sábado, 10 de outubro de 2015

Quando o amor chegar

Quando o amor chegar

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada

Talvez o amor me encontre dormindo e tenha que me puxar pelo pé, me acordar com algum som estranho, bem que ele poderia chegar pelo celular, numa mensagem, SMS, daquelas que te acorda como num susto, ou como ainda uma ligação inesperada, daquelas que a gente nunca espera, mas tem esperanças de que um dia ela irá chegar, acontecer, bem no meio da noite, pela manhã cedo, quando menos esperamos, na hora do almoço, quando a gente estiver no banho, mas que venha, chegue.

Talvez me encontre num dia ruim, cara fechada, cansado, ar triste, e ele terá que me arrancar risos e sorrisos, me alegrar, me tornar gente outra vez, e ele pode, consegue, terá de me motivar, me erguer do momento no qual estou, ele terá que me pôr outra vez de pé e me fazer acreditar que é possível voltar a caminhar e amar.

Talvez o amor me ache displicente, preguiçoso, distraído, num dia comum, e ele terá que fazer um esforço para me chamar a atenção, talvez esbarre com ele na esquina e nem lhe perceba, posso até lhe dizer um “oi” na rua e nem me atentar para que seja ele ali, bem ali na minha frente, quem sabe até ele me sorria e eu ache estranho, pode ser que ele me olhe e me deixe com raiva, não gosto de ninguém me olhando, me percebendo de longe, mas se for o amor, vou gostar. 

Talvez o amor me chegue pela televisão, pelo rádio, pelo correio, por email, pelo Facebook, me venha de algum lugar, conhecido, desconhecido, esperado, inesperado, talvez seja simples, outras vez complicado, quem sabe leve, ou então, pesado, pode ser bonito, feio, alto ou baixo, mas que seja alegre, simpático e meigo, e que me faça me encontrar, encontrar a vida, reencontrar meus motivos, me dê outra vez anseios de continuar, de querer, desejar e procurar um nova caminho já há muito esquecido dentro de mim.

Talvez até o amor já tenha encontrado em algum dia da minha vida, já o tenha vivido e deixado passar, ir embora, não tive forças para segurá-lo, não tive condições de entender e perceber que ali estava a maior esperança e alegria da minha vida, e agora volto a esperar que um dia ele outra vez me encontre, dormindo, num dia ruim, distraído, com preguiça ou sem coragem para viver, mas que ele venha, que fique, que me proteja, que me abrace, me afete, me segure e me ampare.


Talvez ainda espere por ele, tenha apenas dentro de mim essa sensação de que a qualquer momento poderei viver essa força que é a maior do universo, que me faça esquecer minhas culpas, meus erros, meus pecados, que coloque outra vez no prumo, que me tenha e detenha, que me segure e empurre, que me leia, descreva e escreve em mim uma nova história, um outro momento, uma vida para sempre doravante seguir. 

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