terça-feira, 8 de março de 2016

Mulher não é só bunda

Mulher não é só bunda
Ronaldo Magella 08/03/2016

Triste época a que vivemos, quando nossas músicas e canções exaltam apenas o corpo e sensualidade da mulher.

Falta poesia, falta romantismo, a massa consume o que há de pior em nossa cultura, músicas repetitivas, sensuais, rebolativas, apelativas, programas inúteis, literatura sem conteúdo.

Vivemos o pior dos mundos.

Se a arte de uma época reflete os valores da sociedade do momento, então, vivemos o momento de culto ao corpo, ao sexo, ao sensualismo, exaltamos partes de um todo e não o todo.

E é fácil entender quais partes, perceber, é só prestar atenção.

Nossas letras falam de rebolar até embaixo, levantar o copo na cabeça, descer até o chão, fazem apologia ao que há de mais vulgar no corpo humano, esquecendo que somos coração, alma, corpo, espírito, sentimento, razão, emoção, paixão, amor.

Talvez não que esqueçam, mas acredito que seja mais fácil falar de algo que as pessoas não tenham que pensar muito, refletir, nossas músicas, hoje, são feitas pra serem consumidas com o corpo e nada mais.

Se tem coreografia, um refrão que dê pra postar numa rede social, se tem repetições, pronto, é sucesso, nada de figuras de linguagem, nada de referências literárias, nada que dê trabalho pra pensar, a música precisa apenas de um duplo sentido para deixar um certo ar de, de, de, de....vocês sabem.

Parece que quanto pior a música, a letra, mas sucesso terá, fará. Já fomos Lepo-Lepo, Muriçoca, estamos na Metralhadora, ninguém sabe o que virá de pior, arriscar um palpite é puro mal gosto e arriscado, o tiro pode sair ao contrário.



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