segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Você é lindo, mas você não é bonito

Você é lindo, mas você não é bonito
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Ser bonito é uma coisa, ser lindo é outra.

Você pode ser lindo e não ser bonito e ser bonito e não chegar à beleza de ser uma pessoa linda.
A teoria é de uma amiga, segundo ela há uma diferença essencial entre ser bonito e ser lindo.

Para a minha amiga uma pessoa linda é alguém que não necessariamente é bonita, mas que suas qualidades, como cultura, inteligência, jeito, charme, ductilidade, a transformam numa pessoa linda, é uma pessoa que não é bonita convencionalmente, mas é alguém com quem gostaríamos de conviver, pessoas que conservam outro tipo de beleza, são engraçadas, simpáticas, doces, calmas, interessantes, essas são as pessoas com um grau de beleza, digamos, pouco aquém dos atributos físicos, mas cativante do ponto de vista de convivência, do conteúdo, da essência.
Gente bonita a gente enxerga de longe, mas gente linda a gente precisa conviver para entender e apreciar a sua beleza, precisa sentir, e isso pode ser mais gostoso ainda.

Gente linda é gente que a gente aprendeu a gostar, valorizar, admirar, sentir, pois de tanto estarmos pertos, ali do lado a gente foi percebendo a sua beleza, as suas qualidades, coisas que apenas pelas aparências das pessoas a gente não consegue perceber.

Gente bonita é bom pra ver, gente linda é bom pra conviver. Gente bonita a gente percebe de longe, gente linda a gente precisa estar perto para perceber sua beleza.

Gente bonita pode deixar de ser bonita, engorda, envelhece, mas gente linda fica melhor com o tempo, com a maturidade.

As pessoas bonitas são as pessoas bonitas, apenas isso, gente de corpo perfeito, rosto bonito, enfim, gente que a gente quer e sonha, mas que talvez não se interesse tanto por ela ao conhecê-la melhor ou talvez até se surpreenda, sei, sei, é um pouco de preconceito isso, achar que as pessoas bonitas não são interessantes ou são burras ou, mas enfim, isso é outra discussão.

A teoria ou a ideia da minha amiga me faz sentido, conheço mulheres bonitas, mas pouco me interesso por elas, e vejo mulheres não tão bonitas, mas penso que seria bom me relacionar com elas, pois o que lhes falta em beleza lhes sobra em conteúdo, e acredito que chega num determinado tempo da vida que você não está mais preocupado com imagens, com gente bonita, mas com um papo agradável, com uma convivência harmoniosa, segura, simples e cheia de ternura, com carinho, compreensão, e não apenas com corpo, estética, é quando você percebe que não irá conviver com a beleza de ninguém, mas com aquilo que ela pensa, sente, acredita, vive, e isso sim talvez seja o essencial.


A vida toda as pessoas em buscam de corpos, de sexo, de beleza, de gente bonita, mas você vai amadurecendo e vai percebendo e encontrando outras belezas, outras coisas boas e interessantes, vai entendendo que a gente precisa de gente e não da beleza delas, precisa de companhia e não de ostentar para a sociedade a pessoa com quem estamos, e companhia não é alguém pra sair de mãos das pelo meio da rua, mas é alguém para dividir a nossa vida, para estar ao nosso lado, para segurar a barra com a gente, alguém que não desista da gente alguém que seja sincero, leal, fraterno e acredite em nós, isso sim talvez seja uma pessoa linda que procuramos, uma pessoa especial, o que não é fácil. 

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