quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Não quero um corpo, quero uma alma

Não quero um corpo, quero uma alma
Ronaldo Magella 10/11/2016

Como cantou Caetano Veloso, “não me amarra dinheiro não, mas formosura”, não é o que se pode ter, comprar, mas o que se pode ver, sentir.
Num mundo cheio de corpos, de imagens, carecemos de almas, das essências, dos conteúdos, do intangível, do imponderável, imploramos por outras belezas, simples, singelas, leves e sustentáveis.
Beleza pura, como diz a letra.
 Não quero um corpo, quero uma alma.
Não basta o corpo, suspiramos por um coração.
O físico passa, o espírito permanece.
“Não quero o que a cabeça pensa eu quero o que a alma deseja” - Belchior
O bom ainda é sentir, perceber, gostar de alguém que lhe cause admiração, desejo, vontade, que lhe provoque risos, raiva e amor, tudo junto e misturado.
Mais do que nunca precisamos de afetos, segurança, paz, alegria, “e algum trocado que nos dê garantia”, salve Cazuza.
Os corpos se entendem, quando as almas se amam.
O sexo acontece, quando o desejo o desperta.
A vontade fica, quando a paixão já aconteceu.
A gente não quer ir embora, quando sabe gostar.
Que a gente ainda possa viver o outro por completo, não existe sentimento pela metade.
Coração dividido sempre se quebra, se parte, pra nunca mais voltar, se emendar.
O melhor amor não é o que se vence, mas o que se entrega.
Não é a posse que prende, o ciúme que garante, a insegurança que segura.

É o carinho que sustenta, a alegria que prende, o prazer que segura, a vontade que nos desorganiza para nos organizar. 

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