quinta-feira, 30 de julho de 2015

Alguém de quem eu goste

Alguém de quem eu goste

Ronaldo Magella 30/07/2015

Não sei se funciona, talvez sim, ou não, essa história de que um amor se cura com outro até pode ser que tenha mesmo sentido, em muitos casos sim, em outros não, tentar não custa nada, nas muitas vezes tem um preço, mágoa, dor, ressentimento, de outras vezes é o que resta ou a solução para o sofrimento causado por alguém que nos deixou.

Como se vê não tenho uma opinião formado sobre o tema, mas sei que pra acontecer é preciso apenas uma coisa, alguém de quem a gente goste, e isso é tudo e basta.

Um amigo perdeu a namorada de longa data, jovem, inteligente, bonito, começou a sair com várias outras meninas, em sua suposta falsa liberdade, não resultou em nada, ainda estava preso ao passado e a ex.

Não se curou com outro amor, segundo ele, todas gostavam dele, mas ele não conseguia gostar de nenhuma delas.

Ele precisava de alguém de quem ele pudesse gostar e não de quem gostasse dele. E há toda diferença.

Gostar é se entregar, se dedicar, fazer acontecer, não esperar, mas ir, ser gostado, ou ter alguém que goste sem que a gente tenha o mesmo sentimento de reciprocidade é o contrário, é esperar e não ir, é não ter vontade ou ser frio e indiferente, é não sorrir quando o celular tocar ou a mensagem chegar, é não ser afetado.

Pode até ser que um amor se cure com outro, desde que dentro de nós haja algum sentimento por essa nova experiência que começa a acontecer em nossa vida.

Sei o que é ficar com alguém sem gostar, não acredito nessa história de “se aprende a gostar”, ou se começa já encantado, pelo mínimo que seja, ou talvez nunca vá se encantar.

Ficar com alguém de quem não gostamos é uma das experiências mais traumáticas da minha vida, não há prazer, desejo, a conversa não acontece, o carinho é esquecido, a indiferença é sempre presente no encontro, na relação, no contato.

Muitas vezes é preferível ficar solitário, sem alguém, do que tentar se forçar a sentir algo, gostar de alguém, vai doer nos dois, é um sofrimento acompanhado, não é uma experiência interessante.

Estou solitário, mas não estou sozinho. 

Preferi e decidi ficar sozinho, em mim, comigo, até gosto de alguém, mas, segundo ela, não é o momento dela, pra mim, e há até quem goste de mim, mas não é o meu momento, pra elas.



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