seu, de quem abraça por paixão, beija por desejo, sonha com liberdade, de quem diz eu te amo sem medo, chora de emoção, sorrir por felicidade, a minha inveja é sadia, é uma inveja de poder fazer o mesmo um dia e provocar inveja em outros, inveja boa, de amor, inveja de paixão.

Não quero que alguém se apaixone por mim, quero que alguém faça eu me apaixonar, me tire de mim, me deixe bobo e sem rumo, não quero que alguém goste de mim, quero que alguém me ensine a gostar, me ensine a amar, me apaixonar por ela e com ela, quero que alguém me deixe viver por ela, dela, com ela, eternamente nela, me deixe cuidar, ficar, estar, ser companheiro, amigo, amante, quero que alguém me roube a vida, me tire a saudade, a dor, me mate a solidão, quero que alguém faça eu sentir o quanto é bom gostar de alguém, alguém que já gosta e espera apenas a gente, eu, se permitir, me permita, se permitir viver e amar, ter paixão, quero que alguém me procure, me ache, me encontre, me salve, me cure, quero, só quero....

Espero que o amor me encontre na esquina, ou na minha próxima insônia, que venha com a chuva ou chegue com o sol de um novo dia, espero que o amor venha no sorriso de quem não conheço, nunca vi, que me apareça no próximo final de semana, na fila do cinema, na padaria, na feira, no mercado, que se apresente no ponto de ônibus, no caminhar do final do dia, que venha por fora correndo, que me acerte no meio e me parta ao meio, que me mire e me atire, que o amor venha em meu próximo tropeção, que esteja presente no meu almoço, que não me deixe esperando tanto, muito, que aconteça quando eu menos esperar, sonhar, espero que o amor venha na música que toca no rádio, quando eu esbarrar em alguém ou tiver vergonha, quando eu sorrir por medo e acordar mais cedo, quando eu errar o caminho e me perder para encontrar o amor, a quem amar, que o amor venha quando eu perder a hora para encontrar o tempo, tempo de amar, só resta esperar.


Invejo o amor, quero o amor, espero o amor, de todo o amor, quando se ama, de tudo o que o amor possa nos ofertar, em si mesmo, amar, sonho, desejo, espero, que aconteça, hoje, amanhã, quando eu menos precisar e mais querer, quando eu estiver preparado e sem esperança, que ela venha, apenas fique e tudo será eterno. 

Quando uma mulher diz gostar

Quando uma mulher diz gostar

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada 

P.S: Um dia ela pode cansar....

Penso que é preciso acreditar quando uma mulher diz que te quer, diferente dos homens que gostam de aventuras, as mulheres, algumas, as sinceras, preferem sentir coisas, preferem sentimentos, gostam de romance e história, de amor e paixão.

Quando uma mulher diz, te quero, acredite ela não diria isso se não fosse real e sincero, ela deseja realmente, ela não irá olhar pra você se não gostar, não irá falar de você se não pensar em você.

Mulheres sabem fingir umas com as outras, sabem mentir, disfarçar, enganar, trair, mas sabem mais forte ainda gostar, sentir e amar, e se ela gostar de você, ela gostará de você, e irá gostar.

É preciso confiar e acreditar, pois não importa a marcação que você faça, a desconfiança que tenha, a insegurança e o ciúme que venha a sentir, se ela não gostar de você, você perceberá, se for sensível.

Um homem pode trair uma mulher por trair, pela sensação de ainda ser gostoso e poder ficar com outras, poderá ficar com outra mulher sem mesmo gostar e nada sentir, só pela sensação, pelo prazer, acredito, e quero acreditar, que uma mulher não fará da mesma forma, se não por vingança, ela não ficará com outro se não gostar.

Uma mulher, penso, só irá trair se sua relação, seja namoro ou casamento, se e quando não for mais a mesma coisa, se ela não sentir mais nada, verdade que, de outra feita, poderá apenas fugir da monotonia, mas mesmo assim, não ficará sem sentir, sem emoção, sem vontade, sem prazer, é preciso um motivo para tanto.

Ela não diz gostar se não for verdade, não diz que está apaixonada se não pensar em você mil vezes por dia, não falará em amor se não sentir que você é especial, único e que você é pessoa que ela mais quer e deseja no mundo.

Sim, o desejo pode acabar, a vontade parar, o sentimento terminar, ela até mesmo poderá cansar, mas isso dependerá muito de você, se uma mulher diz gostar, espera que seja entendida, que seja aceita e retribuída da mesma forma.

Homens frios e indiferentes serão deixados, já disse e vou repetir, uma mulher não quer, nem precisa de muito, um elogio, um carinho, atenção, companhia, boas risadas, paixão, afeto, calor, podem fazer com que o sentimento seja eterno, que permaneça, que aumente, que se torne vivo sempre.




quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A espetacularização da morte, não se morre mais, torna-se estrela das redes sociais

A espetacularização da morte, não se morre mais, torna-se estrela das redes sociais. 

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (28-08-1014)

Ninguém morre mais como antigamente, a morte tornou-se um espetáculo, ainda uma das características da cultura do espetáculo, outra. 

Hoje, com a predominância do olhar, imagens em detrimento de sentimentos, mostrar é melhor e mais importante do que sentir. 

Ver é tudo, não importa, precisamos do visível, só existe o que é publicado, exposto, postado, o que está ali em nossa tela, aos nossos olhos, é o show da vida, em questão, da vida dos outros.

Nossos mortos tornaram-se personagens e estrelas, nos chegam pelas redes sociais, são mostrados mortos, decapitados, assassinados, cortados, nada mais nos choca, tudo nos prende a atenção por alguns segundos, minutos, e logo passamos adiante esperando o próximo defunto, acidente, resto mortal de alguém que nem sabemos que seja, mas que passamos adiante como uma situação sine qua non dos nossos hábitos digitais. 

Morrer deixou de ser um fenômeno natural para torna-se um evento, um acontecimento, um espetáculo, gostamos de ver pessoas mortas, morrendo, acidentadas, mutiladas, como se fosse o mais novo reality show do nosso programa em casa, da nossa televisão portável, que está ao nosso alcance 24 horas, conectado. 

De celulares em punho estamos prontos para qualquer momento grave, briga, confusão, morte, acidente, nudez, nunca antes na história nossa soubemos tanto das desgraças alheias e tão pouco dos nossos sentimentos, apenas fazemos, olhamos, curtimos, compartilhamos, mas nunca nos interrogamos os motivos que nos levam a fazê-lo.

Talvez nem motivos para tais tenhamos, apenas podemos fazer e o fazemos, não há necessidade de pensarmos, aliás, pensar em nossa sociedade, com tudo pronto e acabado, é quase um risco, uma ameaça, um contra tempo, e tempo, com tudo o que temos para olhar, ver, não podemos perder. 

Há um sentimento infantil de nos mostrar, como crianças, queremos que todos apreciem os nossos dotes físicos, materiais, o nosso prazer, que vejam a nossa glória, pois dos outros apenas a desgraça espalhamos. 

Somos narcisistas de nós mesmos, nos admiramos, e como tal, nos expomos, pois nos achamos, mas somos urubus dos outros, repassamos apenas o que há de pior neles, deles, e para eles. 

Guardamos nossos segredos, abrimos nossas qualidades, escancaramos o pior dos outros e sorrimos da queda alheia.

Para nós temos desculpas, para os outros críticas, para nós queremos perdão, para os outros punição, para nós queremos a dúvida, para os outros temos já a certeza sempre do pior.