terça-feira, 19 de novembro de 2013

Desisti de você, mas não do que sinto

Desisti de você, mas não do que sinto
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada


É difícil esperar por algo que a gente sabe que nunca irá acontecer, e quando se sente isso, tudo o que nos resta é esperar, é esperança, é sonho, ilusão, é um amor que sentimos e alimentamos esse sentimento dentro de nós todos os dias um pouco mais, sentimento que se nutre de lembranças, de saudades, de algo bom que um dia aconteceu e que a gente não tem como esquecer, por mais que se queira, lute, peça, implore, mas ele não nos deixa, é uma sensação de que ao olhar a porta você estará ali parada na minha frente sorrindo perguntando se pode entrar para tomar um café, e vez ou outra na bagunça da minha vida e na correria dos dias, no vazio que se tornou a minha existência sem você, eu vejo a cena bem ali diante dos meus olhos acontecendo e sinto todas as emoções como se aquilo fosse mesmo algo concreto e real. Não dói te perder, dói mais perder aquilo fomos e que poderíamos ser, perder o seu rosto, a tua voz,  encontrar apenas dentro de mim o passado como algo que deverei levar pelo resto do meu destino como a história da minha vida, não é fácil, muitas vezes sufoca, dá vontade de sentar em qualquer lugar da rua e ficar ali parado, chorando, na solidão de meus pensamentos, sentimentos, coisas que ninguém mais quer ouvir, saber e também a ninguém mais interesso contar, me abrir, falar. E todas as noites eu penso em você, quando o dia nasce eu me lembro de você, as horas se passam eu penso em você, nas suas decisões, nos meus erros, na minha vida, no meu destino e só encontro esperanças, de ainda um dia te ouvir falar meu nome, de poder outra vez dividir o mesmo espaço com você, sem raiva ou mágoa, apenas com afeto e sorrisos, poder outra vez viver a vida ao teu lado, mas sei também que nada muda, que isso ou aquilo não podem transformar as coisas, teu destino hoje é outro, ainda gosto de você, como da primeira vez, quando aprendi a gostar, quando um dia te disse que tinha ali agora a certeza de que era você quem eu queria amar e seguir a minha vida, foi aquela certeza que ficou, e se hoje não te procuro mais, te respeito e admiro pelas suas escolhas, devo me permitir dizer que ainda não desisti do que sinto, e como narra Gabriel Gárcia Marquez em seu Amor nos tempos de cólera, quando Florentino Ariza esperou 53 anos para dizer que ainda amava e que ainda tinha esperança no amor, talvez eu espere, como disse, tudo que tenho são esperanças, e por mais que eu ame outra pessoa, seja feliz, beije outra boca, sinta prazer, você foi pra a minha história, alma que amei, coração que sonhei, o corpo que desejei, a vida que queria ao meu lado para sempre. 

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