quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Homens desinteressantes, mulheres sozinhas

Homens desinteressantes, mulheres sozinhas
Autor – Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada. 

Tenho um amigo que cobre eventos, festas e sempre está lá com a sua filmadora e toda vez que pergunto como foi, e ele me responde sempre a mesma coisa, as mulheres sozinhas, dançando, os homens ao redor de um litro de uísque, e assim se passa a noite, faço meu trabalho e vou embora. 

Uma amiga me disse que não está com o pai da sua filha porque o cara não é quer nada com a vida, não liga ou se interessa por nada, é grande, alto, bonito, mas parece uma criança, não é interessante, não cultiva nada que a faça pensar em voltar pra ele ou lhe dá uma chance. 

Eis aí algo interessante, parece que o padrão, o modelo, nem sempre nos prende mais, não procuramos mais o corpo perfeito, mas com a companhia agradável. Como me disse outra amiga um dia desses, gosto de homens engraçados, inteligentes, não me preocupo com corpos e rostos, mas com a sensibilidade do cara. 
Elas agora, as mulheres, procuram mais do que sexo e beleza, isso tem de sobra por aí, em qualquer esquina tem sexo, qualquer um pode malhar, ficar magro, comprar roupas, fazer plástica, ficar bonito, mas essência, conteúdo, é algo que não é tão fácil de encontrar, nem se ganha de berço, ou se é ou não é. Já conheci muitas mulheres que desistiram do namorado, pois o mesmo dava mais atenção aos amigos, ao futebol e a bebida do que a ela, resultado, pé na bunda. 

Talvez aí resida o fato de encontrarmos tantas mulheres sozinhas de várias idades, faltam homens interessantes no mercado. A sorte de encontrarmos alguém que tenha afinidade com a gente é a mesma de encontrar dinheiro perdido numa calça, encontrar um amigo do jardim da infância, depois de 50 anos, achar um bilhete de loteria premiado pelo chão, acontece, mas é raro e só uma vez na vida. Até, podem acontecer duas, mas só. 

Não é que se escolha demais, mas sim, também, se escolhe, hoje as mulheres são mais seletivas, porém, falta até nessa questão a quem escolher, faltam homens interessantes para que se possa escolher. E o que seria homens interessantes? 

Bem, a sensação que tenho é que, no mundo moderno, com tantas escolhas que podemos fazer, como escreveu a escritora gaúcha Martha Medeiros, antigamente era fácil viver, tínhamos poucas escolhas, agora temos uma variedade imensa de escolhas para fazer e isso torna a nossa vida mais complicada e onerosa e difícil, mas penso ainda que, conviver com o diferente e distante não é fácil, alguém interessante seria alguém que pelo menos estivesse ao nosso lado, pudesse compartilhar as mesmas coisas, mesmo até sem gostar. O que não é fácil.

Um homem interessante seria, penso, estou pensando pelas mulheres, seria alguém que, além de querer algo sério, com a gente, mulheres, e com a vida, ainda assim, fosse inteligente, não muito, engraçado, muito, se importasse com a nossa vida, demais, fosse afetuoso, dedicado, tivesse cuidado, carinho, atenção, apreço, simples, fácil e difícil demais. 

Para provar que até entendo um pouco as mulheres, a amiga, jornalista e radialista Wânia Nóbrega nos deu o seguinte depoimento, “um homem interessante: que compreenda os mais diversos e intensos sentimentos da mulher, que esteja sempre perto, não só com a presença, mas com o coração, com as palavras, com o olhar com a cumplicidade. Um homem que esqueça o machismo pra dar lugar ao romantismo e que seja homem acima de tudo. Apesar de um mundo feminista, as mulheres não querem ser o homem da casa, pelo menos eu não quero. Mulher quer ter a participação do homem com sua paternidade... quer mandar na relação mas tbm quer ser mandada... um homem que fale, que ouça, que sinta, que ame..”.

Ou seja, falta gente assim, os homens são, então, desinteressantes, logo, as mulheres espertas, cultas e inteligentes, estão, obviamente, sozinhas. 

         Mas fiquei na dúvida, será que sou interessante? Ixe....


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