segunda-feira, 15 de julho de 2013

Quando o futuro não promete, retornamos ao passado

Quando o futuro não promete, retornamos ao passado
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
15/07/2013

Uma amiga acabou se separar-se do marido, chegou ao fim o seu casamento, e pelo que me conta fazem dois meses, assim ela me conta, não sei se é mesmo verdade, o que sei é que ela está investindo em mim sem muito pudor, confesso, tivemos alguns encontros no passado, não passamos de dois ou três no máximo, foram apenas momentos rápidos e sem muitos sentimentos e perspectivas, mas ela me confessou que tinha sido do seu melhor “affer”, difícil saber, mas enfim, é a palavra dela, prefiro não acreditar, tenho meus motivos.

A sensação que tenho ou tive é que, quando as coisas não dão certo no presente ou quando o futuro não é promissor nós temos uma leve tendência em retornar ao passado, em voltar para aquilo que já conhecemos, talvez minha amiga esteja fazendo isso, mas num quer dizer que ela goste de mim ou sinta algo, apenas está sentindo o que todo mundo sente, insegurança de ir em busca do novo, do inédito, talvez por isso tenha vindo se insinuar para mim, pelo conhecido, experimentado.

E claro, lhe disse que não estou muito com desejo de curar feridas ou de fazer curativos que mais tarde tenha que retirar os pontos, não, não vou ser usado para ela curar suas mágoas e feridas, sei o que ela sente, já senti o mesmo, quantas vezes as coisas não deram certo e logo pensei em voltar para alguém que já conheci, para alguém que eu sei ou sabia que poderia me acolher, isso acontece com todo mundo, é natural.
Nós sempre teremos essa tendência de retornar ao que nos faz seguro ou ao que nos permitirá essa segurança, mas é só a gente pensar um pouco pra perceber que esse desejo não é mesmo forte o bastante para nos motivar a ir mesmo até o fim, claro, em alguns caso até pode ser, mas em muitos não, é apenas um sentimento de carência e solidão. Um amigo que perdeu a namorada há pouco tempo e fez a mesma coisa, como ele me contou, buscou refúgio no amor do passado, na primeira namorada, em alguém que ele já conhecia.

E por que não ir de encontro ao novo? Penso, talvez, não sei, por insegurança, não é fácil começar uma nova relação, se entregar, ter que conhecer outra pessoa, ir fundo, contar-se, abrir-se, e depois de certa idade, ficamos mais cautelosos, prudentes, pisamos com um pé atrás, vamos e voltamos muitas vezes, analisamos demais, pensamos muito e muitas vezes desistimos antes de começar.

E por fim, ainda disse a minha amiga, olha, dá um tempo, segura a onda, é cedo para começar a se envolver com outra pessoa, dois meses ainda é muito pouco, você poderá voltar com ele, se não agora, talvez mais tarde, e pode assim ferir ou magoar outra pessoa, ela me disse que não estava morta, até a entendo, mas confesso e tenho que dizer a ela que, para esse tipo de situação me faço de morto.


A prudência nessas horas pede que você tenha calma e analise melhor as situações, não se deixe em envolver pelos desejos e instintos, pois quem pode sair ferido é você. 

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