sexta-feira, 30 de maio de 2014

Almas afins, gêmeas, existem?


Almas afins, gêmeas, existem?

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (30-05-1014)


No livro O Consolador, o espírito de Emmanuel, guia de Chico Xavier, afirma que não existem duas almas criadas juntas e separadas que se procuram para viverem a eternidade, o que talvez venha a existir, são duas pessoas com uma longa convivência de épocas e eras passadas que se conhecem, se reconhecem, se procuram, se sentem e querem ficar uma ao lado da outra.

Para quem acredita que vivemos várias vidas, que temos reencarnações, tivemos vidas, vivemos uma e teremos outras.

Esclarecida a questão, não existe alma gêmea, como gostamos de acreditar, existem almas afins, duas criaturas que se conhecem desde há muito tempo, já viveram antes, querem viver agora e viveram em outras vidas, outras vidas.

E como seriam essas almas afins?

Talvez da mesma forma que acreditamos que sejam as almas gêmeas, uma teoria bonita, encantadora, confesso que gosto de pensar que deva existir por aí pelo mundo alguém pensando em mim, que goste de mim e me espera, mas não acredito que seja a outra metade.

Penso que seja alguém com quem eu possa conversar, me abrir, chorar, alguém a quem eu possa me confessar, contar meus medos e erros sem medo de perder, perdê-la, alguém para quem não preciso mentir ou me desculpar, fingir, ela irá me entender, como eu a entenderei, alguém que respeitará o meu silêncio quando eu não estiver bem, que irá comigo e ficar ao meu lado, nas coisas boas e ruins.

E assim como ela fará tudo por mim, também por ela farei o mesmo, teremos paciência, saberemos esperar, teremos conflitos, sentiremos saudade, viveremos maus e péssimos momentos, mas não iremos desistir um do outro, haja o que houver, pronto, talvez, penso, acredito, que seja isso, a nossa outra metade é alguém que não desiste de nós, que permanece por acreditar que no que sente, por entender o que somos, por compreender o que representamos, por conhecer a nossa essência, por ter fé em nossa união.

A grande maioria de nós, penso, quer e gostaria de alguém assim, mas somos imediatistas, não esperamos por ninguém, por alguém, queremos viver coisas, e agora, já, pra ontem, impulsionados por um mundo consumista e rápido que nos obriga e força a vivermos tudo o que nos é oferecido, como se tudo fosse um imenso cardápio ao ar livre, é pegar, usar e depois jogar fora, mas quando falamos de sentimentos e emoções, de gostar e querer bem, não podemos nos precipitar, pois a queda é longa.

A maturidade emocional ao lado de outra pessoa exige um pouco de tempo, de paciência e reflexão, de silêncio, de resignação, precisa de coragem e bom humor, ninguém ama em dois ou três quatro meses, penso que nem talvez em anos, a gente aprende a gostar convivendo, conversando, sentindo, entendendo como o outro é e que reação provoca em nós.

Espero que ainda um dia encontre alguém que gosta de mim, mas antes, que eu tinha por ela carinho, admiração e orgulho, confesso, não preciso de uma pessoa bonita, linda, gostosa, preciso de alguém que me aceite e acredite em mim, mais ainda, não desista de mim, que tenha confiança que podemos juntos viver coisas, sermos felizes um ao lado do outro e que valerá a pena seguirmos juntos.

Espero que, se houver alguém no mundo pra mim, que ela me encontre, ou que o destino nos faça uma das suas piruetas e nos faça nos encontrar, como se fosse o caso, sabendo que não existem coincidências, não há o fortuito, existe destino, providência, fim.


terça-feira, 27 de maio de 2014

Só eu e você o mundo de abrigo, no abrigo do mundo em nós

Só eu e você o mundo de abrigo, no abrigo do mundo em nós

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (27-05-1014)

Chato é acordar sem você, viver da sua ausência, ou, com a sua ausência, me alimentar de saudade, ou da falta que sinto de ti, coisa chata essa que preenche meus dias, a falta de você que me enche, e que me consome o pensamento quando estou de bobeira, claro, da vida, pois sempre estou ocupado pensando em você.

Chato é ter todo o tempo livre numa tarde de domingo e não pode dividi-lo com você, sorrir sozinho e ficar louco para te encontrar e te contar as últimas, já dizendo num sorriso largo e num abraço sincero que você não vai acreditar em mim.

Não precisamos de muito, não sei você, mas eu só preciso de você e de algum lugar do mundo para nos abrigar e nos proteger, sem redes sociais, sem fotos, sem selfie, até, um pode ser, precisamos fazer inveja aos outros, mas sem olhos alheios, só eu e você, o tempo, a vida e tudo mais, tudo mais, desde que seja apenas eu e você, o mais.

Quero tempo para admirar você, admirar seu cabelo preso e sua roupa barata de ficar em casa, tempo para olhar cuidadoso a forma como você come muda em frente a televisão, ou como fica irritada quando faço algo do qual você não gosta, tempo para apreciar suas cenas de ciúmes e seus ataques infantis, como se você não fosse a coisa mais importante do mundo pra mim.

O tempo me ensinou que vivemos para sentir e sentimos para viver, sou eu quem sinto, é você quem vive, e mais ninguém, não há motivos para alardear o que somos, temos, como vivemos, sejamos um do outro e o outro para um que somos, a gente por nós e o melhor de nós, que falem, berrem, reclamem, sejam contra, do contra,  um dia eles esquecem, cansam, e a gente vai sorrir, viver e ficar em paz.


Não há amor que não ultrapasse o tempo, sentimento que não vença o mundo, desejo sincero e vontade ativa não são propagandas, são pequenos atos que vivenciamos para provar e comprovar o que quanto queremos estar um ao lado outro, e que nos reste o mundo de abrigo, e o abrigo do mundo em nós, apenas eu e você, você e eu, nós, e mais ninguém. 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Quando te acho linda

Quando te acho linda

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (26-05-1014)

Não sei o que os outros veem em você, sei o que eu vejo em ti, e te acho linda, bela por existir, é a ti que admiro, não o teu corpo, mas a tua alma, e como gostaria de ter o seu coração junto ao meu, misturar meus sentimentos aos teus e embaralhar nossos pensar, ser a nossa felicidade única, de nós dois, o nosso caminho só uma estrada de ida, sem parada, para nunca mais voltarmos.

Vejo-te linda quando está com raiva de mim, quando você briga comigo, gosto das suas ideias e opiniões próprias, do seu ciúme, mas entende o meu, ciúme é sinal de paixão, o leve, que nos faz brigar, discussões tolas e infantis, mas ao teu lado me sinto bobo e tu, acredito, madura e segura quando comigo está.  

Gosto da sua forma de perceber as pessoas e enxergar o mundo, da sua vontade firme e do seu desejo sincero, da sua forma de falar e me dizer que está tudo planejado e que só preciso esperar, e eu espero por você o tempo que for, a vida que seja, o mundo que tenho.

Não preciso dizer “eu te amo”, frase gasta e antiga, sem sabor e sem emoção nos dias atuais, mas te provo que te gosto ao escrever pra você, não se escrever sem está apaixonado, sem gostar, preciso sentir para deitar as palavras e construir as frases, não preciso dizer que te quero, mas entenda que as horas que passo contigo, ao teu lado, são provas, penso, do meu sentimento por você.

O mundo, as outras, as festas, o barulho lá fora não me importa mais, só silêncio aqui que tenho entre você e eu, que me importa ganhar o mundo e perder você, ter a eternidade e morrer em poucas horas de saudades de você, ganhar tudo e perder a única coisa que me importa, você? Não, não quero o resto, já tenho o tudo, você, não me importa o demais, fico com a sobra do resto, a ti, contigo, conosco, com a gente, e peço, fique também.

Não sei o que os outros querem de você, mas sei o que preciso de ti, sentir você, compreender, o meu gostar, assim entendo, é cuidar de você, te falar do mundo, te fazer sorrir, arrancar de ti paixão e sonho, fazer você sentir a vida e pulsar de amor, no mais, não quero mais nada, apenas você ao meu lado, amanhã, depois, um dia, quando for possível, desde que seja você aqui comigo e mais ninguém.

Não encontro lá fora no mundo mais gosto, meu sabor agora tem um nome, você, não vejo lá mais no mundo, alegria, minha felicidade agora tem endereço, você, não vejo mais lá fora no mundo algo que me cativa, minha paixão agora existe, é em ti que encontro o que preciso para continuar na vida.

domingo, 4 de maio de 2014

Perdemos um pouco nosso encanto

Perdemos um pouco nosso encanto

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (04-05-1014)

Tenho uma leve sensação de que o mundo anda um pouco infantilizado, quando deveria ficar mais maduro, me parece que acontece o contrário, não sei, é apenas uma impressão.

Na sociedade do espetáculo, cheios de imagens, de celulares em riste, e de pouca originalidade, vejo que todos queremos ser iguais, queremos fazer parte do rebanho, postamos fotos daquilo que comemos, bebemos, de onde estamos, pra onde vamos, como se essa fosse agora a nossa única função na face da Terra, aparecer, divulgar, nos promover, nos tornar públicos.

Jogamos a nossa privacidade para o espaço, não importa mais sentir, mas mostrar, divulgar, postar, publicar, dizer o que pensamos, sentimos e choramos, as nossas alegrias e tristezas, não nos importar mais guardar, perdemos os nossos segredos, entregamos o melhor de nós, não temos mais mistério, tudo está no chão, jogado em redes sociais, espalhado pelo universo digital, virtual, da internet.

Não importa a idade, fazemos as mesmas coisas, fotos no espelho, selfies, todos queremos ser iguais, penso, tenho uma leve sensação de que perdemos um pouco do nosso encanto, entregamos demais o que somos, sentimos, não deixamos muito para ser conhecido.

A nossa Caixa de Pandora não existe mais, antes era bom saber de alguém, buscar conhecer, ir descobrindo aos poucos, conversar, ter assuntos, mistérios e os segredos nos encantavam, agora não precisamos mais perguntar, as pessoas postam, aparecem, saltam aos nossos olhos, estão em nossa linda do tempo, bem ali na nossa tela de computador.


Talvez esteja errado, talvez seja isso a nossa evolução, nos mostrar, aparecer, mas tenho ainda a leve sensação de que cansa um pouco, perde a graça, desgasta, ver tantas fotos, tanta exibição, é muita alegria superficial para uma vida pequena e simples, tornamos a nossa vida uma novela pública, queremos atenção, somos ávidos pelos holofotes.