O segrego da felicidade
é a paciência
Ronaldo Magella –
jornalista – 20/12/2016
Outro dia passei três horas na manicure, comendo jujuba.
Depois foi ao cabelereiro. Mais uma hora.
Aproveitei o tempo para ler, caminhar e tomar um sorvete,
jantar e ouvir música.
Sim, deu tempo. Sobrou tempo. Muito tempo.
Não era eu quem estava se submetendo ao processo de embelezamento,
era minha namorada.
Fui avisado previamente de toda a programação com seu
respectivo tempo, quatro horas, aceitei de bom grado o desafio, era um teste de
paciência, passei.
Sou uma pessoa paciente, agora sei disso. Estou orgulhoso de
mim. Parabéns para mim.
Sou escritor, gosto de experimentar as coisas, vivenciá-las.
Não reclamei, não resmunguei, adorei a espera, fazer parte do
processo, se quero repetir? Adorei as jujubas, o sorvete estava ótimo, o jantar
uma delícia, a caminhada foi boa, respondi?
Mas pensei, ue, os homens não perdem 120 minutos com jogos de
futebol, e nem bonito ficam? Então.
Ao final de tudo, unhas feitas, cabelo perfeito, era nítido o
sorriso e alegria da minha namorada, felicidade sem preço, paz interior pra dar
e vender.
E olha que nem parecia que haviam se passado 240 minutos,
quatro horas, da sua vida, sentada numa cadeira sem fazer nada esperando apenas
o tempo passar, e só pra ficar bonita.
Ela me disse que gosta de ficar bonita pra si, é um pouco de
ego, vaidade, depois me disse que fica bonita para os homens, é o momento da
conquista, de impressionar, e por fim disse que fica bonita para outras
mulheres, para sambar na cara das inimigas, é a competição.
Mas nada deixa mais feliz uma mulher do que se sentir bonita,
atraente, charmosa, deslumbrante, perfeita, maravilhosa.
Se os homens soubessem disso, teriam mais paciência e claro
evitariam muitas outras coisas.
Mulher feliz consegue ser mais doce, meiga, carinhosa,
compreensível, leve, aberta.
O segrego da
felicidade é a paciência, vale a pena esperar. Mas não vou contar isso a ela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário