Coração
ocupado, mente preenchida
Ronaldo
Magella 10/07/2016
Uma das coisas boas de se ter alguém, é se
ter alguém, e ser de alguém.
Vejo um pouco assustado essa busca por um
amor, por uma paixão, por uma companhia de que as pessoas são acometidas.
Sites de relacionamentos, de namoro, paquera,
para trair, existem aos montes, a gente não reconhece a nossa própria carência
menos ainda a nossa solidão.
Evito filmes românticos.
Vejo amigos e amigas em relações confusas e
complicadas, com idas e vindas, em sofrimento, com dores, outros em buscas
incessantes, testando alguém aqui, provando outro ali.
Tem gente que mal termina algo, embarca em
outro, não consegue ficar sozinho, se isso não for uma doença, é uma carência
imensa, e deve cansar um pouco, um atormento atroz.
Não restam dúvidas de que essa é uma das
nossas grandes buscas existenciais, não diria de amor, mas de um afeto, de uma
companhia para compartilhar coisas, dividir momentos, ter uma história.
Tantos livros de amor, filmes, histórias,
frases, mostram que ainda não estamos resolvidos nessa questão, menos ainda
amadurecidos, a procura continua, fins acontecem, dores são deflagradas, há
solidão em massa, e a roda continua girando, e penso, cansando.
Feliz de quem já se encontrou, a ponto de não
precisar criar necessidades, feliz de quem já encontrou, a ponto de não mais
precisar partir para o enfrentamento.
Pois se há algo de bom e gostoso em estar com
alguém, há companhias e relações que são desgastantes e traumáticas, sofríveis
e infrutíferas.
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