domingo, 20 de dezembro de 2015

Chuva que é de UVA DORGIVAL



Chuva que é de UVA DORGIVAL

O cantor e compositor Dorgival Dantas declarou em um vídeo que Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Marinês nunca fizeram pelo forró o que Xandy, do Aviões do Forró, fez, levando o estilo para outros patamares.

Talvez uma dessas declarações ao sabor do momento, infelizes e desconfortáveis, um momento de imprudência, podemos assim classificar.

Realmente, Dorgival tem razão, hoje o forró vive em outros níveis, sem letras, ou com letras pornográficas, Luiz, Dominguinhos, e tantos outros percussores do forró cantavam o Nordeste e sua cultura, hoje se canta o bolso cheio de dinheiro, uísque e redbul, novinha que vai ao chão, chão, chão.
Quanta riqueza.
Nelso Motta, jornalista, compositor, escritor, roteirista, produtor musical e letrista brasileiro.em matéria ao Jornal da Globo, em sua coluna musical, disse que Luiz Gonzaga levou a música nordestina para o mundo, com sua riqueza de ritmos e suas letras divertidas e irreverentes.

Para Motta o Rei do Baião é reverenciado pela MPB nacionalista, sendo ainda referência fundamental para o movimento Tropicalista, de Gil e Caetano e tantos outros artistas consagrados do Brasil.
Elba Ramalho canta Luiz, Caetano Veloso canta Luiz, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Gal Costa, Lenine, Marisa Monte, a obra de Luiz Gonzaga recebeu inúmeras releituras e interpretações, por artistas consagrados em diversas partes do mundo.

Mito, ícone da cultura nordestina e da música do Brasil, e olha que estou falando apenas de Gonzaga, não se pode negar o valor e a história desse personagem ímpar da Música Popular do Brasil.

Gonzaga cantou forró, xote e baião, foi o primeiro de uma leva de bons instrumentistas e sanfoneiros na história do país, incomparável, estilo único e inigualável. Se pode até dizer que discriminado por ser negro e nordestino, que em vida talvez não tenha tido o valor que foi merecido e digno, o sucesso, mas a sua musicalidade não tem fronteiras, a sua riqueza não tem parâmetros.

De longe, de muito longe, o forró atual, esses que lotam festas e praças, que falam de rapariga e motel, em ostentação, não poderá ser comparado ao que se fez no passado.
Sim, outro tempo, outra história, outro momento, outra geração, mas pobre essa a qual estamos presenciando e vivendo no momento, que poderia ser mais rica, mas se deixa empobrecer pelo mercado do consumo de música sem qualidade, produtos de menor qualidade e valor.


Gonzaga é cultura, é arte, é a força do povo Nordestino que enriquece o Brasil com sua sonoridade, o forró atual, o que temos hoje, é moda, é indústria, é dinheiro, é show, é massa, é batida eletrônica. 

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