domingo, 14 de julho de 2013

A gente não quer muito de quem a gente ama

A gente não quer muito de quem a gente ama
Autor: Ronaldo Magella – jornalista, professor, poeta, escritor, radialista...
 A gente não quer muito de quem a gente ama, gosta, a gente quer pouco, quer um beijo, um abraço, um cheiro, uma ligação, uma atenção qualquer que seja, pois a gente já gosta de tudo de quem a gente ama, gosta do cheiro, do cabelo, do sorriso, do jeito, do andar, da conversa, do olhar, do sorriso, a gente quer atenção, pois a nossa atenção já está com quem a gente ama, com quem gostamos, por quem estamos apaixonados.

Não é uma cobrança, mas uma forma de manter o amor vivo, a chama da paixão acesa, o sentimento pulsando, a sensação gostosa de que vale mesmo a pena continuar querendo, desejando, gostando, vivendo, sentindo, se dando, pois já gostamos por gostar, de graça, pelo sentimento de fazer bem, já nos deixa feliz, e nos proporciona sorrisos e gargalhadas.

A gente gosta e gosta de cada detalhe, sempre de tudo, das cenas, dos momentos, das reações, repara na língua, na mordida da língua, na mão que treme, no olhar que desvia, na cara de bobo, recorda cada frase, cada palavra, processa na mente, traz a lembrança mil vezes, inúmeras, pois gostar é ter o outro dentro, internalizar o outro, viver o outro em nós, dentro de nós, como parte nossa, da nossa vida, do nosso existir.

Não há explicação, motivo ou razão para o gostar, para a paixão, para sentirmos algo por alguém, ela acontece, vive, surge, toma-nos de conta, amadurece em nós. Difícil é o outro acreditar que sentimos algo desde o primeiro momento, já ali no olhar, ao colocar os olhos em cima, ao sentirmos o cheiro, o rumos dos passos, ao repararmos no jeito, na cor, pronto, aconteceu. Mas ninguém pode nos impedir de sentir, de pensar, de querer, a pessoa pode não querer, não devolver o mesmo interesse, mas isso não irá matar o que sentimos, pode frear, bloquear, anular, mas nunca fazer desaparecer.

Por que é a gente quem gosta, é a gente quem sente, quer, não podem nos impedir de sonhar, podem nos prender o corpo, negar o beijo, o prazer, o toque, o abraço, o sentimento jamais podem nos obrigar a deixar de sentir.

Sei que parece bobo e muitas vezes essa nossa linda bobagem não é entendida, as pessoas não sabem respeitar e apreciar. É bonito o gostar, você parar e pensar, poxa, alguém gosta de mim, pensa em mim, me escreve, me diz coisas e eu o que faço com tudo isso? Nunca pensamos sobre essas coisas, pois estamos mais interessados no que queremos ou não e não no que os outros querem.

Não, não é preciso saber o que fazer, mas é preciso saber viver, deixar o sentimento acontecer, viver o momento, a hora, o instante, pois tudo passa, tudo um dia acaba, pra sempre nunca é pra sempre, é pra sempre enquanto durar, quando acontece, quando existe, se vive, se sente.

Não medida para a paixão, para o gostar, para o querer, muitas vezes perdemos o viver por pensar demais, por esperar demais, certas e muitas coisas da vida não podem ser pensadas, precisam apenas ser vividas e sentidas, mas isso não cabe a quem escreve, pensa ou fala, mas quem irá sentir e viver, ou seja, o resto é com você. 
(estou em dúvidas se esse texto é meu, se num for, peço desculpas)


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