quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Não é tão fácil e simples esquecer das pessoas, algumas ficam arquivadas

Não é tão fácil e simples esquecer das pessoas, algumas ficam arquivadas
Ronaldo Magella 07/12/2016

Tive um grande amor e durante seis meses tentei reatar a nossa relação, se lograr êxito. Ela parecia decidida, feliz, resistente, enquanto eu me arrebentava por dentro e por fora, pensando que jamais iria conseguir superar aquele momento, aquela sensação, aquele sentimento.

Acreditava que ela já havia superado tudo que havíamos vivido e também havia decidido não mais me querer, desejar, e claro, a admirava por isso, uma vez que não conseguia, nem tinha perspectiva, enquanto ela me parecia já bem distante de mim, até um dia.

Bem, um dia, um dia também decidi que já era hora de seguir, mesmo gostando, mesmo sofrendo, da forma que fosse, era a hora e o momento de superar o que havia, me renovar, voltar a viver, mesmo carregando dentro de um vazio que vez por outra me arrastava pra baixo.

Mas qual não foi a minha surpresa quando, meio que de forma aparente, eu que já não demonstrava, pelo menos em gestos e insistência, mais querer e ter em mim mais tanta paixão por ela, eis que ela reaparece na minha vida, com todas as saudades, com todas as ausências, com todas as vontades, outra vez me querendo, me desejando.

A gente nunca sabe o que se passa no coração e na cabeça das pessoas, muitas vezes os sentimentos e emoções estão ali, presentes, fortes, pulsando, mas algumas pessoas conseguem controlar, silenciar, vivem amores silenciosos, gostando de forma discreta, sofrem sem alarde, à distância.

Elas meio que ficam arquivadas em nossas memórias, como pastas, como arquivos, como documentos que vez por outra a gente acessa, mexe, muda, salva, mas não consegue ou não pode jogar fora, nunca se sabe quando se irá precisar.

Jogando fora a teoria de que a gente só enseja valor quando perde, acredito que a questão seja outra, não é tão fácil e simples esquecer as pessoas, das pessoas, muitas ficarão com a gente pelo resto da nossa vida, mesmo que distantes, idealizadas, ou despertando sentimentos não tão nobres, mas o espectros delas viverão em nós, da forma que nos for possível.

A gente não esquece o que viveu, o que passou, sentimentos não morrem, a gente até ignorá-los, silenciá-los, mas eles estarão sempre por aí, uma vez que pensamento é algo que não se controla, quando a gente não quer pensar, já pensou, quando não quer lembrar, já lembrou, a saúde nos invade, a falta do outro se faz presente, o passado se torna muitas vezes a única coisa possível em nossas vidas.

Quanto ao meu amor, ela desistiu, mas ainda me segue nas redes sociais, vez por outra me curte, se faz presente, penso até que ainda gosta de mim, sente saudades, só não sei o que ela faz com isso. 

Com ela mesmo me diz, “tenho dias de você, esses dias em que apenas você existe na minha vida, no meu coração e na minha mente, nesses dias e te amo como sempre amei um dia”.


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