quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Não volto pelo mesmo caminho sendo o mesmo

Não volto pelo mesmo caminho sendo o mesmo

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (08-01-1014)


Não me peça pra voltar, não há mais retorno daqui, cheguei aonde não queria, daqui não posso mais voltar, não serei mais o mesmo, o amor transformou-se em medo, a paixão em dúvida, a saudade em lembranças, não há mais segurança, o que sentia não sinto mais, não foi apenas você quem foi embora e me deixou sozinho sentando em algum lugar a beira do caminho, foram embora junto contigo tudo o que um dia nos permitiu caminhar lado a lado por algum tempo, hoje a coragem não é mais a mesma, a ousadia, o sorriso, os sonhos, tudo mudou, se antes falava agora calo em mim as minhas verdades, meus sentimentos mais sinceros, meus desejos de você, minha paixão incontida, minha vontade de te provocar prazer, meus desejos de ti, minha ânsia de arrancar seus sorrisos, te fazer feliz, com o tempo as coisas passaram, a vida seguiu, tanto sentimento, tanta dor, tristeza, tantas lágrimas, tamanha indiferença me transforam hoje nisto que sou, alguém distante, que apenas te olha, de longe, a distância, e espera pelo teu futuro, aguarda pelo seu retorno, mas não tem mais esperança de continuar ao seu lado, você me ensinou a viver sozinho, a viver sem você, superei cada minuto, hora, dia, semana, mês, momento, vivi intensamente tudo o que sentia, cada lágrima, suspiro, calafrio, tudo o que eu podia sentir, senti, vivi, amei, e agora, bem, agora, agora espero que tudo possa acontecer, inclusive nada, como diz a canção, cansei de pensar que o amor poderia mudar as pessoas, que poderia mudar o mundo, como diz uma amiga, não muda nem cadeira de lugar, mas não estou no mesmo lugar, caminhei, segui, fui, e já não quero ou posso voltar, me abandonei lá atrás, tomei as minhas decisões, como você tomou as suas, decidi muitas coisas dentro de mim, decidi partir, ir, não mais voltar ou olhar para o passado, um passado que você não quis entender, perceber, aceitar, um momento no qual você insiste e desisto, você revela e eu apago, não quero não lembro, reflito, me culpo, mas, bem, aprendi e muito, mas não desejo ficar lá estacionado num momento qualquer da nossa história, da nossa vida, quero novas cores, outros cheiros, caras e bocas, pensar que há ainda esperança e sonhos nesse caminhar, sinto pelo que um dia perdemos, nossas músicas, nossa vida, nossa sinfonia, nossa sintonia, nossas afinidades, sinto, mas não reclamo, muito tempo tentei entender, parei, cansei, certas coisas a gente jamais terá mesmo como entender, apenas viver e sentir, e senti tudo o que podia e o que não podia. Não esqueço, lembro, não sinto, vivo ainda cada momento nosso, cada eternidade daquilo que um dia somos e somos, feliz então, pelo amor que um dia sentir ao seu lado, pela saudade que sinto, pelas lembrança que tenho pelo paixão que alimento, pelo amor que nutro, mas não tenho mais forças, e um dia você se cansa de carregar a si mesmo e se abandona, e mesmo que me encontrasse, que voltasse pelo mesmo caminho, jamais poderia caminhar outra vez da mesma forma, do mesmo jeito, sendo o mesmo, a vida muda, e urge, como você mesmo disse, pede urgências. 

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