Ronaldo Magella 14/01/2016 – jornalista, poeta, escritor, professor,
radialista, blogueiro, tomador de café.
Algumas coisas jamais mudam. Certos encantos são pra sempre.
Amamos uma ideia, as ideias não morrem, amamos a ideia que
fazemos de alguém, e toda ideia é eterna.
Dentro de nós o passado continua muitas vezes mais vivo do
que a nossa própria realidade presente, do momento, e se a gente se descuida,
volta no tempo e fica lá, um segundo, um minuto, uma hora, um dia, uma vida
inteira.
Há certos encantos que o tempo, a vida, as coisas, não
carregam, não podem mudar, a gente não perde, não consegue esquecer, se livrar,
deixar pra lá, vez por outra a memória nos provoca e a lembrança insiste, a
saudade nos invade, aí então podemos dizer, o tempo não anda. Risos.
É gostoso lembrar-se dos nossos encantos e daquilo que um dia
nos fez gostar de alguém, o humor fino, a ironia presente, o pensamento rápido,
a crítica sutil, o sorriso vaidoso, a personalidade forte, talvez seja isso que
nos faça pensar e ter a certeza que nunca vamos esquecer alguém que tenha
marcado a nossa vida.
A gente sempre tem todos os motivos para seguir, andar, ir e
não mais voltar, mas de uma forma ou de outra a gente gostaria de voltar no
tempo, reviver coisas, sentir a mesma emoção de um tempo que um dia foi nosso, que
a gente viveu, mas o tempo só anda pra frente, o tempo, pois algumas coisas
correm contra o tempo.
A saudade não se importa com o tempo, o desejo desafia o
tempo, a vontade luta contra o tempo, o amor é maior que o tempo, a paixão
ignora o tempo, é isso talvez que faz com que a gente ande pra frente com um
olhar para trás, de volta, recuado, mesmo o tempo indo, sem parar.
O tempo, como cantou Caetano Veloso, tempo, faço um acordo
contigo, “que sejas ainda mais vivo, de modo que meu espírito, ganhe um brilho
definido”.
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