Não quero um corpo, quero uma alma
Ronaldo Magella 10/11/2016
Como cantou
Caetano Veloso, “não me amarra dinheiro não, mas formosura”, não é o que se
pode ter, comprar, mas o que se pode ver, sentir.
Num mundo
cheio de corpos, de imagens, carecemos de almas, das essências, dos conteúdos, do
intangível, do imponderável, imploramos por outras belezas, simples, singelas,
leves e sustentáveis.
Beleza pura,
como diz a letra.
Não quero um corpo, quero uma alma.
Não basta o
corpo, suspiramos por um coração.
O físico
passa, o espírito permanece.
“Não quero o
que a cabeça pensa eu quero o que a alma deseja” - Belchior
O bom ainda é
sentir, perceber, gostar de alguém que lhe cause admiração, desejo, vontade,
que lhe provoque risos, raiva e amor, tudo junto e misturado.
Mais do que
nunca precisamos de afetos, segurança, paz, alegria, “e algum trocado que nos
dê garantia”, salve Cazuza.
Os corpos se
entendem, quando as almas se amam.
O sexo
acontece, quando o desejo o desperta.
A vontade
fica, quando a paixão já aconteceu.
A gente não
quer ir embora, quando sabe gostar.
Que a gente
ainda possa viver o outro por completo, não existe sentimento pela metade.
Coração dividido
sempre se quebra, se parte, pra nunca mais voltar, se emendar.
O melhor amor
não é o que se vence, mas o que se entrega.
Não é a posse
que prende, o ciúme que garante, a insegurança que segura.
É o carinho
que sustenta, a alegria que prende, o prazer que segura, a vontade que nos
desorganiza para nos organizar.
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