terça-feira, 20 de outubro de 2015

Pessoas, paixões, medos, dúvidas, insegurança, amor, vida

Pessoas, paixões, medos, dúvidas, insegurança, amor, vida

Ronaldo Magella 20/10/2015

No amor não sei o que causa mais estrago, se as dúvidas, a insegurança, a distância, o medo ou a proximidade de novas pessoas que podem muitas vezes despertar novos sentimentos, até então, inéditos, ou, cansados.

As relações cansam, sofrem com o prazo de validade, envelhecem, muitas morrem para renascer, outras morrem para nunca mais, há aquelas que resistem ao tempo, ao fado, lutam, crescem, seguem.

A nossa época moderna não suporta amores eternos, Romeu e Julieta jamais seria escrita no século XXI, nem Tristão e Isolda, ninguém mais morre de amor, nem se sofre, se troca de pessoas, se muda, não se luta mais por alguém, se troca de alguém, de pessoas, simples assim, como mudamos de coisas, objetos, celulares.

O passado é um lugar seguro, já escrevi sobre isso, era fácil viver antes, éramos conformados, poucas opções, éramos feliz com pouco, com menos, com a nossa paixão da esquina, o nosso mundo é menor e mais limitado, agora a vida está online e tudo e todos estão disponíveis, agora tudo é fácil, frágil e inseguro, não há segurança de nada, não se confia nem em si mesmo, quanto mais nos outros.

O engraçado é que, a tecnologia, dizem, encurta as distâncias, mas também nos faz tomar abuso. Agora a pessoa está 24 ao nosso alcance, na palma da mão, é um oi aqui, um oi daqui pouco, outro oi logo em seguida, nem dá tempo sentir saudade, falta, talvez gera um desgaste.

Precisamos repetir, precisamos de um tempo, de uma certa solidão, de nos sentir carentes e sozinhos, distantes e abandonados.

Aprendi muitas coisas nessa vida, uma delas é que a gente muda, cresce, amadurece, e o que hoje pra nós é importante, amanhã poderá não ser.

Um dia a gente se apaixona por alguém, uma coisa linda, bonita, gostosa, que até parece eterno, mas os dias se passam e agente muda, se muda, e a outra pessoa continua fazendo a mesma coisa, a gente olha de lado e não se enxerga mais ali, não vê o que nos fez sentir o que antes sentíamos.

 É daí que surgem as dúvidas, e agora, o que fazer? Ficar ou ir? Mudar ou resistir? Calar ou falar?

Junto com as dúvidas surge a insegurança, mas e se isso for apenas uma fase, e se amanhã eu perceber que tomei a decisão errada? Ah, pessoas novas, sim, elas podem nos encantar, podem tantas coisas, mas também podem nos deixar com um dia deixamos alguém por elas, eis o medo ao qual somos acometidos, de nos arrepender, de sofrer, de não de saber voltar depois de escolhermos o caminho errado.

Nada dá mais medo e insegurança do que uma nova relação, uma nova paixão, a gente não sabe o que poderá nos acontecer. Acredito que esse seja um motivo para nos mantermos muitas vezes em relações fracassadas, as quais não temos mais ânimo para continuar, mas também não temos coragem para mudar, arriscar, tentar.

Não é fácil, não é simples, dói, nos atormenta. Uma amiga sofre de tais males, a sensação que tenho é que ela tem medo de viver ou se deixa prender e volta e meia ela se angustia.
As coisas pra ela acontecem de forma lenta, parecem confusas, aliás, ela é confusa, hoje ela está próxima, amanhã distante, prefiro sempre deixar ela lá, no lugar dela, não mexo muito com ela, ela é capaz de se mostrar apaixonada e ao mesmo tempo distante, indiferente e fria.

E ela sofre, ainda mais com a distância. Já tive relações distantes, sempre foi muito gostoso ir ao encontro de quem gostava, mas sei que há dias em que você quer a pessoa ali, próxima, perto e não pode, isso nos irrita e  faz relação sofrer um abalo, e faz a gente culpar o outro pela situação. Não sei se é a solução.

Uma namorada cansou da relação, pois não fazíamos o que os outros casais normais estavam a fazer. Aceitei, no momento não poderia, não sei se era a melhor coisas a fazer, mas não quis argumentar, cansei de tentar mostrar as pessoas aquilo que elas não querem ver, apenas lamento e sigo em frente.

Talvez tenha faltado paciência, ou pode ser que era realmente o que se poderia viver, o nosso fim, mas há também uma certa ansiedade em querer encontrar as pessoas, os sentimentos, de viver a vida, e confesso, chega um momento em que isso cansa, abusa, angustia e deprime.


A conclusão? Caminhar, pensar, deixar o tempo passar, aquilo que a gente não pode resolver, o tempo resolve. Pessoas vão e vem, só algumas irão continuar ao nosso lado, a insegurança um dia acaba, o medo passa, paixão são efêmeras, o amor é eterno, dizem, a distância se resolve, as dúvidas se dissipam, mas as escolhas erradas irão continuar ao nosso lado nos lembrando do nosso fracasso e das nossas decisões. 

Muitas vezes estamos separados por desejos, vontades, diferenças, precisamos cruzar a linha, alguém precisa fazer isso, renunciar, ou a gente cruza e se junta lá, ou alguém vem e se junta a nós.

Não precisamos de amores, precisamos de companhia, de pessoas que nos ajudem na caminhada, muitas trocar a monotonia da segurança pela insegurança da paixão pode ser algo bom e gostoso, a priore, mas com o tempo pode se mostrar uma escolha errada, mas também é verdade que só louco é quem tem pensamento fixo e não muda, mudar pode nos ajudar a seguir e viver. 

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