É preciso sentir a dor do outro
Ronaldo Magella – professor,
poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
14/06/2013
A gente sempre tem solução pra
tudo, ah, é simples, faça assim, faça isso, mas quando acontece com a gente
parece que tudo que era tão fácil, simples e leve agora ficou muito complicado,
difícil e pesado de carregar, pois agora está em nós, o que antes era em outros
e a gente sorria e dizia, levante essa cabeça, agora está em nossa porta e a
gente não sabe como dizer não, mandar embora, deixar partir.
A gente nunca acha que vai
acontecer com a gente, mas parece que a vida já tem o seu roteiro, tudo já está
traçado e ela fica nos espreitando, esperando pelo nosso momento, já sabemos
que todos iremos morrer, nós e os outros, isso a gente entende, a gente só não
aceita quando acontece, já sabemos que tudo irá passar, a dor, tudo, é só esperar
pelas horas, pelos dias, mas quando está doendo em nós parece que nunca vai ter
fim, nunca vai terminar.
A gente sempre pede pras pessoas
compreenderem, entenderem, pensarem melhor, bem, mas quando é com a gente
tomamos decisões radicais, não dá mais, não quero, pronto, não suporto mais, é
simples quando não está em nossa cabeça nem em nosso coração, é difícil viver o
que nos acontece, é fácil solucionar o que não estamos a sentir, aquilo que
apenas olhamos sem nos afetar, temos saída pra tudo, menos pra nossa própria
vida.
Daí então você começa a perceber
e precisa entender a dor dos outros, seja ela qual for, pois se pra mim, pra
você, venha a ser algo simples de se resolver, e sempre é, pois não estamos a
passar pelo momento, para o outro não é, toda dor, todo sofrimento sempre é
muito individual e particular, é muito de casa um, e cada um sabe o que pode
suportar, o que pode viver.
Só vivendo e sentindo a dor do
outro é que vamos entender o que ele está a passar, não adianta pensar, dizer
que entende, compreende, não, apenas temos uma noção, só quem vive passa é quem
sabe a dor que lhe angustia. Por isso é preciso muito respeitar os outros em
suas existências, momentos, em suas vidas, em suas dores, pois se pra mim é
algo pequeno, suportável, e só o é, porque não estou a sentir, pra ele talvez
não seja e nunca iremos saber.
Fiquei com o espírito em júbilo, ao ver teu texto sendo matéria de concurso numa cidade que trabalho como professor. Parabéns! Daquele que sempre quis ser, mas nunca teve (de verdade) a chance. Suetônio. Saudações!!!
ResponderExcluirSó posso dizer obrigada !
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