quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Sua foto por um real, seus mistérios por um milhão

Sua foto por um real, seus mistérios por um milhão

Ronaldo Magella 13/08/2015

Ainda prefiro a moça que não faz selfie, nem tem perfil no Facebook, não se mostra, não é vista, até parece que não existe, mas tem vida. 

Gente que não conheço me desperta curiosidade, pessoas que calam me prendem a atenção.

Procuro pelas pessoas que somem, ando em busca de quem desapareceu.

 É aquilo que não vejo que quero olhar, o que não conheço me incita a observar, a curiosidade nasce da ignorância.

Se não sei, quero saber.

Sou apaixonada pela garota que tem um perfil real, vive a vida, caminha no sol e conversa com as pessoas na rua, se esconde da multidão, ela é si uma multidão de mistérios e segredos.

 A necessidade de exposição da era moderna fez com que o silêncio se tornasse um valor imponderável.

Há muito barulho no mundo, as pessoas gritam, se mostram, amostram, querem aparecer.

Desculpem as moças bonitas e belas que mostram seus dotes físicos nas redes sociais, mas o mistério ainda é essencial, e, fundamental.

 Nem sempre há beleza naquilo que não vemos, mas há fascínio, e, atração.

Como somos atraídos pelo desconhecido da morte, do universo, do infinito, aquilo que não se mostra e é mais difícil tem mais valor, sabor.

Não preciso mais perguntar, todo é publicado, postado, todo mundo diz o que faz, fez, fará, o que sente, ou deixa de sentir.

Meio que perdeu a graça a vida das pessoas, sabemos sobre alguém, sobre todo mundo sem esforço, sem sair de casa, a vida das pessoas salta aos nossos olhos via Instagram, pelas telas dos nossos celulares.


Nesse universo de barulho virtual, de indiretas e exibições, ainda é a troca de olhares e sorrisos amarelos que me fazem tremer, não troco um toque de mão, um abraço por todas as curtidas do mundo.

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