terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Somos dominados pelo desejo

Somos dominados pelo desejo

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (07-01-1014)

Não sei se já escrevi sobre desejo, mas se não o fiz, faço-o agora, se já, escrevo outra vez, e explico no final.

Ao ler a coluna do filósofo Luiz Felipe Pondé na Folha de S. Paulo nesta segunda-feira, 06, encontrei a seguinte frase, “não somos seres de razão, somos seres de desejo”. Pondé já havia escrito sobre isso se não me falhe a memória, ou pelo menos já dito que somos dominados pelos nossos desejos.  

Acredito piamente que o que move o mundo, a força que nos impulsiona, nos faz caminhar é o desejo, mais do que o sexo, o dinheiro e poder, aliás, todos esses derivados e motivados pelos nossos desejos, é simples entender.

Acredito que o desejo se move por uma teoria, primeiro, a gente só deseja aquilo que não tem; segundo, a gente só deseja o que todo mundo tem, e por fim, o desejo precisa está em movimento para ser desejado.
Começamos pelo início.

A gente só deseja o que não temos. Isso está muito claro, é muito simples de entender, quem compra livro entende isso muito bem, está sempre comprando livros mesmo sem ter terminado de ler o que já tem em casa, e ainda, a pessoa não leu o livro, mas ao emprestar para alguém tem uma vontade imensa de ler o livro que acabou de emprestar, é simples isso, e já comentei isso com várias pessoas e elas me confirmaram o mesmo sentimento, ou seja, a gente só deseja o que não tem em mãos, o que não é isso, pois o que é nosso, é nosso, pra que mesmo desejar?

Talvez isso explique as traições nos relacionamentos, se deseja mais alguém que não se tem, do que alguém que já está ao nosso lado, claro que aí entraria outras questões, mas sempre somos motivados pelo nosso desejo.

A gente só deseja o que todo mundo deseja e tem. Coloque cinco crianças numa sala com 50 brinquedos, seria fácil para uma criança pegar pelo menos uns dez objetos e brincar, mas isso não irá acontecer, elas vão brigar talvez por um único objeto, um único brinquedo, que uma primeira criança descobriu, provando que, quando alguém tem alguma coisa, é que a gente percebe o valor daquilo que a outra pessoa tem, e, lá vamos nós querer também a mesma coisa.

Isso explica a moda, alguém usa, uma artista, alguém famoso aparece na televisão com um objeto, um corte de cabelo, no outro dia o mundo inteiro irá copiar o que viu, mulheres chegaram ao cabeleireiro dizendo querer o corte da artista, nas ruas irão vender os objetos que o famoso usava, tudo isso por que temos medo de sair do rebanho, da solidão, temos medo de não sermos iguais,  de estarmos fora da sociedade, medo de ficarmos sozinhos esquecidos e solitários.

Talvez aqui encontremos uma explicação para a moda. E por fim, o desejo precisa está em movimento, ser visto, a gente só deseja aquilo que conhece, pode ver, sentir, comer com os olhos, por isso as propagandas, por isso a publicidade, para nos provocar o desejo, nos mostrar o que existe nos fazendo sofrer para que a gente passe a vida inteira correndo atrás daquilo fomos impulsionados a desejar.

A cada dia que passa acredito mais nessa teoria do desejo, e mais, a comprovo na prática, vejo com os meus próprios olhos a força do desejo, vejo em mim, nas outras pessoas, por isso retorno a escrever, para comprovar no que acredito.


É o desejo que nos move e move o mundo, é só você parar agora para pensar no que deseja para a sua vida e irá entender que tudo o que você faz é para realizar isso que você deseja, comprar um carro, passar férias na Europa, ter um grande amor, a roupa da moda, uma casa na praia, pense um pouco e irá perceber e entender que é o desejo que move a sua vida, mais do que o sexo, o poder, o dinheiro, aliás, como já disse, todos estes motivados pelo desejo. 

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